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Fatores que Influenciam a Personalidade

Por:   •  29/9/2021  •  Relatório de pesquisa  •  2.016 Palavras (9 Páginas)  •  1.419 Visualizações

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Índice

Introdução ---------------------------------------------------------------------------------- 1
Desenvolvimento ----------------------------------------------------------------------- 2-7
1. Personalidade (conceito) ------------------------------------------------------ 2
2. Factores que influem na formação da personalidade ------------------- 3-4
3. Hereditariedade ---------------------------------------------------------------- 5
4. Meio Social --------------------------------------------------------------------- 6
5. Experiências Pessoais --------------------------------------------------------- 7
Conclusão ---------------------------------------------------------------------------------- 8
Referências Bibliográficas --------------------------------------------------------------- 9

Introdução

Considera-se que a característica mais notável do ser Humano é a sua individualidade, e que todo o ser humano é portador de um genótipo singular, que faz com que jamais dois seres humanos, tenham sequer a potencialidade de um desenvolvimento idêntico, sobretudo quando a todas essas diferenças genéticas acrescentarmos as diferenças que ocorrerão nos ambientes e nas experiências de cada indivíduo.

Mas o que é a personalidade? Que factores influenciam na formação da personalidade? O que é a hereditariedade? Estas e muitas outras perguntas serão respondidas de acordo o desenvolvimento do nosso trabalho.

1. Personalidade (conceito)

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém. A formação da personalidade é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo. O termo é usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das características marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "não tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito do senso comum e não o conceito científico aqui tratado.

O presente artigo descreve uma série de características que foram tratadas como componentes da personalidade. Para uma introdução às diferentes teorias que procuram explicar o desenvolvimento e a estrutura da personalidade, ver o artigo Teoria da personalidade.

Encontrar uma exata definição para termo personalidade não é uma tarefa simples. O termo é usado na linguagem comum - isto é, como parte da psicologia do senso comum - com diferentes significados, e esses significados costumam influenciar as definições científicas do termo. Assim, na literatura psicológica alemã persönlichkeit costuma ser usado de maneira ampla, incluindo temas como inteligência; o conceito anglófono de personality costuma ser aplicado de maneira mais restrita, referindo-se mais aos aspectos sociais e emocionais do conceito alemão.

Alguns estudiosos dão a seguinte definição: "Personalidade é uma organização interna e dinâmica dos sistemas psicofísicos que criam os padrões de comportar-se, de pensar e de sentir característicos de uma pessoa". Esta definição de trabalho salienta que personalidade:

- É uma organização e não uma aglomerado de partes soltas;
- É dinâmica e não estática, imutável;
- É um conceito psicológico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos;
- É uma força ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca;
- Mostra-se em padrões, isto é, através de características recorrentes e consistentes
- Expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoções.

2. Factores que influem na formação da personalidade

São vários os factores que influenciam na personalidade humana no entanto citaremos os mais estudados em psicologia.

Principais factores: Genético, ambiental, aprendizagem, parental, desenvolvimento, consciência e inconsciência.

Estudando as muitas teorias da personalidade desde Freud no início do séc. XX é os contemporâneos do séc. XXI. Pode-se concluir que não existe a teoria da personalidade certa ou errada, sabemos que o campo da personalidade é marcado mais pelo caos do que pela certeza, mais pelas diferenças do que concordâncias. Abaixo segue algumas concepções de vários protagonistas da teoria da personalidade ou teorias das personalidades.

2.1. O Factor Parental

Freud foi o primeiro a enfatizar a influência dos pais na formação da personalidade dos filhos e praticamente todos os teóricos aceitam esse ponto de vista. Adler fala das consequências de uma criança não desejada ou rejeitada pode ter em sua personalidade. Esta rejeição citada por Adler pode causar a insegurança tornando-a raivosa e deficiente de auto-estima. Horney diz que a insegurança por falta de afeto pode ocasionar um sentimento de desampara na criança. Fromm por sua vez argumenta que quanto mais independente a criança for dos laços primordiais com os pais mais insegura será.

Cattel e Allport também concordam com o factor parental na formação da personalidade. Allport diz que a relação mãe-bebê é primordialmente de afeto e segurança, condições básicas para o desenvolvimento. Cattel via a infância como o período de formação mais importante, pois do comportamento de pai, mãe e irmão trará o caráter.

