FORMAÇÃO DE PSICOLOGIA HOJE
Projeto de pesquisa: FORMAÇÃO DE PSICOLOGIA HOJE. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 12/9/2014 • Projeto de pesquisa • 4.034 Palavras (17 Páginas) • 190 Visualizações
FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO HOJE
Tornar-se um profissional é uma tarefa que começa muito antes de se escolher o que fazer ou onde estudar. Com o diploma na mão não quer dizer que tudo está pronto, pois em profissões como a de psicólogo o estudo nunca para, pois o que se aprende se torna obsoleto rapidamente.
As principais influencias na formação do psicólogo são, a família como (pai, mãe, irmãos, etc.) e para o êxito acadêmico é fundamental que tenhamos um bom Ensino Fundamental e Médio, onde somos estimulados a leitura que é uma alavanca para o nosso desenvolvimento profissional.
A imagem do profissional é influenciada pelos seus aspectos morais, seus valores, seu contexto sociocultural, a influência da família e informações especificas da profissão.
Mesmo as coisas mais simples merecem atenção, não somente uma visão macro. Legislação e diretrizes são importantes na formação, mas é na escola, nas atividades complementares nos estágios e no trabalho diário é que se forma o profissional.
FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO – A GRADUAÇÃO
É sempre uma preocupação, a formação de qualquer profissional, principalmente os de formação universitária. Espera-se também que uma parcela do corpo docente também se preocupe com a formação desses profissionais, a pesquisa pode ir desde perspectivas genéricas de todo sistema até detalhes como a eficiência de um procedimento.
Apesar de haver preocupação com a formação, nem sempre existem dados científicos apoiando as mudanças. Nos países em que a política rege as pesquisas nem sempre são ouvidas.
Em 1996 haviam críticas ao modelo de formação de psicólogo, quando ainda vigorava um curriculum mínimo para o pouco rigor cientifico.
A maior crítica era voltada para as disciplinas teóricas e a parte positiva eram os estágios, onde realmente se aprende a “ser psicólogo”.
As discussões envolvendo a formação do psicólogo no Brasil tem como base principal, não os dados científicos mas em posições políticas.
No final da década de 70 foram refeitos os currículos dos cursos, a psicologia não foi além de discussões. A legislação foi alterada anulando o curriculum mínimo e buscando a implantação das diretrizes curriculares, culminando num vasto campo de batalha de ideias e propostas. Em 2003 foram aprovadas as diretrizes para o curso de psicologia, sendo um dos últimos a terem sua base estabelecida em decorrência das discussões.
Não houve uma aceitação tranquila e da mesma forma houveram críticas apaixonadas e contundentes, uns apoiando e outros contra.
A tentativa de correção foi uma busca de propostas a serem encaradas à SESU – MEC, por estudantes, instituições e profissionais, porem houve um indicio de desinteresse ou forma de protesto.
Em 2000 foi realizada uma tese de doutorado que analisou todas as trinta e sete propostas, na qual foram verificadas: diretrizes curriculares, estruturação curricular e aspectos da formação. Destes documentos, 87% vão de encontro, à diretrizes curriculares oriundas do Fórum Nacional de Formação, além disso, destaque com a preocupação da formação generalista (97%) pluralista, cientifica, critico- reflexiva, atendendo as demandas sociais e à ética.
O que surgiu das trinta e sete propostas privilegia a formação final como psicólogo generalista com carga entre 4000 e 5000 horas, com atividades complementares de pesquisas e extensão, e outros aspectos, conteúdos temáticos, matrizes teóricas, campos e estágios.
A se utilizar essas diretrizes, os cursos obtiveram possibilidades de diversificação assegurando uma formação básica, técnica e cientifica, além de flexibilizar o currículo para atender as necessidades da região em que se situa, também tornando viável a manutenção de currículos abertos incluindo disciplinas eletivas, e atividades complementares. Mesmo assim em algumas discussões foram consideradas diretrizes fechadas e inflexíveis.
Nos anos 70 e 80 existiam no Brasil quatro cursos e atualmente, já são quatrocentos e oitenta e oito cursos de psicologia autorizados (MEC 2005), concentrados na região sudeste seguindo pela região sul, nordeste, centro-oeste e finalmente norte.
