FICHAMENTO - SUBVENÇÕES PARA VISTAS DE SEXUALIDADE EM APOIO
Projeto de pesquisa: FICHAMENTO - SUBVENÇÕES PARA VISTAS DE SEXUALIDADE EM APOIO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Lorrane.romanni • 1/12/2014 • Projeto de pesquisa • 1.161 Palavras (5 Páginas) • 420 Visualizações
FICHAMENTO – SUBSÍDIOS PARA REFLEXÃO SOBRE SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA
Edna Maria Peters Kahhale
Contextualização
A primeira determinação do sexo seria em princípio a determinação genética ou biológica. No entanto, ele é constituído no indivíduo não só como uma questão genética, mas principalmente como expressão das condições sociais, culturais e históricas nas quais esse indivíduo está inserido.
O que nos importa são as relações de gênero, a sexualidade é um processo simbólico e histórico, que expressa a constituição da identidade do sujeito. A expressão sexual é multideterminada, dinâmica e histórica, tanto individual como coletivamente.
O que define sexualidade depende do momento histórico da humanidade e das condições concretas nas quais o homem está inserido. O conceito de gênero injetou elementos que enriqueceram a análise, permitindo compreender a construção social do feminino e do masculino.
Constituição da Sexualidade
A constituição da sexualidade e das possibilidades de sua construção pelo indivíduo antecede seu próprio nascimento, por expressarem as condições sócias históricas mais globais, bem como as específicas e as circunstâncias nas quais o casal que gera uma criança está inserido.
No período pré-gestacional temos as expectativas mais específicas, concretizadas ou postas pelo próprio processo gestacional: Sobre qual o sexo do feto, que nome dar, que papel/função este desempenhará no grupo em que nascerá, quais as condições econômicas para viabilizar sua criação, etc. Após o nascimento, o indivíduo será nomeado, expressando um gênero (masculino ou feminino) e tratado como tal.
A questão de uma identidade sexual e pessoal surge com o início da puberdade. A maturação fisiológica tem sido influenciada pelas condições ambientais, econômicas, sociais e históricas, limitando ou abrindo possiblidades de simbolização e de comportamento/atuação dos seres humanos decorrentes da maior maturação neurológica.
O grupo social deixará as regras sociais mais explícitas, éticas e morais, as convenções, às expectativas, as possibilidades, as proibições para a construção de uma identidade sexual para os diferentes sexos.
Sexualidade e Adolescência
Criamos, além da infância, uma etapa/fase como passagem do mundo infantil para o mundo “adulto”. Esse fato é decorrente principalmente de dois fatores: O maior conhecimento do homem e a maior complexificação das relações dos homens entre si e com a natureza, o que implica processos simbólicos e socioeconômicos mais complexos.
A sexualidade não cumpre apenas a função social de reprodução da espécie, mas também a função da busca de prazer “pessoal”, “individual”. A questão do prazer que, apesar de sempre ter acompanhado a sexualidade, nem sempre foi explícito em função de sua relação com moral dominante. A sociedade ocidental separou sexo e prazer, reunindo-os apenas pelo elo do amor. Só se autorizava o prazer quando existia amor.
A perspectiva do prazer traz consigo a visão individualista da sociedade moderna: a sexualidade reduz-se a uma questão individual, cindindo-se da realidade social e histórica; passa a ser concebida como algo pertencente ao indivíduo natural, que deve ser contida pelas regras sociais. A sexualidade é concebida como algo próprio da natureza ou do âmbito dos instintos humanos.
O homem tornou-se responsável pelo controle de seus instintos. A sexualidade é vista como algo privado, algo particular de cada um, cabendo ao indivíduo a definição ou escolha dos critérios do que é prazeroso e do que é apropriado, conveniente ou não em suas relações afetivo-sexuais.
A sexualidade deve sempre ser pensada e debatida a partir do campo das relações sociais, da cultura, dos valores e formas sociais de vida. Prazer é uma experiência dos indivíduos singulares, mas suas referências, suas possibilidades e limites e suas estimulações e impedimentos estão nas relações sociais e na cultura; e é deste lugar que cada um retirará os elementos para construir sua singularidade.
É preciso injetar concepção histórica na leitura da sexualidade. Resgatar a gênese da sexualidade tal qual a vivemos e a concebemos, hoje, em nossa sociedade. Na sociedade capitalista, a adolescência passa a se constituir como um período de latência social, em que o jovem se prepara para a vida adulta (Bock, 1998). A adolescência torna-se o momento adequado para a reflexão das questões da sexualidade.
Na década de 90, a vitória de uma visão mais liberal de sexualidade e a emergência da AIDS convenceu a todos de que falar e educar sobre sexo é necessário e urgente. Devemos lembrar que todo processo de educação
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