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Eu nunca lhe prometi um jardim de rosas - Hanah Green - Resenha critica

Por:   •  2/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.032 Palavras (5 Páginas)  •  888 Visualizações

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Resenha critica

Psicopatologia especial

 

NUNCA LHE PROMETI UM JARDIM DE ROSAS

Hannah Green

Romance e psicanálise

Este livro descreve o relato da experiência de Deborah Blau, uma adolescente que aos dezesseis anos, após um longo processo de adoecimento e progressivo sofrimento mental, foi internada pelos pais num Hospital psiquiátrico.

A Narrativa nos desvela os sintomas e sofrimentos de quem sofre com a doença denominada “esquizofrenia”. Os relatos nos permitem refletir em relação à vulnerabilidade psíquica do ser humano diante dos detalhes da vida, que as vezes ocupam lugar, comum ignorando o grande impacto que atitudes, comportamentos, palavras podem provocar em nossas vidas; da falta temporária da presença, carinho, atenção, do calor da mãe, ainda quando bebês; das situações do dia-a-dia; das relações com os outros, de um simples olhar ou comentário de um colega, do pai, enfim, do ambiente em que se vive. E o quanto tudo isso nos afeta interiormente.

Deborah vive grande sofrimento entre dois mundos, um real e o reino de Yr. Interessante compreender que na sua vivencia ambos mundos são aversivos, ainda que empreenda fuga da realidade para um mundo paralelo, por se tornar aversivo além do que possa suportar, tanto um quanto o outro, produzem ameaças, angustias e sofrimentos. Dessa forma agravando cada vez mais os sintomas e aprofundamento da patologia.

Através da leitura desse livro, algumas reflexões são importantes, Tais como contexto da narrativa da experiência da internação de Deborah num hospital psiquiátrico e o momento que vivemos no que diz respeito políticas públicas e, luta antimanicomial. De certa maneira o livro nos mostra que ao ser internada, o quadro de Deborah de alguma maneira aparentemente se agrava. Suas crises se intensificam, a jovem no primeiro momento de internação passa por mais circunstancias que a colocam cindida com a realidade. Além de vivenciar mais uma vez o abandono dos pais. Porém, essas crises se tornam de maior grandeza, sendo deflagrada através de atitudes de funcionários ou, outros pacientes. Comportamentos de violações, agressões, ameaças, tornando esse contexto do hospital psiquiátrico em certas circunstancias um ambiente de estímulos aversivos que colaboram como estopim para eliciar crises.

Caso Deborah não tivesse sido internada num hospital psiquiátrico, talvez o convívio com os familiares, seu lar poderia tornar-se um ambiente mais controlado, menos aversivo, mais colaborativo no sentido de maior equilíbrio emocional. Permitindo maior sustentação de realidade, talvez assim facilitando uma reorganização de seu mundo interno, ressignificando e transformando sua vida, minimizando suas crises e voltando a consciência do seu ser no mundo.

Lembro que estamos realizando uma resenha crítica, com isso não estou desqualificando os bons trabalhos e resultados realizados por instituições, hospitais psiquiátricos. Cônscios também que muitas vezes, é justamente a casa, o lar, a família, o principal lugar e fonte de adoecimento das pessoas. O teólogo Martinho Lutero diz que “família pode ser um lugar de aniquilamento ou prosperidade. ” Se a família é um lugar de adoecimento, bem instrumentalizada e capacitada, pode se tornar um lugar de cura.

Infelizmente nossa sociedade, como lemos no livro da Tânia Cociuffo (Encontro marcado com a loucura), doença mental ainda coloca rótulos de “os loucos”, violentos, que precisam ser higienizados do convívio social. Preconceito que se estende por transferência a quem precisa da ajuda do profissional de Psicologia ou, atributo que acaba cedido aos próprios que Psicólogo que exerce a profissão.

Dessa maneira Deborah, sendo acompanhada pela Dra. Fried, uma psiquiatra comprometida, consciente da sua responsabilidade, com visão correta de homem e de mundo. Somada a McPherson um funcionário do hospital psiquiátrico que a tratava de maneira muito humanizada, bem como Carla uma paciente que se tornou uma amiga. Essas pessoas em três áreas distintas de atuação e campos de forças diferentes, contribuíram para restabelecimento da saúde mental de Deborah.

Um desafio se descortina diante de nós, estudantes, estagiários de psicologia, psicólogos, que buscamos o valer da profissão como uma atuação que seja necessária e imprescindível na nossa sociedade. Essa visão de homem e de mundo, que na nossa formação e atuação profissional, nos permite compreender o ser humano de maneira contextualizada, sem preconceitos, ideologias ou diferenças. Essa capacitação e instrumentalização, nos interpela e desafia a trazer essa discussão e conscientização de todas as formas possíveis e cabíveis, a tempo e fora de tempo, cientes da urgência de compartilhar o resgate dessa necessidade. Independentemente de quem somos ou, onde estamos, pessoas são mais importantes que coisas, humanos precisam tratar com humanidade os humanos. Segundo o filósofo Martin Buber, o Ser é Ser de relação, acontece entre o Eu e o Tu, e denomina-se relacionamento Eu-Tu. A inter-relação que envolve o diálogo, o encontro e a responsabilidade, entre dois sujeitos e/ou a relação que existe entre eles.

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