A formação de um psicólogo tem que acompanhar a mudança constante da sociedade e do mercado de trabalho. Inicialmente a formação era insuficiente, pois era voltada predominantemente para a atuação em clinicas ou em consultórios particulares deixando todas as outras possibilidade de fora.
O curso de psicologia tem que se adaptar aos avanços científicos e as mudanças sócio culturais que houverem. Essas necessidades levaram o curso de psicologia a discussões em regime nacional envolvendo coordenadores, professores e alunos.
No ano de 1997 houve um Fórum Nacional de formação na cidade de Ribeirão Preto, no ano seguinte foi criada a Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP) onde a mesma é voltada para reflexão, desenvolvimento e aprimoramento da psicologia no Brasil, buscando adequar a teoria com a realidade social no Brasil, à Ética e até mesmo o exercício da cidadania. Conta com aproximadamente 1500 associados e a sua meta principal é implementar um espaço de participação ativa onde todos os envolvidos auxiliem na formação do Psicólogo.
Inicialmente voltada a Discussões das Diretrizes Curriculares, em paralelo trabalhou também na avaliações da qualidade dos cursos. Essas avaliações abrangiam desde condições físicas, o corpo docente, o projeto pedagógico do curso, relação entre os componentes e o corpo discente. Foram verificados por comissões de especialistas que faziam as avaliações e depois emitiam um parecer. Para complemento destas avaliações, foi feito um exame nacional na qual os alunos de último ano deveriam se submeter ao que foi apelidado como “Provão”.
As avaliações tiveram grande impacto e foram divulgadas na imprensa e ofuscaram todos os demais aspectos do processo. No “Provão”, o comparecimento dos alunos foi bastante expressivo, somente em Psicologia no ano de 2003, a média nacional foi de 88% e a região geográfica de maior ocorrência foi no Norte com 97% e a mais baixa no Sudeste com 84%, as demais ficaram acima de 91%.
Por melhor que seja um curso de graduação, por mais especifico que seja, é impossível pensar que ele sozinho seja suficiente para formar um bom profissional para atuar em qualquer área. Numa análise de entrevistas com psicólogos, chegou-se à conclusão que a formação era inadequada e em função disso, havia uma necessidade de complementação do curso com Pós Graduação e nessa linha fica claro que o graduado deve continuar estudando com cursos de especialização, mestrado e doutorado e que tenha também um projeto pessoal de educação continuada para se manter sempre atualizado e nesse contexto, quando se fala na formação do psicólogo deve se considerar criticamente a Pós Graduação.
PÓS GRADUAÇÃO E FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO
No Brasil, a maior parte da produção cientifica é feita nos cursos de pós-graduação ou ainda em empresas e convênios associados a este nível de formação. Se espera que as necessidades de desenvolvimento, conhecimento e tecnologia sejam satisfeitos com estes cursos e que o país saia desta dependência cientifica e tecnológica e possa ter uma atuação mais interativa com outros países, além de poder contar com profissionais mais competentes não só nas universidades, mas também em órgãos oficiais, instituições, empresas a exemplo do que ocorre em outros países.
Na Pós Graduação é que surgem os profissionais que vão formar os novos graduados, as novas formações, o ideal seria contar com todos eles produtivamente participando na produção do conhecimento e da transformação da sociedade, todavia a legislação brasileira, exige um percentual muito pequeno de titulados na graduação e isto já coloca o Brasil muito abaixo, muito aquém dos países evoluídos, embora seja um discurso forte, na prática, isto não existe, especialmente doutores na atuação do ensino superior , esta ação é o oposto daquilo que vem acontecendo nos últimos anos, desculpas econômicas, carências de recursos humanos qualificados, titulados, nada disso se justifica, deveriam ser outras as medidas para ser assegurada a qualidade do ensino superior.
No Brasil, a Pós Graduação não cobre múltiplas áreas de conhecimento, seus problemas, enfoques, não dá conta da demanda de pessoas que gostariam e poderiam contar com esta formação. Para que o país seja competitivo, para se mudar esta realidade, teríamos que contar com maiores recursos, diversificar descobrindo todas as áreas, as menos elitizantes, ou seja áreas mais distintas para que torne viável a formação do profissional, mais pesquisadores de nível, para atuar não somente nas escolas, nas universidades, mas também na própria Pós Graduação gerando qualidade e mais espaço para a ocupação dos titulados.