Maslow trouxe a importância de atender as necessidades básicas (fisiológicas das crianças) e a necessidade de sentir-se segura diante dos acontecimentos. A partir das ideias de Maslow, Rogers falou sobre a responsabilidade dos pais em oferecer consideração positiva incondicional para seus filhos.

Os comportamentos parentais podem determinar aspectos específicos na personalidade como necessidade de realização, auto- eficácia, autocontrole e o optimismo.

Mesmo com controvérsias a personalidade é formada por pais, colegas, genes ou alguma combinação fatores.

2.2. O Factor do Desenvolvimento

Freud acreditava que a personalidade era estabelecida até por volta dos cinco anos de idade e que depois seria muito difícil mudá-la. Os grandes teóricos da personalidade como Cattel, Allport, Erikson e Murray aceitam que os primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento da personalidade, mas não é determinante e, portanto pode ser modificado. E teóricos como Jung, Maslow, Cattel e Erikson observaram que a meia-idade era um período de importantes mudanças na personalidade. Se fossemos responder a pergunta: A personalidade muda? Poderíamos dizer que sim, pois algumas características permanecem estáveis enquanto outras permanecem mudando com o passar do tempo.

Alguns teóricos que defendem a influência de fatores genéticos sugerem que as mudanças ocorrem independentes do ambiente. Por outro lado outro grupo teórico acredita que mudamos em função do ambiente e a necessidade de adaptação ao meio social.

Um teórico contemporâneo dividiu as mudanças na personalidade na vida adulta em três níveis:

- Traços de disposição: São características que permanecem estáveis ou imutáveis a partir dos 30 anos.
- Preocupações pessoais: São os sentimentos, planos e objetivos conscientes que mudam frequentemente durante a vida.
- A narrativa da vida: É o desenvolvimento do SELF, a obtenção de identidade e o encontro com o objectivo da vida. O que somos e como nos encaixamos no mundo.

3. Hereditariedade

O padrão genético do indivíduo, estabelecido no momento da concepção, influencia as características da personalidade que cada Ser desenvolverá.

Na determinação do temperamento de um Ser Humano, podemos evidenciar inúmeras variações no organismo individual no que respeita, por exemplo, à constituição física e ao funcionamento dos sistemas nervoso e endócrino que são em grande parte, influências hereditárias.

O papel da hereditariedade no desenvolvimento e comportamento dos Seres Humanos é um assunto de grande relevo, podendo o estudo do caso concreto dos Gémeos ser um dos métodos mais eficazes na análise do papel da hereditariedade. Na generalidade, conclui-se que comparativamente às semelhanças físicas e intelectuais , é nas características da Personalidade que a semelhança é menor (factores biológicos).

Além disso, os factores somáticos (orgânicos), como a altura e o peso, o funcionamento dos órgãos dos sentidos, podem afectar o desenvolvimento e alteração da personalidade.

Concluímos ainda que, as primeiras teorias da Personalidade (teorias dos tipos), dão maior ênfase ao papel dominante dos factores biológicos e das influências hereditárias na composição da Personalidade. Por outro lado, referem-se ao papel do Meio Social e das Experiências Pessoais como dependentes e estritamente subordinadas face a outros factores, colocando-as em segundo plano.

Mais tarde, a psicanálise de Freud evidenciará a componente biológica na construção da Personalidade assim como as formas de perturbação a que o nosso sistema estará sujeito nesta evolução construtiva.

4. Meio Social

A contribuição dos factores sociais no desenvolvimento e comportamento de um Ser Humano, encontram-se explícitos com maior profundidade no que se refere à psicologia social e do desenvolvimento, pelo que tentaremos de forma sucinta e resumida referir o seu contributo para a Personalidade.

O meio social é constituído por famílias, grupos e cultura a que determinado indivíduo pertence. Este factor tem um papel fundamental na construção da Personalidade. Esta, forma-se sob um processo conjunto e cooperativo de diversos sistemas sociais da vida, tal como a família, o trabalho, a comunidade ou a escola.

Todo e qualquer processo de socialização em que sobretudo a família consciencializa e assume um papel preponderante não só nas características, como na qualidade de relações interactivas existentes ( indivíduo > família, amigos e em processos educativos - indivíduo > escolas ), são formas que marcam profundamente a Personalidade.

O ambiente e o clima em que se vive (hostil, violento, harmonioso), influenciam também a Personalidade.

