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Educação Gerontológica

Por:   •  28/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.127 Palavras (9 Páginas)  •  292 Visualizações

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EDUCAÇÃO GERONTOLÓGICA,ENVELHECIMENTO HUMANO E TECNOLOGIAS

EDUCACIONAIS: REFLEXÕES SOBRE VELHICE AT I VA

Autores : M i c h e l e M a r i n h o d a S i l v e i r a ,A d r i a n o P a s q u a l o t t i e E l i a n e L u c i a C o l u s s i 

Artigo retirado da BVS –Fonte Interdisciplinar do Envelhecimento /17(2):387-398,dez.2012

Objetivo:

Este estudo tem como objetivo refletir sobre a questão do envelhecimento do indivíduo e a possibilidade deste de participar de uma educação gerontológica, ampliando sua qualidade de vida.

1 INTRODUÇÃO

A teoria de que envelhecer significava viver excluído da sociedade, ou ser um peso para a família já não condiz com o mundo em que vivemos.

Nos últimos anos, com o avanço das ciências e, particularmente, da medicina, o processo de envelhecimento passou a ser vivido com mais qualidade.

O idoso mudou, ele deixou de ser uma pessoa que vive de lembranças do passado, recolhido em seu aposento, para se tornar uma pessoa ativa, capaz de produzir, consumidor de produtos e que intervém nas mudanças sociais e políticas.

Em relação ao novo contexto de envelhecimento humano, o idoso precisa ir além de preocupar-se apenas com os aspectos relacionados ao corpo, como o cuidado e o exercício para prolongar a vida e a saúde. Estudiosos constataram que se deve prestar atenção a outras dimensões da vida como, por exemplo, ao estímulo à atividade mental e intelectual, pois esta pode modificar o comportamento acomodado que alguns idosos adotam ao envelhecer (VERGARA;FLORESTA,1999).

Com toda essa evolução, cresce a importância da chamada “educação gerontológica”, pois cabe a ela estudar e propor práticas de educação de idosos e da formação de profissionais para essa especialidade. A formação profissional na área gerontológica pode fornecer informações para práticas e intervenções adequadas junto à população idosa.

No Brasil, o campo de estudo no qual a educação gerontológica está integrada tem avançando sensivelmente. Observa-se o avanço, em especial, pelo crescimento do número de cursos de pós-graduação em gerontologia e pela difusão das chamadas universidades da terceira idade, importante lócus de projetos de pesquisa e de formação de recursos humanos direcionados para os idosos (CACHIONI; NÉRI, 2004).

Constata-se que a população idosa apresenta necessidades específicas,sendo natural entender que não basta que as ciências da saúde estejam atentas às questões do envelhecimento.  Isso se dá em razão do avanço da longevidade relativa e do volume populacional, o qual compete com outras demandas sociais (BOTH, 2005).

A expressão “qualidade de vida” tem sido empregada com múltiplos significados. Na área da saúde, a tendência é considerá-la como um reflexo das condições de saúde e seu impacto sobre a capacidade do indivíduo viver plenamente. A educação para saúde e a qualidade de vida na velhice são questões emergentes na atualidade, até porque a própria demografia está exigindo essa postura, pois se trata do ver, julgar e agir no que diz respeito à atuação do profissional em gerontologia (PASQUALOTTI et al., 2004).

Observa-se, também, que a saúde funcional do adulto e do idoso tem sido associada à qualidade de vida, ao convívio social, à condição intelectual,ao estado emocional e às atitudes perante o indivíduo e o mundo (NAHAS,2001; NÓBREGA et al., 1999; UENO, 1999; VERAS, 1994). O aprofundamento e a ampliação da noção de qualidade de vida estimularam o surgimento de grupos de terceira idade e universidades para essa população visando a um envelhecimento ativo e à inclusão social do idoso.Em vista disso, o presente estudo tem como objetivo discutir questões consideradas importantes para uma educação gerontológica mais participativa e transformadora visando à qualidade de vida do idoso.

 2 E n v e l h e c i m e n t o H u m a n o, I d o s o e Q u a l i d a d e d e V i d a

O Brasil está entre os países com o ritmo mais acentuado de crescimento do índice de envelhecimento: em 2025, ele será, provavelmente, três vezes maior do que aquele observado no ano de 2000. Na população brasileira haverá, então, mais de 50 adultos com 65 anos ou mais, por cada conjunto de 100 jovens menores de 15 anos. Em 2045, o número de pessoas idosas ultrapassará o de crianças (WONG; CARVALHO, 2006).

 O aumento da longevidade e o rápido crescimento do peso relativo da população idosa aliados às defi ciências no sistema público de saúde, magnífica a importância das redes sociais de apoio aos idosos, pois já é visível no país a existência de problemas que dificultam o cotidiano dessas pessoas. Por exemplo, a demora nos atendimentos médicos, exames e as inúmeras falhas no sistema de previdência social.

Diante dessa notável transformação epidemiológica que o Brasil vem passando nas últimas décadas, a qualidade de vida ganha um sentido mais amplo e necessário, tornando-se imperativo um olhar mais crítico, e intervenções a respeito das alterações do envelhecimento e de suas conseqüências, a fim de proporcionar ao idoso um maior bem-estar e maior capacidade funcional (SANTOS; ANDRADE, 2005).

Uma questão importante que nos remete à reflexão é saber: o Brasil está preparado para atender essa população idosa que cresce a cada ano? Será que o país terá condições de promover qualidade e vida a esses indivíduos?

3RESULTADOS

De acordo com Oliveira (1996), ainda não se tem o hábito de perceber os idosos como sujeitos integrantes da sociedade, pois permanece a idéia de que somente os indivíduos que produzem ou que irão produzir são considerados sujeitos participativos e, portanto, merecedores de atenção e de oportunidades nos diversos âmbitos, especialmente no que se diz respeito à educação.Ao focalizar-se esse aspecto, tem-se em mente que educação é um direito que deve fazer parte de todas as fases da vida, tornando-se fundamental o desenvolvimento de projetos educacionais, pesquisas e profissionais atuantes nos diferentes campos de interesse dentro da gerontologia, capazes de garantir a educação permanente.

Bulla (2002) relata que até a década de 1990, já haviam sido realizados no Rio Grande do Sul vários estudos sobre os idosos, mas a maior parte deles, de pequeno porte, isto é, abrangendo grupos reduzidos de pessoas ou aspectos muito específicos do envelhecimento. Havia necessidade de pesquisas mais abrangentes, que retratassem as condições reais de vida da população de todo o estado. Por conta dessa constatação, o Conselho Estadual do Idoso, em 1993, firmou convênio com 14 universidades gaúchas.

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