Fichamento Teoria da Identidade de Erik Erikson
Por: Natasha Ferraz • 13/4/2015 • Resenha • 2.174 Palavras (9 Páginas) • 2.659 Visualizações
IBMR Laureate
Data: 30/03/2015
Professora: Daniele Muniz
Disciplina: Teorias Psicológicas do Desenvolvimento
Aluna: Natasha Ferraz da Paixão Ribeiro
Curso: Psicologia Noturno
Fichamento sobre a Teoria da Personalidade de Erik Erikson
SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. (2010). Erick Erikson: Teoria da Identidade. In SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. Teorias da Personalidade. São Paulo, Cengage. cap. 6, p. 179-206
I - Introdução
O referido texto apresenta ao leitor a Teoria da Personalidade de Erik Erikson, tratando desde aspectos pessoais de sua vida que levaram ao desenvolvimento da teoria, bem como aos pormenores relativos ao desenvolvimento da personalidade, que, segundo ele, estaria dividido em oito fases.
Erikson ampliou a teoria de Freud aprimorando os estágios do desenvolvimento, enfatizando o ego em detrimento do id e reconhecendo o impacto das forças sociais, culturais e históricas na personalidade.
Além disso, entre as contribuições mais importantes de Erikson para a psicologia também é preciso destacar o reconhecimento do desenvolvimento da personalidade por todo o ciclo da vida e o conceito de crise de identidade.
Como também é possível notar em outras teorias da personalidade, há uma semelhança entre as experiências de vida de Erikson e a teoria desenvolvida por ele.
Erikson sofreu diversas crises de identidade, entre elas a relacionada à ideia de que seu pai biológico o havia abandonado, o que o levou a propor uma teoria da personalidade onde a busca pela identidade desempenha um papel de protagonismo.
O próprio teórico admite que se sentiu atraído por Freud particularmente devido à sua busca por um pai e que apenas quando iniciou sua carreira profissional sentiu que havia encontrado uma identidade.
Indubitavelmente, meus melhores amigos insistirão que eu precisava dar um nome a esta crise e vê-la em todo mundo para realmente ficar em paz comigo mesmo.” (Erikson, 1975, p.25-26).
Erikson também se interessou pela psicanálise infantil, utilizando o método de diagnóstico e terapia através de brinquedos (ludoterapia) e a construção de cenas, para se trabalhar com crianças emocionalmente perturbadas e que sofreram abusos. Os jovens que não conseguiam verbalizar as agressões à que foram submetidos poderiam expressar seus sentimentos por meio de brincadeiras, utilizando bonecos para representar a si mesmos e aos agressores.
Erikson também cunhou o termo confusão de identidade ao estudar certos sintomas psicológicos de povos indígenas norte-americanos e veteranos emocionalmente perturbados da Segunda Guerra Mundial, que apresentavam uma falta de imagem ou identidade clara do self.
II – Estágios Psicossociais do Desenvolvimento da Personalidade
Erikson dividiu o desenvolvimento da personalidade em oito estágios psicossociais. Os quatro primeiros estágios são semelhantes aos estágios oral, anal, fálico e de latência de Freud, embora este último estivesse mais atento aos fatores biológicos, enquanto Erikson enfatizava os fatores psicossociais.
O desenvolvimento seria regido pelo princípio epigenético, ou seja, cada fase depende de forças genéticas, mas o ambiente ajuda a determinar se elas serão ou não realizadas.
Em cada um deste oito estágios há um conflito que faz com que a pessoa se depare com formas bem ou mal adaptadas de reagir. Somente quando resolvemos cada uma destas crises (momento decisivo enfrentado em cada fase do desenvolvimento) podemos dar continuidade à sequência normal do desenvolvimento e adquirir força para enfrentar o conflito da próxima fase.
Se o conflito em cada uma das fases permanecer mal resolvido, teremos menos probabilidade de nos adaptarmos aos problemas que surgirão posteriormente. Ainda é possível um resultado positivo, mas este será mais difícil de obter. (Schultz, 2010, p. 182).
Para Erikson, pode ocorrer uma má adaptação caso o ego seja composto apenas de tendências mal ou bem adaptadas. Erikson denominou essa situação como mau desenvolvimento, ou seja, quando o ego é composto de apenas uma maneira de lidar com os conflitos.
As formas bem e mal resolvidas de lidar com a crise de cada fase são incorporadas na identidade do ego numa espécie de equilíbrio criativo. Embora o ego deva ser composto basicamente de atitudes de adaptação, ele também contém uma parcela da atitude negativa. (Schultz, 2010, p. 187).
Por isso, cada fase permite o desenvolvimento de forças básicas (características e crenças motivadoras) que surgem das maneiras positivas de lidar com os conflitos e de fraquezas básicas (características derivadas da resolução insatisfatória da crise de desenvolvimento).
Quadro estágios de desenvolvimento psicossocial, forças básicas e tendências de mau desenvolvimento
Estágio | Idades aproximadas | Formas positivas versus formas negativas de reagir | Forças Básicas | Mau desenvolvimento |
Oral Sensorial | Nascimento ao 1º ano | Confiança x Desconfiança | Esperança | Desajuste sensorial, afastamento |
Muscular Anal | 1 -3 anos | Autonomia x Dúvida/Vergonha | Vontade | Obstinação sem acanhamento, compulsão |
Locomotora Genital | 3 – 5 anos | Iniciativa x Culpa | Objetivo | Crueldade, Inibição |
Latência | 6 – 11 anos | Empenho x Inferioridade | Competência | Virtuosidade limitada, inércia |
Adolescência | 12 – 18 anos | Identidade x Confusão de Identidade | Fidelidade | Fanatismo, repúdio |
Idade jovem adulta | 18 – 35 anos | Intimidade x Isolamento | Amor | Promiscuidade, exclusividade |
Adulto | 35 – 55 anos | Produtividade x Estagnação | Cuidar | Superexpansão, rejeição |
Maturidade e Velhice | +55 anos | Integridade x Desespero | Sabedoria | Presunção, desdém |
II.I – 1º Estágio – Confiança x Desconfiança
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