“ Os psicólogos têm procurado determinar o efeito relativo da hereditariedade e do ambiente no desenvolvimento da personalidade. Em geral, parece que quanto mais próximo é o relacionamento de duas pessoas, tanto mais provável é que as características da sua personalidade sejam as mesmas. Entretanto, esta tendência é afectada pelas circunstâncias ambientais. Assim, gémeos idênticos criados juntos têm mais probabilidade de mostrar padrões semelhantes do que os criados separadamente, mas mesmo estes têm mais probabilidade de ser semelhantes do que irmãos que não sejam gémeos. “

As correntes da aprendizagem social e as correntes do comportamento social, salientam o importante papel dos estímulos do meio social e ambiental, dos modelos sociais e de processos de aprendizagem na evolução e construção da Personalidade. De todos os elementos que a condicionam, a teoria da aprendizagem social é aquela que exclui ou seja, atribui menor valor ao Mundo interior da pessoa. Algumas pesquisas têm sido feitas sobre as principais causas que estão na base do Stress. Para além de factores sociais é necessário identificar a influência da forma de agir, ser e sentir, de factores geográficos e climáticos. (ex: Viver em ilhas desérticas ).
5. Experiências Pessoais

As experiências pessoais englobam as vivências pessoais de cada Ser Humano. Acontecimentos do dia-a-dia, sonhos, atitudes e comportamentos são alguns exemplos. Estes, cada vez mais se revestem de uma extrema importância para o desenvolvimento emotivo e sensível na infância da pessoa na construção da Personalidade.

Para uma adequada estruturação e organização da Personalidade, a qualidade de relações prematuras e premeditadas, tal como o processo de enraizamento de ligações existentes entre mãe/filho, parecem-nos essenciais a esta perfeita estruturação da Personalidade. Citamos ainda algumas das consequências gravosas da carência e da privação de afectividade (Ansiedade, automutilação e comportamentos regressivos). A morte poderá ser mesmo a etapa final.

O Ser Humano é dotado de capacidades, tais como: capacidades cognitivas, afectivas e linguísticas, a socialização, os processos de autonomia e de construção de valores em crianças. Estas capacidades influenciam um sem número de relações familiares, tal como a sua constante complexidade de entendimento e aprendizagem.

No contexto da personalidade infantil, muitos psicólogos pensam que a partir dos 2-3 anos de idade, começam por surgir indícios e manifestações concretas da afirmação do Ego – Personalismo, no indivíduo enquanto criança. A criança procura afirmar-se perante a família criando situações embaraçosas ( ex: Dizer não constantemente ). Relacionamos ainda nesta fase, o facto de a criança utilizar a palavra Eu em vez de se referir a si na terceira pessoa.

Na formação da Personalidade, a adolescência é uma etapa igualmente interessante e importante, pois identifica-se a necessidade de afirmação, a criação de identidade pessoal, de género e psicossocial. As situações de exagero, reflectem-se nesta fase da vida. O vestir, a defesa de ideias estruturadas e concretas e ainda a forma de expressão.

Como já foi referido sendo as experiências pessoais ocorrências e acasos (mortes, mudanças habitacionais, divórcios, satisfações e frustrações), são factores que demarcam a Personalidade dos detentores dessas vivências. A forma como tentamos superar e aceitar ou não, como pertences da nossa vida, condicionam também a Personalidade.
Conclusão

Depois das incansáveis pesquisas, chegamos a conclusão que a Personalidade é produto da organização dinâmica de diferentes componentes. Na análise deste trabalho, referimos a extrema importância dos diversos factores e condicionantes da Personalidade.

Evidenciou-se a relação do Homem com o meio circundante. Podemos concluir que este influencia o comportamento da pessoa ao longo da sua vida e na formação do seu carácter. Contudo, existe em nós uma apreensão desses factores ao nível da consciência e que predominará na definição da Personalidade no indivíduo, assim como considerado por Freud e referido por nós nesta abordagem ao analisarmos as perturbações ou anomalias comportamentais.

Por se tratar de algo tão representativo no processo de análise da pessoa, vários foram os teóricos que debruçaram o seu estudo sobre este assunto. No decorrer deste trabalho concluímos que a interpenetração destas teorias revelam o todo do desenvolvimento, na formação da Personalidade.

Referências Bibliográficas

PLON, Elisabeth Roudinesco Michel: Dicionário da Psicanáise,
Editorial Inquérito.

BATEMARE, Anthony; HOLMES, Jeremy: Introdução à Psicanálise,
Climepsi Editores.

LOURENÇO, Orlando M.: Psicologia do Desenvolvimento Cognitivo, Livraria Almerdina.

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