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Fichamento Palavras para Nascer

Por:   •  13/9/2016  •  Resenha  •  1.755 Palavras (8 Páginas)  •  466 Visualizações

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SZEJER, Myriam. Palavras para nascer: A escuta psicanalítica na maternidade. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.

Prefácio

- “apesar das crenças até então vigentes de que bebês não entendem o que lhe é dito – deram evidências de que puderam aproveitá-la [a palavra falada]”

- bebês nascidos de partos em segredo: “crianças abandonadas sofriam tanto daquilo a que a autora denomina vazio de palavra, e que elas elaboravam seus sintomas quando esta palavra lhe era oferecida, ocorreu-lhe que seria mais econômico intervir mais cedo, antes do aparecimento dos sintomas”

- “traz evidências do quanto o recém-nascido é uma pessoa, do quanto ele é um ser de comunicação, do quanto necessita ser compreendido e que esta compreensão possa ser expressa através da palavra – a palavra verdadeira”.

- [sintomas] “a linguagem a que o corpo do recém-nascido recorre para expressar a dor de sua alma”

- o bebê como ser desejante – “o simples fato de ele ter nascido significa que ele foi movido por um desejo de vida e que os sintomas que o enredam estão aí para dizer que o seu desejo humano irredutível está sendo contrariado”.

- Ele [o bebê] recorre a estes sintomas [vomita, regorgita, diarreias, constipação, cólicas, recusa o seio, anorexia, bulimia, choro em excesso, ficar acordado em demasia, tem problemas de pele, hipotonia, não aumenta o peso, apático, grita sem parar] como forma de comunicação.

- “a certeza de que eles compreendem e que eles dizem”.

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Do nascimento ao limbo da vida (p. 133-211)

- período do limbo [espécie de limiar]: momento da decisão de nascer para a vida simbólica

- período de três ou quatro dias que se segue ao nascimento

- foco da análise o baby blues e o parto em segredo

- “ambos levantam a questão crucial do vínculo e da comunicação entre o novo ser e aqueles que o engendram” (p. 133)

- o baby blues – aparece por volta do terceiro ou quarto dia

- “A mãe [...] teve tempo de constatar que esse filho não é realmente parte dela mesma. [...]. Ela está prestes a reconhecer que seu filho e ela fazem dois! Essa verdade, que ela decerto sabe intelectualmente, deprime-a porque tem que vive-la em seu corpo, em suas percepções e em seus pensamentos”. (p. 135).

- diferença entre baby blues [que a autora considera comum e salutar] e a depressão [p. ex. a depressão pós-parto] (p. 135.

- casos extremos de baby blues: depressão melancólica, psicose puerperal, psicose do desmame (p. 136).

- o baby blues “coloca a questão essencial sobre o que é a filiação” (p. 137).

- “é o recém nascido que desencadeia o baby blues na mãe. [...]. A depressão do baby blues é provocada pela criança” (p. 138).

- “Deve-se ver a depressão da mãe como um movimento seu de aspiração da necessidade ativa de comunicação do filho. [...]. A maneira como a criança irá responder à depressão da mãe marcará o começo da comunicação ativa. [...]. Com o baby blues, a salmodia torna-se intencional e é recitada [...]. Se essa tentativa de comunicação fracassar, todo o corpo passará a ser lugar da linguagem, via seus sintomas.” (p. 140).

- o lugar tripartite do sintoma (p. 141): o recém-nascido, sua mãe e seu pai.

- “‘as crianças falam seus pais e, inversamente, elas estão dentro dos pais’. O sintoma funciona na tríade mãe-filho-pai.”

- mesmo dormindo ou no coma as crianças são extremamente receptivas (p. 147).

- função do psicanalista: “cabe a ele permitir que as palavras dos protagonistas expliquem os nós que os apertam, no sentido latino do termo, ou seja, que os estendam, os desdobrem” (p. 148).

Subtópico: No limbo incerto (Esmael, p. 150)

- Para o feto, desejo e necessidade confundem-se.

- “A ética do feto é o vampirismo: primeiro viver e crescer, por todos os meios. [...]. Nele, desejo e necessidade confundem-se, não estão desintrincados” (p. 150-151).

- “para um psicanalista que trabalha com recém nascidos e também se interessa pela vida pré-natal, corpo e linguagem desejo e necessidade, são uma coisa só. Não se pode separar ficticiamente um do outro. O corpo da criança nasce para várias articulações da linguagem” (p. 151).

- O problema surge quando essa confusão entre necessidade e desejo perdura depois do nascimento, porque nenhuma fala dos pais veio reiterar o corte fisiológico do cordão umbilical. É de extrema importância significar para o lactente a diferença entre desejo e necessidade, para que a psicose não se instale” (p. 152). [A autora dá o exemplo da criança que não para de morder, morde tudo].

- Segundo a autora, a fusão da vida pré-natal não existe. Portanto, “o problema do baby blues não é desfazer a fusão entre mãe e filho” (p. 152).

- Sobre essa cisão afirma: “desde o momento em que a placenta assume a manutenção da gravidez pelos hormônios placentários, a fusão entre mãe e filho já se desfez. Ou seja, no quarto mês depois da concepção. [...] Se há intermediário, é porque há troca entre a mãe e a criança: em nenhum caso há fundamento para dizer que eles fazem apenas um”. (p. 153).

- “O baby blues aí está para permitir que afirmemos que são as palavras pronunciadas ao bebê que lhe são autonomia. Dando sentido às suas emoções, essas palavras e os desejos que elas veiculam permitem que ele as ‘pense’. Dessa forma, instauram a criança na sua dimensão de sujeito desejante autônomo, decido a enfrentar seu próprio futuro”. (p. 153).

- Ao contrário dos adultos, em que as “camadas a atravessar são inúmeras”, os recém-nascidos são mais acessíveis “pois os estratos não são tão numerosos”: “o recém nascido entende mais rápido  o que lhe permite ingressar na vida simbólica (p. 154-155).

- O exemplo de Gerard – um recém-nascido enlutado (p. 155): passara suas primeiras 48 horas de vida chorando na sua incubadora da unidade canguru.

- “Que Gérard chore a sua irmã é algo concebível, mas que ele esteja inconsolável só se explica se imaginarmos que a tristeza vem de outro lugar e espera ser nomeada” (p. 156).

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