Entrevista Psicologica

UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP

PSICOLOGIA

Realização e observação de entrevista: Adolescente

São José dos Campos,SP

2014

Realização e observação de entrevista: Adolescente

Trabalho do Curso de Desenvolvimento do Ciclo Vital

São José dos Campos, SP

2014

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo aproximar os alunos de psicologia do primeiro ano à prática analítica utilizando o contato direto com adolescente através de uma entrevista, possibilitando a atuação em campo com aplicação de conceitos teóricos adquiridos no curso de Psicologia do conhecimento do Ciclo Vital.

A complexidade da adolescência fundamenta-se pelo conflito entre discussões puramente biológicas e o conceito mais atual que caracteriza esta fase como um fenômeno cultural em que o ser em desenvolvimento enfrenta alterações decisivas do ciclo vital, tais como autonomia psicológica e inserção social com ausência da mediação familiar, o que muitas vezes provoca barreiras para o mundo adulto.

Muito se construiu na literatura sobre o assunto, estudos de Staley Hall (1844 a 1924) propõe um conceito teórico de “segundo nascimento” em que a transição ocasiona turbulência relacionada às transformações do período. Mas foi Anna Freud (1895 – 1982) a primeira a discorrer amplamente sobre este período

específico do desenvolvimento humano, relatando de forma detalhada a grande flutuação sofrida pelo adolescente descrevendo a divergência de sentimentos tais como exaltação versus indiferença, isolamento versus agrupamento e otimismo versus pessimismo. Mais modernamente, Aberastury (1992) de forma dramática descreve o Luto sofrido pelo adolescente como perda dos “país da infância”, do “papel da infância” e do corpo infantil, finalmente Maurício Knobel descreve de maneira muito acadêmica o que chamou de Síndrome normal da adolescência. Não podemos deixar de relatar o importantíssimo trabalho de Jean Piaget (1896 – 1980) mais relacionado ao desenvolvimento educacional de aprendizagem, relatando a complexa evolução do modelo mental na adolescência, baseado em um raciocínio sistemático que compreende técnicas de combinação, permuta, reversibilidade, multiplicação e desenvolvimento da probabilidade, que muitas vezes, principalmente se não adequadamente orientados leva a formação de modelos sem validade lógicas fruto de induções e deduções apressadas comum neste momento de conflitos pessoais e Rebeldia.

O objetivo deste trabalho é a realização de entrevista estruturada com um adolescente, introduzindo o aluno nesta prática comum do profissional psicólogo, trazendo a oportunidade de identificar os conceitos teóricos estudados através da observação em um personagem real

adolescente.

Com base nas informações extraídas dos livros e ideias dos pensadores modernos, podemos remontar um pensamento mais plausível e confiável no que tange a vida, ciclos, e respostas sobre o comportamento dos adolescentes, ficou muito claro desde muito tempo que o comportamento não só dos adolescentes, mas do ser humano não pode ser julgado através de pressupostos somente culturais, somente emocionais ou somente biológicos, mas que estes e outros fatores se relacionam entre si trazendo mapas e teorias significativas promovendo o entendimento sobre o “eu” humano; e em nosso tema abordado o “eu” do adolescente.

Comecemos com duas fontes deste entendimento, o biológico e o psicológico.

2. MUDANÇAS BIOLÓGICAS

As mudanças biológicas possuem uma participação muito grande no desenvolvimento do ciclo vital do adolescente, sendo o estopim para essas transformações a puberdade, do latim pubertate por significado “idade viril” e também do verbo pubescere que significa “cobrir se de pelos na região púbica”. David Paul Ausubel descreve três diferentes níveis de transformações corporais na Adolescência. (AUSUBEL,1965).

No primeiro nível ocorre na hipófise anterior a ativação dos hormônios gonadotróficos, hormônios que são primordiais para o desenvolvimento e são eles que provocam mudanças sexuais e corporais nesse período.

No segundo nível aumentam os hormônios suprarrenais,

ocorre a secreção de somatrofina o famoso hormônio do crescimento, começa então a produção de óvulos ou espermatozóides nas glândulas de reprodução.

No terceiro nível há um desenvolvimento dos caracteres sexuais sendo divididos em duas formas:

- Desenvolvimento dos caracteres sexuais primários:

- Aumento do pênis e dos testículos no garoto

- Aumento da vagina e do útero na garota

- Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários:

- Mudança da voz

- Modificação da cintura e da pelve, aparecimento de pelos no púbis e nas axilas, diferentes de acordo com o sexo.

- Aumento das mamas consequência do desenvolvimento glandular e distribuição de gorduras nos jovens.

- Aparecimento da barba no homem.

Na puberdade a estrutura óssea e muscular representa 60% do peso enquanto na infância era 30%. (Griffa & Moreno, 1993), a força do jovem triplica nesta fase, nas meninas ocorrem entre os 12 e 13 anos ocorre a menarca que é algo muito significativo para a menina que começa a se ver como uma mulher, essas transformações trazem um papel muito significativo para as atitudes tomadas desde então pelos adolescentes.

3. MUDANÇASNO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO

Dentro do parâmetro de desenvolvimento podemos encontrar algumas teorias que nos ajudam