Educação no transito: Questões Toxicologia

ALFREDO UBIRAJARA BALEEIRO SANTOS

PSICOLOGIA  9º Semestre - Noturno

Questões Toxicologia

1 – A abordagem repressiva é ineficaz ao se atentar para o processo histórico que constata e evidencia tal ineficácia, tanto no Brasil como em outros países. Contudo, é ainda o modelo vigente/dominante no modo de lidar com a questão das drogas no país. Há que se considerar a falência e incoerência da postura repressiva, nesse contexto, através de fatores em evidencia, como a de que o uso de drogas adquire simbologia e caráter que representa diretamente o tipo de sociedade que temos, além de se tratar de uma condição histórica que acompanha as sociedades, logo também, o mesmo se dá com o uso abusivo das substancias. Com isso, se compreende que o uso de drogas é uma condição social gerada justamente por contextos prévios de vulnerabilidade social já produzidos. Assim, uma postura coerente buscará precisamente apontar tais fatores que geram a vulnerabilidade, buscando enfrenta-los e superá-los. Contudo, o que a postura repressiva faz através do senso comum e dos meios políticos e institucionais, é o de incidir sobre o resultado desses contextos, que é combater o uso das drogas e seus usuários, geralmente criminalizando-os e alimentando o tráfico de drogas na medida em que se supõe combatê-lo, através do modelo policial, resultando em violência e aumento do número de mortes relacionadas às drogas. Em níveis de exemplo dos dois modelos, por fim, temos o Uruguai, que com a regularização da maconha zerou o número de mortes relacionadas à droga, ou os EUA na década de 80 que propositalmente inseriu o crack nos bairros negros/periféricos como medida “extra-institucional” de higienização, o que demonstra as condições políticas e ideológicas camufladas no modelo repressivo.

2 – O autor indica que a postura liberal sobre as drogas traria consequências prejudiciais à sociedade, seja a nível individual ou social, pois com a liberalização há uma tendência epidemiológica que causaria aumento do número de usuários adictos. Isso traria ao contexto social, no sentido epidemiológico, o aspecto de envolver outras pessoas indiretamente na problemática, assim como também um possível aumento da criminalidade, que para o autor, é consequência dos conflitos gerados pelo uso. Logo, se considera uma série de estruturações sociais que impossibilitam a postura liberal.

3 – É necessário entender que no contexto brasileiro a criminalização do uso de drogas visa atingir uma classe social e étnica específica, a de pobres e pretos. Tal argumento adquire referencia nos dados de prisões e mortes relacionadas a esse fator, em que, por exemplo, um jovem de classe média alta é tratado de modo diferente de um jovem negro da periferia ao ser pego com determinada quantidade de substancia, seja no senso comum ou no meio jurídico, enquanto para o primeiro é compreensível, o segundo logo é considerado traficante, isso quando não é assassinado e enquadrado nos chamados “autos de resistência”. Assim como não é a toa que a problemática do tráfico de drogas atinge diretamente e especialmente as populações das periferias brasileiras, e não os grandes narcotraficantes e suas vinculações políticas e econômicas. Outra questão, é que a criminalização torna as pessoas adictas criminosas, e não pessoas adoecidas e compreendidas no âmbito da saúde. Economicamente, apesar do argumento de que os que defendem a regularização das drogas tem interesses financeiros de arrecadação, omitem que é justamente sua proibição que está inserida em um complexo ciclo de influencias financeiras imensamente lucrativas, já que é um mercado capitalista totalmente livre de qualquer controle. E são esses apenas alguns aspectos que envolvem as duas posições.