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Estética E Imagem Corporal

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Por:   •  27/3/2015  •  663 Palavras (3 Páginas)  •  594 Visualizações

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Segundo Adami, Fernandes, Frainer e Oliveira (2005), a imagem corporal é um complexo fenómeno humano que envolve aspectos cognitivos, afectivos, sociais/culturais e motores. Está intrinsecamente associada com o conceito de si próprio e é influenciável pelas dinâmicas interacções entre o ser e o meio em que vive. O seu processo de construção/desenvolvimento está associado às concepções determinantes da cultura e sociedade. Efectivamente, o ideal de estética corporal foi sofrendo alterações à medida que os valores, normas e comportamentos foram mudando. É compreensível que, no seio de uma cultura que valoriza, acerrimamente, a magreza, uma verdadeira “cultura do magro” (nomeadamente a cultura ocidental), se procure atingir esse ideal de beleza. Quando tal não acontece, entra-se em situação de insatisfação corporal, a qual, segundo Warren, Gleaves, Benito, Fernandez e Ruiz (2005) consiste numa “avaliação subjectiva negativa da aparência física”, o que terá, inevitavelmente, repercussões a nível psicológico.

Com vista a alcançar uma efectiva satisfação com a imagem do corpo, isto é, corresponder aos ideais estéticos da cultura de pertença, recorre-se a dietas, ao exercício físico exagerado, ao uso de diuréticos, laxantes, entre outros. De acordo com Morgan, Vecchiatti e Negrão (2002), tais comportamentos redundam, cada vez em maior número, no desenvolvimento de transtornos alimentares, como a anorexia e bulimia nervosas, as verdadeiras doenças dos países industrializados e, cada vez mais, dos países em desenvolvimento, dado o fenómeno contemporâneo da globalização, urbanização e o papel central dos media. Com efeito, os mesmos autores referem que “a urbanização levaria a uma maior exposição ao ideal de magreza através dos media, além de propiciar mudanças de hábitos alimentares (ex., “fast-food”), sedentarismo e um maior número de pessoas com sobrepeso e obesidade” (p. 21).

Segundo Vilela, Lamounier, Filho, Neto e Horta (2004), “a anorexia nervosa consiste numa distorção da imagem corporal onde os indivíduos não se percebem magros mas sempre gordos, continuando a restringir as suas refeições de uma maneira ritualizada”, apesar da magreza extrema. Na bulimia, os doentes mantêm o peso próximo do normal, alternando crises de hiperfagia com vómitos auto-induzidos.

Todavia, numa sociedade onde vigoram hábitos alimentares muito pouco saudáveis (cujo exemplo principal são os Estados Unidos da América, com a fast food, que se espalhou por todo o mundo), é evidente a falta de vontade de muitos para se submeter a tais ideais de magreza, entregando-se ao prazer de comer, sem quaisquer regras ou limites. Consequentemente, desenvolve-se a obesidade, a qual é considerada uma doença, caracterizada por um excesso de tecido corporal gorduroso, que provoca ou acelera o desenvolvimento de várias doenças, principalmente cardiovasculares (hipertensão alta, colesterol, …) e que causa a morte precoce (Ballone, 2003). Nesta perspectiva, podemos considerar que na sociedade capitalista subsistem duas situações antagónicas: por um lado, a anorexia, caracterizada pela “negação” excessiva da satisfação da necessidade biológica da ingestão de alimentos e, por outro lado, a obesidade, cuja característica principal é a “aceitação” da satisfação dessa mesma necessidade, de uma forma contínua e abusiva. Com efeito, segundo

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