Epistemologia e Métodos Clínicos
Por: Kelvis Ribeiro • 18/6/2018 • Ensaio • 1.227 Palavras (5 Páginas) • 222 Visualizações
Universidade de Brasília – UnB
Instituto de Psicologia – IP
Departamento de Psicologia Clínica – PCL
Epistemologia e Métodos Clínicos – 2/2018 – Código: 106437
Responsável: Prof. Maurício S. Neubern
Epistemologia & Métodos Clínicos
Ementa
Epistemologias da psicologia clínica na ciência moderna. Diversas propostas de conhecimento do outro, O mestre fundador e comunidade científica na produção e legitimação do conhecimento. Relações entre epistemologia e metodologia. Métodos clínicos e qualitativos na abordagem do real. O pesquisador, o contexto, a teoria e os instrumentos. Pesquisa e intervenção. Epistemologias contemporâneas.
Programa
Objetivos
Geral – Conhecimento geral das relações entre epistemologia e métodos clínicos em psicologia.
Específicos
- Conhecimento das relações de realidade e suas relações com as escolas de psicologia;
- Compreensão dos processos de influência e construção em pesquisa clínica;
- Compreensão da legitimidade em pesquisa clínica;
Conteúdo Programático
Unidade I – A Psicologia Moderna e o Problema da Hipnose
Noções de epistemologia. O grande paradigma do conhecimento ocidental e suas noções de realidade. O nascimento da psicologia clínica. Hipnose como ruptura do projeto moderno de ciência. O dilema fabricação/revelação. A marginalização da hipnose. Estratégias de poder e a criação das escolas. O mal-estar moderno e a diversidade de escolas. Disjunções e reduções na concepção do saber psicológico. Inovações de Milton Erickson. Da dicotomia à dialógica entre clínica e pesquisa.
Unidade II – Semiótica de Charles Peirce como Alternativa de Pesquisa Clínica
A noção de signo e os modos de experiência (fenomenologia). Iconicidade e hipoícones (imagens, diagramas e metáforas). Hipnose enquanto comunicação e transe. O ser singular, seus modos de produção semiótica e o papel do transe. Modos de construção da pesquisa. Impressão, descrição e interpretação.
Unidade III – O Papel do Sentir na Construção da Pesquisa
Todo bom clínico é essencialmente um pesquisador. O sentir como ícone do processo relacional. Primeiridade, impressões e hipoícones. A dimensão inconsciente individual e partilhada. Metáforas do sujeito. Transe, influência e fabricação. O acesso ao mundo do outro. Algumas contribuições da fenomenologia de Husserl. Métodos fenomenológicos.
Unidade IV – O Papel das Descrições e das Interpretações
Descrição e materialidade em pesquisa. Secundidade e o papel de índices e diagramas. A noção de padrão. Terceiridade, interpretação e reflexividade. O papel de símbolos e metáforas. A noção de dispositivo. A construção da informação e o problema da legitimação. Patologias do saber ou epistemopatias. Coreografia, drama e hipnose. Pesquisas narrativas.
Unidade V – O Pesquisador como Sujeito
O pesquisador como sujeito e representante de vários ethos. Sujeito, teorias e ethos teórico. A noção de escola. Subjetividade e subjetivismo. A pesquisa clínica como encontro de mundos. Reconciliação com os próprios ethos. Possuir ou ser posse de uma teoria. Transe como arena de negociação ética. Pesquisas etnopsicológicas.
Avaliação
Trabalho Final ......................................................... 60%
Apresentação em Grupo ..................................... 30 %
Auto-avaliação .................................................... 10%
Total ................................................................... 100%
O trabalho final consistirá num texto monográfico individual, contendo entre 15 e 20 páginas, na seguinte formatação: fonte times new roman 12, espaço 2,0, margens 2,5 e normas da APA referências e citações. Poderá abranger usos da hipnose (terapêuticos, de pesquisa e ensino), como também tecnologias culturais e artísticas que adotam técnicas de transe. O trabalho será entregue em duas etapas a serem marcadas em seu prazo de entrega com a turma. Cada etapa de entrega comporá metade da nota total do trabalho. Ao receber a primeira versão do texto, o professor o avaliará, com as recomendações e correções necessárias, e o devolverá ao aluno, para que o prepare para a entrega definitiva.
A apresentação dos grupos será sobre alguma forma artística de expressão (dança, teatro, pintura, fotografia, literatura, etc) e os possíveis modos de abordá-la numa pesquisa clínica.
O sistema de classificação de notas aqui adotado, assim como o mínimo exigido de presença nas aulas (75%), é o da Universidade de Brasília, SS, MS, MM, MI, II, SR (www.unb.br).
Referências:
Básicas
Colapietro, V. (1989). Peirce’s approach to the self. New York: Suny (*).
Neubern, M. (no prelo). Clínicas do Transe: Etnopsicologia, Hipnose e Espiritualidade no Brasil. Curitiba: Juruá. (previsão para 2018).
Santaella, L. (2011). Matrizes da Linguagem e do Pensamento. Sonora, visual e verbal. São Paulo: Iluminuras.
Complementares (*) (**)
- Chertok, L., & Stengers, I. (1989). Le Coeur et la raison. L’Hypnose en question, de Lavoisier à Lacan. Paris: Payot. (*)
- Clément, C. (2011). L’appel de la transe. Paris : Stock.
- Clifford, J. (2008). A experiência etnográfica. Rio de Janeiro: Ed UFRJ.
- Creswell, (2013). Qualitative inquiry and research design. London: Sage Publications. (*)
- Cuche, D. (2002). A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC.
- Demo, P. (2000). Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas.
Denzin, N. & Lincoln, Y. (2011). The sage handbook of qualitative research. Washington: Sage. (*)
O’Donohue, W. (2013). Clinical Psychology and the Philosophy of Science. London: Springer.
Erickson, M. & Rossi, E. (1979). Hypnotherapy: an exploratory casebook. New York: Irvington.
Erickson, M. & Rossi, E. (1980). The collected papers of Milton Erickson, MD (4 vols). New York: Irvington.
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