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Estruturas que Formam o Sistema Nervoso

Por:   •  20/10/2022  •  Resenha  •  6.841 Palavras (28 Páginas)  •  88 Visualizações

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Faculdade de Ciências da Saúde - FACS

“A dúvida é um dos nomes da inteligência.” Jorge Luís Borges (escritor argentino)

ESTRUTURAS QUE FORMAM O SNC

Nesta apostila vamos analisar mais detalhadamente as estruturas que formam o SN partindo, para tanto, dos revestimentos dele.

REVESTIMENTOS DO SNC

MENINGES

O SNC é sustentado e protegido por revestimentos ósseos e membranosos. O encéfalo fica localizado no interior da cavidade craniana, enquanto a medula espinhal fica no canal vertebral, no interior da coluna vertebral. No interior de seus revestimentos ósseos, o encéfalo e a medula espinhal são circundados por três envoltórios concêntricos membranosos. A membrana mais externa é a dura-máter, a média é a aracnóide-máter e a mais interna é a pia-máter. Essas membranas são denominadas meninges.

A membrana mais externa, dura-máter, é a mais espessa e resistente, formada por tecido rico em fibras colágenas e contendo vasos e nervos. A dura-máter do encéfalo difere da dura- máter espinhal por ser formada por dois folhetos, externo e interno, dos quais apenas o interno se continua com a dura-máter espinhal.

Traumatismos cranianos podem causar rompimento da principal artéria que irriga a dura- máter no encéfalo, com acúmulo de sangue entre a dura-máter e os ossos do crânio. Formam-se assim, os hematomas extradurais, que podem comprimir o encéfalo causando a morte em poucas horas se não ocorrer intervenção cirúrgica imediata. Esta membrana ao contrário das outras é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, a maior parte da sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, responsável, assim, pela maioria das dores de cabeça.

A membrana média, aracnóide-máter, é muito delicada e está separada da primeira por um espaço contendo pequena quantidade de líquido, necessário à lubrificação das superfícies de contato das duas membranas e suficiente para evitar a aderência das duas paredes. Espaço este denominado de subdural. A aracnóide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo, que contém o líquido cérebro-espinhal ou líquor, havendo ampla comunicação entre o espaço subaracnóideo do encéfalo e da medula.

E por fim, a pia-máter, a mais interna das meninges e que adere intimamente à superfície da medula e do encéfalo, cujos relevos e depressões acompanham descendo até o fundo dos

sulcos cerebrais. Ela é a responsável pela resistência dos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole.

Manifestação patológica característica destes envoltórios é a meningite, inflamação que pode ser decorrente de infecção por vírus, bactérias ou fungos. Os sintomas mais freqüentes são a dor de cabeça, a fotofobia, vômitos, febre e rigidez da nuca, este último um sintoma clássico. As meningites viróticas são normalmente brandas, enquanto que as bacterianas ou provocadas por fungos levam à lesão de nervos cranianos e do próprio encéfalo e quando não tratadas evoluem para o aumento da pressão intracraniana (devido à produção de pus), deslocamento encefálico e morte.

LÍQUIDO CEFALORRAQUIDIANO

O líquor, líquido cérebro-espinhal ou LCR é um fluido aquoso e incolor que ocupa o espaço subaracnóideo e as cavidades ventriculares. Sua função principal é servir de proteção mecânica do SNC, constituindo-se em um eficiente mecanismo amortecedor dos choques que o afetem. Uma segunda função do líquor está ligada à proteção biológica do SNC contra agentes infecciosos, permitindo que se distribuam por ele componentes do sistema de defesa do organismo.

A exploração clínica do espaço subaracnóideo ao nível da medula é facilitada por certas particularidades anatômicas da dura-máter e da aracnóide na região lombar da coluna vertebral. Sabe-se que estas duas membranas terminam em S2 enquanto a medula termina mais acima, em L2. Entre esses dois níveis o espaço subaracnóideo é maior e tem maior quantidade de líquor. Não havendo perigo de lesão da medula esta área é ideal para a introdução de uma agulha no espaço subaracnóideo com as seguintes finalidades:

  1. Retirada de líquor para fins de diagnóstico nas punções raquidianas  medir a pressão do LCR, presença de sangue (hemorragia), infecção, doença imune, ou células tumorais;
  2. Anestesias raquidianas empregadas em cirurgias, especialmente as da metade inferior do corpo;
  3. Introdução de substâncias que aumentam o contraste de radiografias, visando diagnosticar processos patológicos da medula na técnica chamada de mielografia.

Patologia característica deste componente do SNC é a hidrocefalia, que é o acúmulo de líquor no encéfalo causado por processos que interfiram na produção, circulação ou absorção deste líquido. O aumento da quantidade de líquor leva a uma dilatação dos ventrículos e compressão do tecido nervoso de encontro ao estojo ósseo. Quando ocorre durante a vida fetal, período no qual ainda não ocorreu a solda dos ossos cranianos, há grande dilatação da cabeça da criança, o que freqüentemente dificulta o parto.

ESTRUTURAS COMPONENTES DO SNC

MEDULA ESPINHAL

A medula apresenta forma aproximadamente cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido ântero-posterior. Seu calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações situadas em nível cervical e lombar. Elas correspondem às áreas em que fazem conexão com a medula as grossas raízes nervosas, destinadas a inervação dos membros superiores e inferiores. A formação destas dilatações se deve, portanto, à maior quantidade de neurônios e de fibras nervosas que entram e saem destas áreas e que são necessárias a inervação destes membros.

Estrutura mais caudal do SNC recebe informações da pele, das articulações e músculos do tronco e dos membros, ou seja, de todo o corpo com exceção da cabeça, e constitui-se na estação final para o envio de comandos motores. Os corpos celulares dos neurônios situam-se na sua parte central (área acinzentada ao corte transversal), e as vias ascendentes e descendentes estão localizadas na periferia (funículos, de aspecto esbranquiçado). Esta disposição confere à região central uma aparência de borboleta. A parte anterior das “asas da borboleta” é denominada coluna ventral, e a parte posterior é denominada coluna dorsal. A região medial da parte central é chamada de coluna intermédio-lateral e contém os neurônios autonômicos pré-ganglionares do sistema nervoso autônomo  SNA, mas ela só aparece entre as vértebras de T1 e L2, e de S2 e S4.

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