A Teoria dos Cinco Fatores da Personalidade - Fichamento

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Discente: Vinicius Henrique Silva Rocha

Disciplina: Técnicas de Avaliação Psicológicas II

Teoria dos Cinco Fatores da Personalidade (TCF): uma introdução teórico-conceitual e aplicada para avaliação                                                

Baptista, M. N., Muniz, M., Reppold, C. T., Nunes, C. H. S. S., Carvalho, L. F., Primi, R., ... Pasquali, L. (2019). Compêndio de Avaliação Psicológica. Petrópolis, RJ/Vozes.

Inicialmente, é contextualizado a história da Psicologia da Personalidade. Nessa, teve momentos em que teve um progresso interessante, mas logo se estagnou, por não haver uma metodologia capaz de continuar contribuindo nos estudos da personalidade de forma aceitável. Isso mudou com o advento dos Cinco Grandes Fatores (CGF), proveniente, especialmente, pelas sistematizações feitas por Robert McCrae e Paul Costa, nas décadas de 1980 e 1990.

O modelo CGF apresenta grandes evidências de sua validade preditiva em várias esferas da vida, satisfação com o trabalho, qualidade de vida, rendimento esportivo, longevidade, estabilidade no relacionamento. Além disso, o modelo proporcionou a realização de pesquisas transculturais. Mesmo assim, o modelo se mostrou incapaz de oferecer explicações teóricas suficientes para resultados de pesquisas que parecem ser inconsistentes, como por exemplo o fato da personalidade se mostrar como estável e ao mesmo tempo carregar a possibilidade de mudança. Sendo assim, McCrae e Costa propuseram um aprofundamento intitulado Teoria dos Cinco Fatores (TCF), que tinha como objetivo resolver questões que o CGF não possibilitava resolver.

“A TCF oferece uma estrutura para explicações causais dentro do campo da Psicologia da Personalidade. Um pressuposto importante desta estrutura é que ela opera como um sistema que possui diferentes níveis de análise, representados por componentes inter-relacionados e que sofrem diferencialmente influencia da biologia e do ambiente. Assim, pois, dentro desse referencial conceitual, a personalidade pode ser entendida como um sistema no qual as tendências inatas da pessoa interagem com o ambiente social para produzir as ações e as experiências de uma vida individual.” (2019, p. 508).

Na TCF a personalidade deixa de ser sinônimo de traços e passa a incorporar outros elementos. Tais variáveis estruturantes representariam os componentes básicos universais, podendo sintetizar nas seguintes: tendências básicas (características genéticas e físicas); adaptações características (linguagem, competências sociais, atitudes e crenças; auto-conceito; biografia objetiva (comportamento do sujeito); influências externas (situação do meio em que o sujeito está). Estes componentes se relacionam de forma dinâmica.

A TCF não foca nos aspectos universais da personalidade, mas sim nas diferenças individuais e na adaptação do sujeito com os objetos ao seu redor. Assim, a personalidade pode ser definida, como um sistema constituído pelos traços de personalidade e pelos processos dinâmicos. Dessa forma, a TCF oferece um referencial mais completo e elaborado do funcionamento da personalidade humana, que permite superar as limitações e críticas apresentadas pelo modelo CFG. (2019, p.514).

Contudo, a TCF fornece um panorama mais completo da estrutura da dinâmica da personalidade, integrando evidências empíricas que foram acumuladas ao longo de décadas de pesquisa e representa um avanço nas investigações acerca da personalidade humana. Sendo assim, mesmo sendo recente, a TCF mostra a importância de conduzir estudos que possam verificar empiricamente vários postulados da teoria, pois assim, abre margem para uma maior construção de instrumentos de avaliação psicológica com consistência maior.