Estudo de Casos
Por: Ana Paula Barreto • 12/4/2021 • Resenha • 856 Palavras (4 Páginas) • 143 Visualizações
Estudo de casos
Assim, vamos ler no livro Análise do Caráter de Wilhelm Reich os estudos de caso no IV Capítulo, da página 64 `página 86.
Discutir, em grupos de 4 pessoas, as três questões abaixo relacionadas:
1) Tentar identificar a diferença entre a forma de expressão do paciente, dos casos lidos, e o conteúdo verbal,.
No 1º caso, Um caso de sentimentos evidentes de inferioridade, o paciente se expressava de forma suave, monótona e hesitante; chorava manso ao falar, envergonhava-se de suas lágrimas e calava-se por longo tempo; tom da narração percebia-se grande animosidade em relação à natureza dominadora, fria e antipática do irmão; frases curtas, poucas expressivas.
Tais expressões se relacionam com os conteúdos verbais do paciente que de forma repetida se queixava de que:
"não sentia nada";
"a análise não tinha nenhum efeito sobre ele"
"a análise não lhe fazia nada";
"Não podia influenciá-lo";
"a que é que levava";
"estava totalmente frio" etc.
Restou claro que o paciente exigia apenas amor e especialmente reconhecimento e sempre se comportava defensivamente, particularmente em relação a homens de aspecto viril (como seu irmão, segundo o paciente). Transferiu ao analista esse sentimento relacionado ao irmão, o que demonstrava nitidamente a manifestação de uma couraça (defesa narcísica) existente entre a análise e o material oferecido pelo id. E sabe-se que toda resistência é formada por um impulso do id, que é evitado, e por um impulso do ego, que evita. Ambos os impulsos são inconscientes.
Já no caso 2, o paciente apresenta uma forma de expressão diferente. Aparentava um comportamento livre, seguro de si; emoções violentas e com alto grau de encenação no início do tratamento e ridicularizava a análise e o analista. Ele se expressava de forma fria e sua voz era suave e sutilmente irônica. Chorava ao falar da morte da mãe; mas nem o choro nem o praguejar nem qualquer das suas outras emoções indicava sinceridade ou naturalidade. Sempre sorrindo de tudo o que dizia; agressividade presente (uma outra vez, bateu no braço do analista à despedida.
Tais expressões se relacionam com os conteúdos verbais do paciente que desafiavam/buscavam provocar o analista, como:
“Certo, de acordo com a teoria analítica, lemos aqui de novo o complexo de castração?” após contar o fato da mãe ter-lhe dado uma facada na mão após uma malcriação.
“Nada pode me fazer mal; sou imune a tudo".
pergunta: " o que eu faria se ele me agarrasse pela garganta ?"
“Vai ficar satisfeito, doutor. Ocorreu-me uma coisa engraçada. Na língua de minha mãe, a palavra tijolos’ significa 'testículos de cavalo’. É boa, não é? Veja, é o complexo de castração”.
Quando o analista chamava à atenção para o caráter resistente do comportamento do paciente, simplesmente ele sorria de novo e repelia, depois de
um período de silêncio, a palavra “resistência” várias vezes, num tom de voz claramente irônico.
Relacionando mais intimamente seu sorriso com o suposto medo infantil. A excitação ao falar da morte da mãe fora certamente verdadeira. Sua relação com a mãe fora ambígua, com certeza ele não só a temera e zombara dela como também a amara.
O conteúdo manifesto dos sonhos do paciente era bastante típico de fantasias simbólicas de castração. A morte da mãe e o sentimento de abandono infantil estavam claramente insinuados.
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