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Por: Juliana Bravo • 24/4/2017 • Trabalho acadêmico • 2.010 Palavras (9 Páginas) • 393 Visualizações
INTRODUÇÃO.
Os trabalhos têm como referência o quadro da reforma psiquiátrica no Brasil, o presente artigo procura situar e diferenciar dois conceitos que considera essencial para a transformação do modelo manicomial de assistência à saúde mental, sendo eles: desospitalização e desinstitucionalização. Após aprofundadas discussões desses conceitos notaram a necessidade e quão importante a desinstitucionalização da assistência a saúde mental, dando ênfase tanto a práticas terapêuticas quanto a exclusão dos hospitais psiquiátricos. Sua proposta procura reposicionar o papel e a atuação dos agentes da saúde vinculados ao hospital psiquiátrico, discutindo a possibilidade de desinstitucionalização de suas práticas terapêuticas pela proposição de um trabalho territorial.
A reforma psiquiátrica vem crescendo a cada dia como um movimento social propondo uma relação entre a loucura e a sociedade. Novos dispositivos assistenciais são criados, tais como a residência terapêutica, sendo um dispositivo facilitador no processo de reabilitação dos usuários, eles se reconstroem nesse novo espaço, sua identidade, e tecem diariamente uma nova rede social. Observa-se que, além de tal processo, os usuários passam ainda por uma complexa elaboração subjetiva do novo espaço de moradia e pela construção de uma nova rede social. Havendo a falta da exclusão social adquirida pela saúde mental junto à loucura e investindo na inclusão social, na humanização, ou seja, na cidadania e direitos humanos dessa população.
Quando falamos de normalidade estamos estereotipando, estamos rotulando, estamos discriminando, tudo que se afasta do convívio diário de uma sociedade, essa que por sua vez não se faz presente para acolher o outro em suas diferenças sejam elas físicas ou mentais.
E esses indivíduos que são excluídos da sociedade só havia um caminho para eles, as instituições, ou seja, hospitais psiquiátricos, que acolhiam pessoas que não encontrava dentro da normalidade que a sociedade exigia pessoas que passavam anos dentro de um regime imposto para sobreviverem e por mais contraditório que possa ser a loucura ela era vista como algo monstruoso, porém a sociedade não compreendia o sofrimento de muitos leigos que estavam internados.
Vivia-se um verdadeiro holocausto pessoas sendo desumanizadas no seu cotidiano, sendo tratada, por estigmas pelo resto de suas vidas, a reforma psiquiátrica é nada mais que um encontro da realidade com a sociedade, ela é o momento em que se passou muitos anos pessoas sendo, violados de seus direitos, esses pelos quais levou se muito tempo para o conseguirem novamente.
Entender que o sofrimento dessas pessoas é alem de uma patologia e que os usuários da saúde mental precisam de uma humanização, não há de fato como retirar todo o seu sofrimento, mais há maneiras de como eles consigam da forma de cada individuo serem amenizados.
A partir da reforma psiquiátrica foi imposto, leis, projetos, novas práticas de garantir os direitos civis e uma delas foram as Residências Terapêuticas (RTs), no qual os usuários que viveram por anos dentro de um hospital psiquiátrico e que não tem mais os laços familiares residem nessas moradias com a presença de oito indivíduos por casa, pelo acompanhamento de uma equipe que trabalham juntos promovendo a sua autonomia, para que eles consigam ter responsabilidades e que de forma respeitosa e digna encontrem o seu espaço dentro de uma sociedade através do convívio.
O papel do psicólogo na instituição hospitalar tem sido tema de debate há algum tempo, onde tais discussões têm se intensificado a partir da década de 90, onde os profissionais passarão a serem inseridos em um campo mais amplo onde se há utilização de muitas abordagens dentre elas a prática social. Através destas transformações começou-se a surgir novos espaços para a prática da psicologia os quais assim então ajudou o psicólogo assumir um pouco mais de importância nas áreas da saúde e humanização de tais utilizadores destes serviços.
Assim então o espaço hospitalar, antes de qualquer coisa coloca em questão a identidade profissional do psicólogo em questão, pois há certo imobilismo vigente para certas novas idéias que possam querer ser inseridas, dificultando um pouco o trabalho do psicólogo enquanto poder utilizar como parte de seu repertório a humanização em tais locais. Uma das possibilidades de trabalho da psicologia no âmbito hospitalar para haver uma melhor humanização de tais pacientes é a intervenção direta com o sujeito internado, os familiares e os cuidadores onde há por parte do psicólogo tentar ser como um estímulo de ajuda principalmente familiar e conscientização das famílias como sendo um amparo para com o sujeito e até mesmo aceitação de sua condição. A também a prática de acolhimento com o internado e seus cuidadores sendo esta de grande ajuda para uma melhora das condições dos pacientes, sendo ela de suma importância para a promoção da saúde e prevenção de piores sintomas, assim então tomasse a escuta como uma importante ferramenta do cuidado no campo da saúde em seu contexto hospitalar, onde a escuta possui o significado de acolher toda a queixa ou o relato do indivíduo.
Algo que não podemos esquecer enquanto nós como psicólogos tendo o intuito de haver uma maior humanização e quanto os cuidadores possuem um papel muito ativo e importante na vida do pacientes (sendo estes familiares, amigos, etc.), por isto que os profissionais da psicologia também devem ter um contato com tais indivíduos e esclarecer sua importância enquanto ao bem estar do paciente, não podendo se esquecer é claro o quanto o diálogo é importante para o cuidador, pois através do mesmo se irá ter esclarecimento de certos pontos importantes como as necessidades de saúde e até mesmo tranqüilizar as partes envolvidas.
Os artigos trazem em seus conteúdos visões sobre a religião e espiritualidade como fonte de acesso ao paciente na área da saúde mental.
Em tempos atrás falar sobre religiosidade e espiritualidade na Psicologia era algo impensável, o ser humano não era entendido a partir de sua subjetividade junto ao seu meio externo, como por exemplo, a teoria psicanalítica que entendia o ser humano como elaborador do seu psiquismo por meio do inconsciente, não entendia o homem a partir de suas experiências ou a partir do que vivia para além dele.
Pessoas que crêem em algo ou alguém estabelecem necessidade de sempre estar juntas a esse algo ou alguém por meio de diversas atitudes como a de fazer preces, rituais, orações, rezas e etc., e muitas vezes acreditam que as coisas que acontecem em suas vidas são frutos de tais atitudes, e a cada coisa que recebem mais repetem as mesmas atitudes. Funciona como um ciclo vicioso onde você se doa para alguém ou algo de alguma forma, e recebe essa doação de volta.
Para muitos profissionais e até para alguns psicólogos isso é difícil de compreender e principalmente de se levar em consideração na hora das entrevistas, na hora do contato com o cliente. A religiosidade como forma de obter contato com o cliente surge e parece que veio para ficar, pois pesquisas como as dos artigos mostram que se pode chegar a resultados em que os clientes ficam muito satisfeitos e se sentem acolhidos quando se fala em religião, quando nós profissionais nos interessamos pelas suas crenças e pela sua forma de enxergar sua existência, pois isso faz parte da essência deles e ninguém tem o direito de tirar essa fé, independente se está de acordo ou não, se acredita ou não.
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