De acordo com dados disponibilizados Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível, superior, o CAPS do Ministério da Educação e é responsável pela pós graduação no Brasil, em 2004 existiam cerca de 3000 cursos neste nível, onde aproximadamente 1800 eram mestrados, 1000 doutorados e pouco mais de 100 mestrados profissionais. De todos estes cursos, 70 eram na área de psicologia, 45 mestrados e 25 doutorados inscritos na área de ciências humanas. Em psicologia não há nenhum curso de mestrado profissionalizante, aliás em toda a área de humanas existem somente 5 cursos.
Em 2002 se verificou que no último biênio avaliado, 75% dos doutorados estavam em instituições públicas e a maioria dos restantes em instituições religiosas, somente 3 cursos estavam vinculados a instituições empresariais e assim mesmo um deles estava sendo descredenciado.
A Pós Graduação na psicologia ainda é bastante elitizada em face ao número de graduados que se forma, não tem como continuar seus estudos, com vagas limitadas, não disponíveis, além disso não cobre todas as áreas de psicologia e nem sempre existe transparência no processo de seleção.
Os cursos de psicologia foram avaliados pelo CAPS em 2003 sob vários aspectos: Média de orientados por orientador na qual a média ainda é muito baixa, doutorado, mestrado e todos os números, como o tempo de formação de cada uma das áreas e a conclusão que se chegou é que os números são muito baixos. A comissão considera também é que existe bastante espaço para crescimento da pós graduação na área de psicologia mas a manutenção da qualidade requer bastante apoio do governo tanto no estadual como no federal.
O exemplo da perspectiva de produção cientifica dos cursos de pós graduação está no Banco de Teses do CAPS porém no período de 1990 a 2002, não foi possível ter dados mais recentes porque infelizmente esse banco não tem sido atualizado como deveria ser, isso já e uma restrição e uma limitação que está prejudicando o Brasil em todas as suas ciências. A qualidade desta matéria, do Banco de Teses, o seu mapeamento, a sua recuperação depende basicamente da atuação das instituições que foram defendidas as suas teses, os seus autores, orientadores e até mesmo da banca examinadora.
O rigor na forma em que são compilados estes dados podem levar até mesmo a não encontrar os artigos procurados por estarem de uma forma inadequada. Para se procurar por exemplo por um determinado título, pode-se encontrar outras matérias que não a procurada gerando perda de tempo e qualidade por parte do usuário. Uma análise mais criteriosa dessas teses mostrou que em torno de 30% delas não tinham nada a ver com o tema em pauta. Os trabalhos que constavam dessa base na formação de psicólogo, apenas 30% falavam do tema especifico, desses trabalhos falavam da formação do psicólogo, 79% foram predominantemente por pessoas do gênero feminino. Na verdade o gênero feminino, falamos em 79% no doutorado, 71% no mestrado, totalizando então 75% do gênero feminino na área de psicologia.
Já na área de orientadores, o número foi um pouco menos expressivo, porem atenda tendendo para o gênero feminino, foi de 50% para o doutorado e 58% para o mestrado, totalizando 54% ainda para o gênero feminino.
Esses documentos foram defendidos em 12 cursos de pós graduação, sendo as universidades que mais defenderam foram: a PUC de Campinas com 29%, a PUC de São Paulo com 19%, a Usp com 15% e a Unesp com 8%, nas demais o tema foi aparentemente enfocado ocasionalmente sem vínculo nenhum com as linhas regulares dos cursos.
Pelo número de anos que se refere este levantamento, total de 13 anos, nossa produção é bastante restrita, corresponde a uma média anual de somente 3,7 trabalhos. Se discutiu bastante e em cima de tanta discussão seria de se esperar uma produção um pouco melhor do que o que foi apresentado. A temática enfocada nessas teses e dissertações no ano de 1990 a 2002 tinham como conteúdo, Estagio, Supervisão, Formação Especifica, Ética, Currículo, Teoria especifica, Avaliação, Tecnologia de Ensino, Evasão, Interdisciplinaridade e Escolha do curso, sendo os maiores números já somados doutorado e mestrado, foram da Formação especifica, seguida de Currículo e de Estagio, e as demais vozes foram distribuídas.
