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Desenvolvimento psicossexual

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Desenvolvimento psicossexual

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Escrito por Joviane Moura | Publicado em Terça, 09 Setembro 2008 00:00

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A sexualidade infantil se diferencia da sexualidade do adulto em vários aspectos. A maior excitação não precisa necessariamente ser localizada nos genitais. Não levam necessariamente ao contato sexual, mas alongam-se em atividades que vêm a desempenhar papel futuramente no prazer. Pode ser auto-erótica. Excitação e satisfação não estão nitidamente diferenciadas.

O desenvolvimento do Ego não é um processo homogêneo. Quando nasce, o organismo emerge de um ambiente relativamente tranqüilo para entrar num estágio de estimulação esmagadora com pouca proteção contra os estímulos. (Fenichel, 2005, pág. 30).

No início da vida, o bebê não é capaz de fazer uma diferenciação entre mundo externo e mundo interno; ele não tem noção das dimensões do seu corpo, não se vê unificado com braços, pernas e cabeça etc. Fenichel (2005) diz que a origem do Ego e a origem do senso de realidade são dois aspectos de uma mesma etapa de desenvolvimento. O conceito de realidade é que também cria o conceito de Ego; somos indivíduos na medida em que nos sentimos distintos e separados de outras pessoas.

A primeira percepção de objeto (externo) virá do desejo de alguma coisa que já é familiar ao bebê – alguma coisa capaz de gratificar necessidades, mas ausente no momento. Os primeiros sinais de representação objetal devem originar-se no estado de fome. (Fenichel, 2005, pág. 31).

“A primeira aceitação da realidade é somente um estágio intermediário no caminho de se afastar dela.” (Fenichel, 2005, pág. 31). É o ponto em que surge a contradição básica da vida humana, a contradição entre o desejo de relaxamento completo e o desejo de objetos (fome de estímulo). O fato de objetos externos haverem trazido o desejado estado de satisfação relaxada introduziu a complicação de que os objetos se tornaram desejados.

A primeira realidade é a que se engole. O “pôr na boca” vem a ser uma das primeiras formas de relação com os objetos externos. Essa incorporação é a percussora das atitudes sexuais e destrutivas ulteriores; destrói, em sentido psicológico, a existência do objeto. Como a forma como o Ego primitivo percebe o mundo é incompleta ele vem a sentir-se onipotente. É uma “onipotência ilimitada, a qual persiste enquanto não existe concepção dos objetos.” (Fenichel, 2005, pág. 34)

Quando a criança é obrigada a renunciar a crença na sua onipotência, passa a considerar onipotentes os adultos “e tenta mediante a introjeção , partilhar-lhes, desta vez, a onipotência. Há sentimentos narcísicos de bem-estar que se caracterizam pelo fato de que se sentem como reunião a uma força onipotente existente no mundo exterior, força que se obteve ou pela incorporação de partes deste mundo, ou pela fantasia de que se é por ele incorporado” (Fenichel, 2005, pág. 36)

Na criança maior todo o sinal de amor que vem do adulto, mais poderoso e admirado, tem o mesmo efeito que o leite teve sobre o bebê.

Fenichel (2005) caracteriza amor objetal passivo o período durante o qual a criança quer obter do objeto alguma coisa sem com nada contribuir. Nessa época do desenvolvimento para a criança o objeto ainda não é personalidade, é apenas um instrumento com que obter satisfação. Nesse período o medo de perda de amor significa perda de ajuda e proteção que acarretam perda de auto-estima.

O desamparo inicial do bebê leva-o a estados de alta tensão dolorosa , estados nos quais o organismo é inundado por quantidades de excitação que lhe excedem a capacidade de controle: são os chamados estados traumáticos. O sofrimento dos estados traumáticos representa a raiz comum de vários afetos futuros, entre eles a angústia. (Fenichel, 2005).

As sensações desta angústia primária podem ser consideradas , de um lado, como a maneira pela qual a tensão se faz sentir e, de outro lado, como a percepção de descargas de emergência vegetativas involuntárias. (Fenichel, 2005).

A libido, a princípio é toda armazenada no ego.

E este estado absoluto é chamado de narcisismo primário. Ele perdura até o ego começar a catexizar as idéias dos objetos com a libido, a transformar a libido narcísica em libido

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