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Fichamento "O que é Dialética" - Leandro Konder

Por:   •  20/5/2016  •  Resenha  •  956 Palavras (4 Páginas)  •  3.241 Visualizações

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KONDER, L. (2008). O que é dialética. São Paulo: Brasiliense.

- Leandro Konder define a dialética, tal como conhecemos hoje, como “o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação” (p. 7-8). Konder traz a concepção do termo dialética desde a Grécia Antiga e aqui serão destacadas algumas delas. Galileu e Descartes, por exemplo, já afirmavam que a condição natural dos corpos era o movimento e não o estado de repouso – p. 13

- Diderot já considerava, antes mesmo de Hegel e Marx, que “o indivíduo era condicionado por um movimento mais amplo, pelas mudanças na sociedade em que vivia” (p. 16). Para ele, o sujeito era como era porque lhe foi preciso que se tornasse assim. Se houver uma mudança no todo, o autor afirma que obrigatoriamente ele também se modificaria. Dentre as várias contribuições de Diderot, Konder destaca a frase do autor “Desconfie de quem quer impor a ordem”.

- Rousseau também foi importante no que diz respeito à Dialética. Para ele, todos os homens nasciam livres, tendo a liberdade como algo já dado pela natureza, mas a organização da sociedade em que viviam lhes tirava esta liberdade. Algo que Diderot e Rousseau concordavam era de que não se poderia deixar intimidar pela ‘ideologia da ordem’, que era, para elas, extremamente conservadora.

- Já tratando da contribuição de Hegel para a dialética, Konder cita que aquele reconhecia o homem como essencialmente ativo e sempre interferindo na realidade. Para Hegel, é o trabalho que impulsiona o desenvolvimento humano, pois é nele que o homem produz a si mesmo e que se não fosse o trabalho, não existiria a relação sujeito-objeto (p. 23)

- “o trabalho é o conceito-chave para nós compreendermos o que é a superação dialética” (p. 24). Para Hegel, a superação dialética é simultaneamente a negação de uma determinada realidade, a conservação de algo de essencial que existe nessa realidade negada e a elevação dela a um nível superior (p. 25).

- Konder destaca as diferenças entre Hegel e Marx e afirma que Marx superou, dialeticamente, Hegel. Para os dois, o trabalho era o que impulsionava o desenvolvimento humano, mas Marx criticou a concepção hegeliano de trabalho que dava importância demais para  o trabalho intelectual em detrimento do trabalho material. “Essa concepção abstrata do trabalho levava Hegel a fixar sua atenção exclusivamente na criatividade do trabalho, ignorando o lado negativo dele, as transformações a que ele era submetido em sua realização material, social. Por isso Hegel não foi capaz de analisar seriamente os problemas ligados à alienação do trabalho nas sociedades divididas em classes sociais (especialmente na sociedade capitalista).” P. 27

- O trabalho, para Marx, é a atividade pelo qual o homem domina as forças naturais e se cria a si mesmo. Dentre as contradições do trabalho, são destacadas as condições criadas pela divisão do trabalho, onde o trabalhador não é dono do produto de seu trabalho e ao invés de se reconhecer em suas próprias criações acaba por se sentir ameaçado por elas – p. 30.

- Konder também destaca o que Marx exemplificou sobre a dialética e o cristianismo: ele afirma que “na medida em que rejeitam a dialética, os cristãos se privam de um instrumento eficientíssimo na análise dos problemas humanos, perdem boas possibilidades de agir com eficácia no plano político e acabam desperdiçando energias na retórica dos bons conselhos, na pregação moralista e em projetos ingênuos (idealistas) de reforma dos costumes e das mentalidades” – p. 31.

- Na dialética marxista, o conhecimento é TOTALIZANTE, no entanto, qualquer objeto que o homem possa perceber é sempre parte de um todo, sendo necessário ter uma visão de conjunto. “Se não enxergarmos o todo, podemos atribuir um valor exagerado a uma verdade limitada (transformando-a em mentira), prejudicando a nossa compreensão de uma verdade mais geral” – p. 35. Um exemplo disso é, portanto, se quisermos analisar questões políticas do país: é necessário um nível de totalização elevado, ter consciência de sua história, suas contradições, sua economia, etc. – p. 37.

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