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Epistemologia genética para Piaget

Tese: Epistemologia genética para Piaget. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/11/2014  •  Tese  •  1.950 Palavras (8 Páginas)  •  516 Visualizações

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Fundamentação teórica

A consistência da obra de Piaget faz com que ela seja extremamente importante, e o fato de a inteligência ser um tema que se encontra em qualquer abordagem psicológica, acaba propiciando com que se utilize Piaget não apenas na perspectiva intrínseca da inteligência, mas também em outras como afetividade, moral e evidentemente educação.

Piaget é considerado, dentre outros autores da psicologia, como um dos mais importantes, tendo até mesmo sido chamado de Einstein da psicologia. Não é exagerado dizer que os dois maiores e mais importantes autores na psicologia são Freud, por um lado e Piaget, por outro. Bom, seguem abaixo alguns conceitos de Piaget.

Epistemologia genética para Piaget:

A obra de Piaget trata da questão do desenvolvimento da inteligência e da construção do conhecimento. Ele batizou sua teoria de epistemologia genética. Epistemologia porque é a filosofia da ciência, ou seja, a parte que estuda o fenômeno da ciência do conhecimento e genética significa uma epistemologia da construção do conhecimento. Genética não deve ser entendido no sentido habitual de genética, como cromossomos, por exemplo, mas de gênese, ou seja, de evolução.

Eis a grande pergunta que Piaget tentou responder durante toda sua vida: “Como os homens constroem o conhecimento?” ou seja, como eles passam de um nível de conhecimento X para um nível de conhecimento X+1.

Como a criança é o ser que mais constrói conhecimento, ele fez essencialmente pesquisa com crianças, mas a sua pergunta não é de psicologia da criança, sua pergunta é epistemológica “Como é que os homens, sozinhos ou em conjunto, constroem conhecimento?” Que processos, por quais etapas, eles passam para conseguir fazer isso?

Inteligência para Piaget:

Para Piaget, inteligência deve ser definida enquanto função e enquanto estrutura. Enquanto função, para Piaget, a inteligência é uma adaptação, ou seja, os processos da inteligência tem a finalidade do sujeito sobreviver, adaptar-se ao meio, modificar o meio para adaptar-se melhor a ele. Essa é a função da inteligência.

Do ponto de vista estrutural da descrição da inteligência, ela é uma organização, ou seja, dos processos que permitem, e se a organização for complexa, requer um nível de conhecimento superior, um nível de organização menos complexa, um nível de conhecimento inferior.

A inteligência é uma organização e o crescimento da inteligência não se dá por acúmulo de informações, mas, sobretudo por uma reorganização da própria inteligência, ou seja, crescer é reorganizar a própria inteligência para ter mais possibilidades de organização.

Assimilação para Piaget:

Esse conceito, Piaget retira da biologia e, na sua psicologia, assimilação é descrita pelo professor La Taille da seguinte maneira: quando uma pessoa entra em contato com o meio, com o objeto de conhecimento, retira desse objeto algumas informações. Essas informações retidas se constituem de uma maneira, diferente de outra possibilidade, pelo fato de existir uma organização mental.

Na verdade, assimilação significa interpretação, ou seja, ver o mundo. Porém, não é simplesmente olhar o mundo, mas sim conjuntamente interpretá-lo. Assimilar, então, seria apropriar-se de alguns elementos do mundo e isso implica necessariamente em assimilar algumas informações e deixar outras de lado.

Acomodação para Piaget:

Outro conceito central na obra de Piaget é o conceito de acomodação.

Acomodação, nas palavras do professor La Taille, pode ser entendida da seguinte maneira: as estruturas mentais – entende-se estruturas mentais a organização que a pessoa tem para conhecer o mundo – são capazes de se modificar para dar conta das singularidades do objeto.

Se juntar assimilação e acomodação, verá que conhecer um objeto é assimilá-lo, mas como esse objeto oferece certas resistências ao conhecimento, a organização mental se modifica, e a esse processo de modificação dá-se o nome de acomodação.

Equilibração para Piaget:

Como o próprio nome diz, equilibração indica a ideia de equilíbrio, ou seja, o sujeito que entra em contato com o objeto novo pode ficar em conflito com esse objeto, no sentido de “desequilibrado”.

Equilibração serve como uma metáfora: o objeto não se deixa conhecer facilmente, ele tem algumas coisas diferentes, singulares, então, o sujeito fica em conflito, desequilibrado. Para conhecer esse objeto ele tem de acomodar-se ao mesmo, ou seja, modificar-se para dar conta desse objeto, e tal processo é a busca de equilíbrio, então, esse na verdade é a estabilidade da organização mental que dá conta do conhecimento.

O fato de o conceito de equilibração ser central se dá pelo fato de o processo de crescimento da inteligência se dá pelo desequilíbrio e reequilíbrio do sujeito e suas estruturas cognitivas. É um processo dinâmico, por isso Piaget gosta da palavra equilibração e não equilíbrio. Equilíbrio daria a impressão de algo estável, equilibração sugere algo móvel e dinâmico.

Abstrações empíricas e reflexivas para Piaget:

São centrais em Piaget pela seguinte razão: abstrações empíricas são as informações que eu retiro do meu objeto do conhecimento, eu olho um quadro e abstraio desse quadro algumas informações. É empírica, pois estou retirando essa informação do objeto do conhecimento. Nesse processo, porém, posso pensar na minha maneira de me relacionar com esse objeto de conhecimento. A abstração reflexiva é justamente as informações que eu retiro, não do objeto de conhecimento, mas da ação sobre esse objeto. Por exemplo, se eu pego um livro e peso esse, livro depois comparo o mesmo livro com um mais pesado ou menos pesado, faço uma abstração empírica: o peso dos livros. Faço também, uma abstração reflexiva que é o fato de eu estar comparando o peso dos dois livros. Pensar sobre o meu agir é uma maneira de fazer abstração reflexiva.

Para Piaget, a construção do conhecimento se dá a partir da criança pensar sobre o mundo e pensar sobre a sua ação sobre o mundo, ao que se chama de abstração reflexiva.

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