Dos 38% dos documentos citados anteriormente se referem a formação especifica da psicologia como clínica, escola, social e os 15% ficou com o currículo de uma forma mais abrangente, por fim, o estágio com 13% sendo os demais pouco expressivos.
Algumas teorias foram desenvolvidas sobre a formação especifica de algumas áreas, a preocupação é em como a graduação tem cuidado, do preparo do futuro profissional, um exemplo deste trabalho em 1996 enfocou a formação acadêmica do psicólogo clinico com ênfase na Ética.
As bases deste estudo foram vivencias informais, entrevistas com estagiários e observações de supervisão e concluiu que a tendência dominante é por uma psicologia positiva ancorada na metafisica com práticas e teorias diversas que parece gerar angustia nos alunos, pelo menos naqueles alunos que não são alienados, nem submissos, o aluno que pensa, que busca um conhecimento real, capacitando esse aluno através de um olhar clinico para acolher esta diferença e discutir esta teoria. Em uma revisão se concluiu que o estágio, não é simplesmente uma ocupação profissional, visto como base para formação de um estilo de vida, o psicólogo é um ser autônomo que cuida da sua interioridade, é compreensível com a intimidade do outro e isto reflete o valor individualista da sociedade e precisa ser redirecionado.
No ano de 2000, o pesquisador enfocou a supervisão de estágio em psicologia escolar, na qual participaram supervisores de instituições públicas e privadas que responderam a um questionário, serviu de instrumento de auto avaliação de habilidades e conhecimentos em supervisão e os resultados obtidos mostraram que não existe uma formação para supervisão, o que é muito ruim, é lastimável frente ao importante papel que lhes é atribuído na formação do profissional, não apresentam competência, tecno científico que se espera de um profissional, entretanto consideram positivo a supervisão realizada apontando para algumas limitações. Não existem modelos específicos de supervisão e é urgente capacitar estes supervisores para que se possa formar melhor os psicólogos.
Outro trabalho ainda em 1999 enfocou um aspecto mais abrangente que tinha como ponto de partida que a avaliação psicológica passa por todas as áreas de ação do psicólogo, ela procurou com profissionais de várias áreas diferentes, inclusive a comparação de profissionais formados em escolas públicas e escolas privadas, mostraram que o uso mais frequente diz respeito a avaliação de personalidade, problemas mais graves com relação aos próprios instrumentos, houveram grandes diferenças entre escolas públicas e particulares, além de tudo, poucos participantes lecionavam na área.
A tentativa de inovação é grande e o que ficou evidente no enfoque da disciplina Pratica de Ensino e Estagio Supervisionado em um curso de Psicologia de uma universidade estadual no interior paulista. O objetivo desta disciplina é a formação do psicólogo educador-docente que contribui para a conscientização de profissionais cidadãos participantes de uma sociedade economicamente justa, democrática, solidaria e plural.
A autora concluiu que os estagiários obtiveram tudo o que foi pretendido com os professores de psicologia do ensino médio, no que diz respeito a mudanças qualitativas, considerou que esta disciplina passou a contribuir para a revisão do projeto político-pedagógico do curso de psicologia e para a formação de psicólogos educadores-docentes comprometidos com a escola pública, porém fica muito claro as limitações deste estudo e a inviabilidade de generalização para outra realidade, pelas restrições metodológicas e de análise, falando de uma coisa mais pontual e que não poderia ser reproporcionada para todo o pais e este aspecto nem sempre parecem estar cientes.
Os pesquisadores nacionais que fazem generalizações descabidas sobre este e outros assuntos. Em alguns resultados prevalecem pesquisa descritivas tanto no doutorado como no mestrado totalizando entre os dois 72% dos trabalhos e em segundo lugar, os estudos teóricos que totalizam entre os dois,15%. Num dos resumos de mestrado estava escrito de forma tão confusa que não foi possível detectar que tipo de trabalho se tratava, teórico ou pesquisa e isso pode mostrar a baixa produção de mestrado e doutorado, além estes estudos terem a limitação de serem predominantemente descritivos e inviabilizarem a generalização para outras realidades. As poucas pesquisas que poderiam dar maior sustentação para estes resultados são ainda estudos experimentais de casos que apresentam a mesma restrição a generalização.
