Estudo de Caso
Por: Christiane Karloh • 7/6/2018 • Trabalho acadêmico • 632 Palavras (3 Páginas) • 294 Visualizações
DESCRIÇÃO DO CASO
Paciente P., 11 anos, iniciou a terapia cognitivo comportamental em maio de 2018, por encaminhamento familiar. Seus pais vieram na primeira consulta para conversar sobre o filho. Relataram que o mesmo é uma criança dócil, responsável,educada e carinhosa. J. possui bom desempenho escolar, é jogador de futebol amador, tem muitos amigos, apresenta uma boa relação com sua família, amigos e professores. Nos momentos vagos, procura sempre ir a praia com seus pais, jogar videogame e futebol. Não apresenta traços de agressividade, e está cognitivamente dentro de sua etapa desenvolvimental. Os pais também relataram que J. parece ter mais intimidade e liberdade com sua mãe do que com o pai, se sentindo mais à vontade para falar sobre suas notas escolares, o desempenho no futebol e até mesmo para pedir para comprar alguma coisa, coisa que com o pai, J. não faz. Sempre foi muito comparado com a figura do seu pai pelas pessoas, inclusive pelo próprio pai, que relata o tempo todo que o filho se parece muito com ele em todos os aspectos.
O pai também trabalha na equipe de futebol onde o filho treina, e é muito bem sucedido profissionalmente. A mãe disse que há algum tempo vem observando que J. tem demonstrado uma certa ansiedade quando seu pai assiste seus treinos no futebol, com receio de não ter um bom desempenho e decepcionar o pai. Além disso, quando J. tira uma nota 6.0, por exemplo, chora, dizendo que deveria ter tirado uma nota mais alta e fica com medo de contar para o pai, mesmo sabendo que seu pai vai apoiá-lo. O pai nunca exerceu nenhum tipo de cobrança ou exigência em relação ao filho.
Os pais queixaram-se que J. apresenta ansiedade em determinadas situações, como evitar comprar um remédio na farmácia, entrar numa loja para comprar roupa, pedir de volta dinheiro que emprestou aos colegas da escola, dentre outras situações semelhantes. O pai vem tentando modificar o comportamento de J. nessas situações, e comentou sobre o fato do filho falar muito "baixinho" com as pessoas e olhando sempre para baixo.Os pais decidiram procurar o tratamento com o objetivo de melhorar a ansiedade social e promover uma relação mais intima e aberta com o pai.
Durante o processo terapêutico com J., verificou-se as seguintes verbalizações: "Eu preciso da aprovação do meu pai","tenho sempre que tirar notas muito altas nas provas","Não posso ter um mal desempenho no jogo de futebol", "as pessoas estão sempre reparando no tom da minha voz e me avaliando negativamente", "se eu entrar numa loja pra comprar uma roupa, o vendedor vai achar que falo muito baixo", "preciso sempre fazer tudo perfeito", "não posso falhar nunca", "tenho sempre que agradar meus amigos".
Além disso, desde pequeno, a família de J. sempre o comparou muito com o seu pai, tanto nos aspectos relativos a personalidade, quanto na aparência física. Inclusive o pai freqüentemente fala que seu filho é ele em "miniatura". O pai, desde criança sempre foi muito bom em matemática, alem de ser craque em futebol e de alguma forma, J. se sentiu pressionado a ter um desempenho tão bom quanto o de seu pai, tornando-se uma criança extremamente perfeccionista e exigente consigo mesmo. Seus pensamentos disfuncionais incluem várias modalidades, como: dicotômico, observado
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