Fichamento - Livro "Conversa Sobre Terapia"
Por: Lívia Campos • 16/10/2016 • Dissertação • 1.452 Palavras (6 Páginas) • 1.957 Visualizações
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS
CENTRO DE CIÊNCIAS APLICADAS A SAÚDE
CURSO DE PSICOLOGIA
LÍVIA CARLA PINTO DE CARVALHO CAMPOS
FICHAMENTO LIVRO “CONVERSA SOBRE TERAPIA”
SANTOS
2016
“Há algumas coisas, porém, que independem de teorias. Uma delas é a postura do psicólogo diante de coisas fundamentais, como, por exemplo, o respeito: pelo paciente, pelo contexto da sessão de terapia, pelo segredo profissional; o bom senso de saber que a terapia, seja qual for, não pode tudo, e que, às vezes, nosso paciente pode precisar também de uma ajuda psiquiátrica ou de algum outro tipo.”P13
“As teorias explicam o pensamento do homem, suas emoções, seu desenvolvimento; explicam o porquê de certas patologias. Todas elas têm algo a dizer, e é importante que o profissional que se propõe a tratar de seres humanos não ignore as ciências e os saberes todos que descrevem o homem” P14
“Quando conhecendo as teorias, você consegue manter o pensamento aberto para permanecer diante do fenômeno, livre das teorias, você vai ter a sensação de estar honestamente fazendo fenomenologia; saberá o que está deixando de lado e por que faz isso. Você sentirá que o faz porque o apelo do fenômeno é maior” P16
“Aliás, nem seria possível uma coisa dessas, mesmo porque somos “ser-no-mundo”, e o “mundo” em tal expressão já significa um entrelaçamento de referências: nosso fazer, nosso falar, nosso pensar sempre acontecem na referência a algo que lhes dá sentido.” P16
“A compreensão do Dasein, do “ser-aí”, como “ser-no-mundo”, como “ser-com”; como aquele que é chamando em suas possibilidades para realizar sua existência através do “cuidado”, é cobrado por isso e sente culpa; aquele que sonha, faz planos; sabe que é finito e se angustia diante da possibilidade do nada. ” P17
“Seu paciente vem semana, após semana, às vezes durante anos. Cada vez ele traz um pedacinho da história que é dele, que é ele. Os sentimentos mais diversos vão passando por ali: raivas e amores, sonhos e desilusões, esperanças e temores, culpas e vontade de poder ser melhor. Ele vem porque, a cada sessão, vocês dois reúnem pedaços de significados que estavam dispersos na vida dele. ” P18
“Enfim, todos os sentimentos têm o direito de frequentar a sessão. Alguns deles surgem e dizem logo “estou aqui” com muita clareza, e outros, por muito tempo, negam-se a mostrar-se; querem ser chamados por outros nomes ou se misturam com outros sentimentos. Mas com paciência, todos vão chegando e colorindo uma história cheia de sentido. ” P19
“Terapia é um pouco isto: oportunidade de o paciente poder olhar, de novo, para o que foi vivido e passou – Ou não passou –, para o que é vivido agora, e autenticar tudo como sendo dele, como sendo ele. ” P23
“Sim, porque terapia também é isto: a chance de alguém perceber que não lhe compete mudar os outros; que não compete aos outros tomar a iniciativa para resolver os problemas que são dele, e que a obrigação de cuidar da sua vida é primeiramente de; é a chance de perceber que ele deve isso a si mesmo. “P24
“Terapia não pode deixar também de ser isto: o lugar onde se pode ouvir a própria resposta à pergunta inevitável: o que tem valor para mim? “P31
“Isso quer dizer também que o sofrimento, a dor, a injustiça, impostos sobre um homem, dizem respeito à humanidade toda, a cada um, a mim, a você. “P33
“Quando o paciente entra em sua sala, o cuidado é dirigido a ele; o mundo lá fora está fora; mas lembre-se de que o paciente é ele mesmo um mundo, e quando você cuida bem dele, é do mundo que você está cuidado – homem algum é uma ilha. “P39
“O terapeuta deveria ter cuidado também ao falar, apressadamente, determinadas coisas que, no momento que o paciente está vivendo, podem ser mal compreendidas por ele. “P47
“Lidamos com o fenômeno da existência, e segunda a concepção de que partimos, a existência é, em cada caso, a minha, a sua, a do paciente em sua sala” P52/53
“Como não estamos, somos solicitados a ter para cada um deles um olhar especial, único, atento ao sentido daquela vida; mas esse olhar será tão mais profundo e apropriado quanto mais tivermos nos aprofundando na compreensão do que caracteriza a existência humana”. P53
“Fenomenologia não é uma teoria. É um modo de se aproximar de um fenômeno, que se caracteriza principalmente, por deixar que ele se mostre tal como se apresenta, o mais possível sem a interferência das teorias já existentes sobre ele. Mas o fenômeno só se mostra quando alguém olha para ele, aproxima-se dele na procura de compreendê-lo e explicita-o na linguagem. Na terapia o fenômeno em questão é a existência do paciente. ” P54
“Se o terapeuta for capaz de pensar na sua paciente como o que basicamente ela é, um “ser-no-mundo”, ele vai, antes de tudo, compreender que cada uma das coisas que ela faz ou deixa de fazer, não importa se certas ou erradas, tem significados imbricados uns nos outros, imbricados em outros significados mais amplos.; ele vai compreender que, mesmo quando uma pessoa sente o sentido que sua vida está tomando não é aquele que ela pretendia, mudar essa direção não é tão fácil como quando alguém percebe que tomou o ônibus errado, desce no primeiro ponto e pega outro. É exatamente por não ser fácil essa retomada do sentido que a pessoa precisa de terapia, precisa de tempo para pensar a sua vida, junto de alguém cujo pensamento tenha aquele caráter artesanal, aquele pensamento que é dedicado à existência dela e não já pronto para mulheres modernas em geral. “P69
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