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FICHAMENTO ARTIGO - OFICINAS TERAPÊUTICAS COMO INSTRUMENTO DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: PERCEPÇÃO DE FAMILIARES;

Por:   •  6/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.342 Palavras (6 Páginas)  •  354 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

Instituto de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

FICHAMENTO:

OFICINAS TERAPÊUTICAS COMO INSTRUMENTO DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: PERCEPÇÃO DE FAMILIARES;

Bauru

2019

OFICINAS TERAPÊUTICAS COMO INSTRUMENTO DE REABILITAÇÃO PSICOSSOCIAL: PERCEPÇÃO DE FAMILIARES;

AZEVEDO, Dulcian Medeiros de; MIRANDA, Francisco Arnoldo Nunes de. Oficinas terapêuticas como instrumento de reabilitação psicossocial: percepção de familiares. Esc. Anna Nery,  Rio de Janeiro ,  v. 15, n. 2, p. 339-345,  June  2011 .

            Desde a reforma psiquiátrica, o atendimento a pessoas com sofrimento psíquico vem mudando cada vez mais, sendo que o enfoque não está mais na loucura e sim na forma de ser do sujeito. A reforma psiquiátrica, trouxe com sigo novos serviços relacionados a saúde mental com foco em dimensões comunitárias, trazendo a coletividade, o social e questões familiares. Não destacando o transtorno como o principal motivo.

A Reforma Psiquiátrica em curso defende a (re)socialização e atendimento ao portador de sofrimento psíquico e seu eixo familiar através de uma série de dispositivos de saúde (CAPS, Ambulatórios de Saúde Mental, Leitos Psiquiátricos em Hospitais Gerais, Urgência e Emergência Psiquiátricas), e iniciativas de desospitalização e renda (Serviços Residenciais Terapêuticos – SRT’s, Programa de Volta para Casa, Cooperativas de Trabalho e Lares Abrigados). (AZEVEDO, MIRANDA;  p. 344)

            Compreende-se que tratar o indivíduo isoladamente não basta, pois, o sofrimento psíquico de um membro da família tende a intervir em todos os outros membros, assim quando o enfoque é direcionado a familiar e ao social há resultados bem mais significantes do que quando o foco é a doença de um único membro.

            As práticas terapêuticas precisam de uma transformação, perdendo sua cultura manicomial e focando em uma nova proposta reformista, com intuito de acabar com as internações em manicômios, onde é criando os CAPS, qual se torna responsável pela saúde mental no SUS, com intuito de oferecer atendimentos a saúde mental básica, reinserção social do usuário a seus direitos, família, lazer, trabalho.

Cada usuário possui um projeto terapêutico individual, de acordo com as necessidades do usuário, a partir de seu estado de saúde e questão social.        Os CAPS, oferecem várias atividades e dinâmicas desenvolvidas por gestores, equipe técnica, usuário, família e comunidade, sendo elas as oficinas terapêuticas, encontros grupais, atividades artísticas.

 Usa-se a arte porque ela é capaz de ajudar na subjetividade do usuário, descobrindo potencialidades para se encontrar no espaço social inserido. As oficinas terapêuticas possibilitam a projeção de conflitos por meio de atividades artísticas, fortalece a autoestima e a autoconfiança, permitindo um local de fala ao usuário.

         O presente trabalho tem a intenção de identificar qual a compreensão da família dos usuários sobre as oficinas terapêuticas enquanto instrumento reabilitador; sendo assim é trazido uma pesquisa qualitativa, onde o cenário são CAPS ll e CAPSad, sendo entrevistado 28 familiares que tinham contato regularmente com o CAPS. Após a entrevista semiestruturada com os familiares, pode-se notar alguns feedback positivos falando sobre a melhora na harmonia familiar, na redução de danos associadas as drogas, como também é visto pontos negativos.