A análise dos dados da teses predominou a pesquisa qualitativa com 42%, em seguida trabalhos mistos com 21% em outros 21% dos resumos, a qualidade inadequada dos mesmos inviabilizou saber que tipo de análise era, então foi classificada como indefinida,15% dos trabalhos foram considerações teóricas que na verdade não se encaixam na categoria.
Com relação aos materiais utilizados, o de maior percentual foi o de uso de documentos e programas de ensino, seguido pelo uso de roteiros de entrevistas e questionários compatíveis com o tipo de estudos que predominaram, além de 14% que foram “não especificados”.
Em contraste com o que tem sido pesquisado sobre formação do psicólogo no Brasil, comparado ao pesquisado internacionalmente, pode apresentar um panorama de pesquisa sobre o ensino de psicologia de modo que é possível avaliar se o que se produz no Brasil está condizente com a produção mundial ou não.
PESQUISA SOBRE O ENSINO DA PSICOLOGIA (2002/2004)
Saber o que vem sido pesquisado sobre a formação do psicólogo é um excelente caminho para dar ao leitor, Quem, onde, O que e Como vem sendo trabalhado este tema e suas principais tendências. Entre os trabalhos incluídos entre 2002 e 2004 foram encontrados 50 resumos dos quais 21 deles só faziam referência a palavra chave e não tratavam diretamente do assunto. Destes 50 sobraram 29 trabalhos que foram realmente analisados com relação à teoria, tipo, se foi pesquisa e o assunto.
Desses 29 trabalhos, 2 eram de brasileiros, o primeiro tratava da história do curso de psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde a sua criação, apontando mudanças curriculares e o ensino ao longo dos anos 1971 a 1979, o segundo estudo na França em 2003 investigou a influência do ensino formal de criatividade com a disciplina do curso de psicologia. Houveram ainda grupos de pesquisadores e de pesquisadores isolados, sendo 15 de autoria única e 14 de autoria múltipla e ainda separados em gênero masculino e feminino ou seja 57% de autoria masculina e 35% feminina e sobraram outros 7 que eram indefinidos pois não constavam nome completo e sim iniciais.
Houveram estudos que utilizaram o seriado dos “Simpsons” para ilustração dos conceitos na disciplina, foi um trabalho de autoria múltipla e de pesquisa. Outros trataram do ensino de introdução à psicologia de forma agradável e interessante para os alunos. Foram discutidos como tema principal de disciplina, conceitos, atividades, tópicos para revisão e ensino e isto foi de autoria múltipla e feminina. Parte dos trabalhos foram teóricos, revisões, pesquisas sobre o ensino de psicologia que reuniam conteúdo teórico e de pesquisa. Os trabalhos teóricos internacionalmente aparecem com superioridade aos de pesquisa, ainda que com pouca diferença, o que acontecem também aqui no Brasil, apesar da discussão sobre a formação do psicólogo ser uma tendência mundial seria interessante se a mesma fosse regada por dados de pesquisa, o que daria mais segurança a apresentação do assunto. Nos temas de estudo do ensino da psicologia, o principal foi o próprio ensino da psicologia, foi um estudo de destaque, seguido por trabalhos sobre estratégia de ensino, pesquisas sobre psicologia e ensino de aprendizagem e estudo de avaliação do curso em disciplinas e demais.
Na comparação entre as pesquisas sobre a formação do psicólogo no Brasil e no mundo apareceram semelhanças e diferenças. Temas de interesse comum foram Tecnologia de Ensino, Ética, Currículo e Avaliação. Já no Brasil, a grande preocupação é com o Estágio e Supervisão enquanto que internacionalmente a pesquisa de Avaliação do ensino de psicologia de um modo geral, bem como estratégia de Ensino estão em maior evidencia.
PERPECTIVAS
Com a entrada das novas Diretrizes Curriculares à Formação do Psicólogo no Brasil, estamos iniciando uma nova fase, porém uma grande preocupação é que algumas variáveis como as instituições de ensino, a mudança no olhar, a assimilação no conhecimento do conhecimento, a sua geração, o processo de avaliação e até mesmo o professor sejam variáveis que impeçam as mudanças de uma forma real e verdadeira. Essas mudanças podem acontecer somente na aparência.
