EDUCAÇÂO
Artigo: EDUCAÇÂO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: marciaguinha • 26/4/2014 • 2.867 Palavras (12 Páginas) • 556 Visualizações
Fundamentos do Desenvolvimento Infantil
Educar uma criança evitando perturbações em seu comportamento exige do adulto, além de amor e dedicação, o conhecimento das características infantis em cada fase do desenvolvimento: seus interesses, necessidades, motivações e possibilidades. Para ensinar uma atividade a uma criança, precisa-se saber como criança é se está madura para aquela atividade, como poderá ser motivada, qual o melhor meio para ensiná-la e tomar duradoura a aprendizagem.
Em cada idade, a criança vai apresentando características diferentes, novas maneiras de ser, tanto fisicamente quanto em seus aspectos intelectuais, emocionais e sócias. O quea agradava antes, agora, que já esta “grande”, não mais a atrai. Seu modo de pensar, seus julgamentos morais, seu relacionamento como os familiares e com os amigos também sofrem evolução. E os problemas que aparecem em seu comportamento não podem ser ignorados pelos adultos, mas precisam ser estudados e compreendidos para serem resolvidos.
Foram precisos séculos para que a humanidade chegasse à conclusão de que a criança é um ser em desenvolvimento e em muitos aspectos diferente do adulto, essa descoberta revolucionou a pedagogia infantil, os pensadores passaram a ver a crianças como fonte rica de informação.
Aprendizagem e Maturação
O termo aprendizagem refere-se, geralmente, a mudanças no comportamento resultante de experiência. Entende-se por maturação o desenvolvimento do organismo como função do tempo ou da idade, refere-se a transformaçõesneurofisiológicas e bioquímicas que têm lugar desde a concepção até a morte.
A aprendizagem e a maturação não são distinguidas com facilidade porque os padrões de comportamento são resultantes da inter-relação entre maturação e aprendizagem. Entretanto, o crescimento pré-natal e as mudanças nas proporções do corpo e na estrutura do sistema nervoso são produtos de processos de maturação, mais do que de experiências. De outro lado, o desenvolvimento de habilidades motonas e de funções cognitivas depende tanto da maturação quanto da experiência e da interação de ambas.
A aquisição da linguagem e o desenvolvimento da habilidades cognitivas são também resultados de interação entre forças de experiência e forças de maturação. Independentemente de qualquer treinamento recebido, os bebês não começam a falar ou a juntar palavras antes de atingirem certo nível de maturidade. Mas evidentemente a língua que a criança adquire depende de suas experiências – a língua que ouve, falada pelos outros – e sua facilidade verbal será função, pelo menos em parte, da estimação e dos prêmios que recebe pela expressão verbal.
A criança não adquirirá certas habilidades cognitivas ou intelectuais a não ser depois de atingir certo estádio de maturidade.
No final do século XX, a velha controvérsia hereditariedade versus ambiente é considerada sem significado. Não se pode ser extremista a ponto de voltar aos pensadores do século XII, como John Locke, e afirmar que a mente de uma pessoa ao nascer é uma tabuada rasa, isto é, seus pensamentos, desejos, comportamentos, etc. são resultantes da educação bem como não se pode achar que todos os traços psicológicos são transmitidos, de geração, através dos genes. O comportamento não é resultado de uma causa única, mas de múltiplas causas. É o resultado da hereditariedade interagindo com o ambiente, interagindo com o tempo e como o individuo enxerga sua realidade.
Estimulação Ambiental
Observações recentes mostram que à medida que a criança recebe mais e mais estimulação do ambiente seu cérebro também se organiza lentamente, ou seja, os neurônios começam a trabalhar em grupo, formando unidades, possibilitando formas de aprendizagem mais complexas.
Além de mudanças estruturais, de mudanças no tamanho da células e no diâmetro dos vasos sanguíneos que irrigam o córtex, a estimulação ambiental causa também mudanças químicas no cérebro, que influem na habilidade para aprender e para resolver problemas.
Além do sistema nervoso, os aparelhos sensoriais também necessitam de estimulação ambiental para se desenvolverem apropriadamente. Por exemplo: no aparelho visual, os neurônios da retina serão danificados se não receberem estimulação, como se verificou com animais criados em locais completamente escuros.
Os estímulos precoces ou experiências inicias determinarão o desenvolvimento intelectual. O nível de inteligência de um adulto não é determinado apenas pela hereditariedade, mas depende, em grande parte, de experiências iniciais que são recebidas do ambiente.
Muitas crianças recebem o que se pode considerar quantidades “normais” de estimulação ou oportunidade. Essas crianças crescem em ambientes claros, onde há objetos para ver e manipular, pessoas que falam com elas, que as carregam ao colo e algumas vezes as levam a lugares novos. Elas tem oportunidades de receber estimulação visual, tátil, auditiva e outras, emquantidades “normais”.
Em outros casos, crianças criadas em condições de enriquecimento do ambiente tem oportunidade e estimulação acima de níveis “normais”. Em geral, observam-se resultados benéficos no desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas ou sociais. A estimulação excessiva também pode tornar a criança um adulto desorganizado porque, na tentativa de estimular as crianças, os adultos montam uma agenda repleta de compromisso e quando, no futuro, couber à criança tomar as decisões sobre o que fazer, ela ficará sem saber por onde começar.
No caso oposto, em que as crianças são criadas em condições de privação, seu ambiente oferece um nível de estimulação ou oportunidade muito reduzido e as consequecias serão desenvolvimento e um nível de realização muito baixa do “normal”. Assim, crianças criadas em ambiente monótonos, sempre sozinho em seu barco, com oportunidade de ver e ouvir pessoas falando com elas e levando-as a novos lugares, sem brinquedos para manipular e com outras limitações de estimulação, terão seu desenvolvimento muito prejudicado.
Jean Piaget afirma que, desde os primeiros dias de vida, é necessário que o bebê receba estimulação visual, auditiva e tátil e que ele tenha uma variedade de objetos para manipular, depossibilidades para se movimentar. É vento, ouvido, manipulando objetos, levando-os a boca, que a criança vai lentamente firmando suas noções de objeto, espaço, causalidade e tempo.
Em vez da preocupação excessiva com a estimulação, o importante é que os adultos estejam acessíveis para que as crianças possa recorrer a eles nos
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