Fala trazido pelo texto:

“ Peço a Deus que continue esse CAPS para sempre, que tá tirando muita gente aí das drogas, sobre as drogas, o alcoolismo e o estresse, principalmente pra gente que é da família, que a gente vem, tem sempre as nossas reuniões aqui (Irmão, CAPSad Leste, E-20) ”

 “O ideal seria, vamos dizer, funcionar vinte e quarto horas, tivesse um internamento no caso de uma necessidade. Eu acho que isso daí já ajudaria bem mais, porque a gente fica às vezes aqui aflito, né? O mais [...] aumentar mais umas ‘oficina’ (Mãe, CAPS II Leste, E-24)”

           As falas nos levam a duas situações distintas, a primeira fala sobre a questão da ajuda que o CAPS tem trazido a partir do que é oferecido e a segunda, uma ideia de funcionamento 24 horas (CAPS III), ainda inexistente em sua região.

          Como as oficinas terapêuticas é umas das principais formas de tratamento oferecido nos CAPS, elas podem ser do tipo expressiva, alfabetizadora ou até mesmo geradora de renda.

Independente da identificação familiar, elas notam falhas no CAPS, demandas reprimidas, também opinam sobre o funcionamento; isso ocorre porque há abertura para que indaguem. No entanto também trazem suas opiniões até mesmo de como solucionar esses problemas, ao mesmo tempo em que encontram um defeito no CAPS, entendem e opinam para tentar melhorar, ajudando no tratamento de seus familiares.

Os familiares entrevistados percebem bem o papel e a importância delas no cenário dos CAPS investigados, apontam falhas e caminhos a serem superados, e ainda despertam o interesse em continuar crescendo no serviço, a despeito da boa evolução e diminuição das crises de seu parente. (AZEVEDO, MIRANDA;  p. 344)

           Também é trazido pelos familiares a questão de qualificação profissional dos usuários, para aprenderam algo novo e até mesmo se inserirem no mercado de trabalho.

Fala trazido pelo texto:

“Uma oficina de fazer trabalhos manuais pra vender, pra distribuir, pra ajudar [...]. Tá ótimo, tá muito bom, mas eles [usuários] precisam trabalhar! Eu queria que eles trabalhassem, aquilo que você vai fazendo, é como se fosse um exercício mental. Tá bom demais como está, mas se pudesse um trabalho pra vender [...] pra fazer bola, sapato, sapateiro. Eu tô querendo muito! Eu tô querendo demais [...] (Mãe, CAPS II Leste, E-25).”

           Toda a equipe do CAPS utiliza diversos recursos, técnicas, diferentes instrumentos de trabalho o que acaba gerando um grande envolvimento da equipe ao redor do usuário, chegando próximo a um tratamento em uma clínica psiquiatrica, onde o foco acaba sendo o sujeito.

            Azevedo e Miranda ainda concluem que construir uma infraestrutura diferente do manicômio, com todo um arsenal de trabalho em grupo, oficinas terapêuticas e operar mudanças legais no cenário da saúde mental não é o bastante.

          Assim as oficinas terapêuticas devem desenvolver melhores conexões do que as já existentes, as oficinas terapêuticas não são criadas para seguir um cronograma fechado de trabalho, que se dita o quê, como ou quando fazer, pois, com uma oficina terapêutica assim não será garantido que os usuários gozarão de seus desejos, anseios e inspirações. Não foi mencionado nem um profissional em especifico por nem um familiar, deixando subentendido que ou a equipe e muito unida e todos participam, ou o CAPS é tão insignificante para os familiares, que nem eles sabem quem é o profissional responsável.

           É trazido dois trabalhos, um que fala sobre o funcionamento de uma oficina terapêutica em um CAPS, que acaba sendo visto com forma de ocupar tempo dos usuários, negligenciando suas verdadeiras vontades; e também um estudo que identificou pontos que geravam tenção na oficina terapêutica, como no caso de não poderem escolher o que realmente gostariam de fazer, estabelecendo regras e escalar rígidas e fechadas.

           No entanto os familiares veem o CAPS como um auxílio a familiar do usuário, gerando satisfação nos encontros, ajudam no crescimento mútuo do grupo.

Fala trazido pelo texto:

“Como tá a nossa vida, o que tá se passando com a gente, e dentro do grupo a gente vai conversando, uma ajuda à outra e às vezes a gente encontra uma solução pra aquilo. Qualquer coisa que tenha aqui, que seja aberto aos familiares, eu participo (Esposa, CAPSad Leste, E-6).”

Mais também foi notado, durante a entrevista, que alguns familiares não dão importância, pois não se identificam como sujeitos participativos, assim a equipe deve reforçar a importância da presença dos familiares no serviço.

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