O projeto pedagógico da instituição está muito mais valorizado, arrastando com ele o projeto pedagógico de cada curso particular, é possível num mesmo local, numa mesma região, encontrar cursos com currículo bastante diferenciado que atendam as diferentes necessidades de cada aluno, necessidades sociais de cada área para o desenvolvimento do próprio país e da própria psicologia, seja como ciência ou como profissão. A parte fundamental é que estas diretrizes garantem a possibilidade de diversificação, de atualização frequente, através de vários tipos de processos e que isto ocorra dentro de uma base cientifica, que pode resultar num profissional que atue em diferentes áreas.
É possível estruturar e manter currículos de forma aberta, capaz de assimilar com facilidade novas necessidades emergenciais e até mesmo assuntos que foram negligenciados no passado.
É necessário haver uma mudança de postura e para que isso aconteça, os responsáveis pelos cursos não podem, tão somente copiar currículos de uma outra instituição, não pode privilegiar uma área especifica de atuação, tem que ter a mente aberta, ficar discutindo aspectos políticos e sociais, lutando por poder, esquecendo a parte técnica e cientifica em vigor a partir deste século, olhar só para trás e não ao que acontece hoje, além de tudo, a psicologia a exemplo de várias coisas é extremamente dinâmica e está em constante mudança, suas tendências aqui e no mundo, mas além de tudo isso, o que é mais importante é o professor, seja qualquer que for o título, o projeto, a disciplina, currículo, quem faz a diferença é o professor.
Não estamos falando de um professor muito eloquente, bom papo, agradável, alegre, mas além de tudo isso, uma pessoa que mantem limitada, a cabeça de seus alunos. Nos precisamos de professores pesquisadores, competentes, didáticos, atualizados a todo o momento, realmente aquele pesquisador incansável para que formem profissionais independentes, de cabeça aberta e habilidosos que possam gerar conhecimento, tendo projetos pessoais de educação permanente, não só aquela obtida na escola. Deve haver investimento no corpo docente, na formação, salario, condições de trabalho e outros.
Mudanças curriculares sejam elas pontuais micro ou macro precisam ser revistas periodicamente passadas por uma avaliação, pesquisas que alimentam as mudanças que são necessárias, a disciplina que hoje está atualizada, amanhã pode não estar mais, por isso tem que ser incessante a avaliação periódica, tem que envolver alunos, professores, administração, gestores e governo em todos os níveis. A própria avaliação tem que ser constantemente aperfeiçoada e sobre base de dados seguros.
Com todas estas propostas no processo de mudança na formação se espera que aumente significativamente o número e pesquisa sobre este tema, as pesquisas descritivas ficariam ao cargo de agencias estatais, dos conselhos, sociedades cientificas e instituições de formação, mas é preciso muito mais do que isso, precisam haver pesquisas inferenciais que deveriam ser realizadas com bastante critério, com bastante profundidade sobre qualquer mudança introduzida.
Como está provado, as pesquisas são a base de todo o desenvolvimento e a manutenção do mesmo, se espera que nos cursos de pós graduação aumente consideravelmente a quantidade de pesquisas e estas pesquisas deveriam ser financiadas pelo governo e as agencias financeiras em prol do desenvolvimento. A produção cientifica deve ser divulgada em âmbito nacional e amplamente discutidas, deve haver uma estimulação de novas pesquisas e novos trabalhos cada vez mais criteriosos, profundos e generalizáveis e não somente pontuais.
É importante fugir das desculpas do passado, oportunidades e espaço para se melhorar existem em abundância. Cabe ainda diversifica-las, enriquece-las e moderniza-las, isso é o dever de todos e não somente das instituições de ensino, mas toda e qualquer mudança conduzida com muito cuidado, com base em dados de pesquisas criteriosas que devem ser avaliadas com muita frequência.
As pesquisas que já foram concluídas são muito importantes porém como interesse histórico, aquilo que valia no dia de ontem, hoje pode não valer mais, precisamos nos ater, a não ficarmos na mera repetição de tecnologias antigas, temas antigos, esquemas antigos que serviram para o ontem, porém não necessariamente servem para o hoje.
As universidades devem preparar as pessoas para um aprendizado continuo, e diversificado para a formação de um bom profissional.
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