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Historia Da Psicologia

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Por:   •  22/9/2014  •  2.778 Palavras (12 Páginas)  •  1.037 Visualizações

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL

SABERES PSICOLÓGICOS – (1500 – 1808)

Religiosos, políticos, educadores, filósofos e moralistas foram os primeiros a abordar questões psicológicas no Brasil colonial. Essas ideias figuram em obras de filosofia moral, teologia, pedagogia, medicina, política e arquitetura; abordando temas como emoções, sentidos, autoconhecimento, educação, personalidade, controle do comportamento, aprendizagem, influência paterna, educação feminina, trabalho, adaptação ao meio, processos psicológicos, práticas médicas, controle político, diferenças raciais e étnicas e persuasão de “selvagens”.

No século XVIII, com o Iluminismo, emergem novas concepções de conhecimento, que tiveram impacto sobre o entendimento dos fenômenos psicológicos. Destaca-se a figura do médico, agora substituto da figura do confessor, na cura dos males da alma.

O médico Mello Franco na obra - Medicina Theologica ou Suplica Humilde, feita a todos os Senhores Confessores e Directores, sobre o modo de proceder com os seus Penitentes na emenda dos Peccados, principalmente da Lascívia, Cólera e Bebedice (1794) afirma que: “Descobrindo-se na Confissão, as chagas todas do coração humano facilmente são conhecidas e podem ser inteiramente curadas pelos Médicos, que as observarão e examinarão em segredo”. O médico é, ao mesmo tempo, detentor do saber sobre o sujeito e agente da terapia.

No século XIX, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, foram criadas instituições destinadas ã administração pública e à vida cultural, como bibliotecas, academias e instituições de ensino. Faculdades de Medicina e de Direito, Escola normais.

Salvador e Rio de Janeiro tornam-se grandes centros urbanos, apresentando problemas relacionados ao aumento de contingente populacional excluído das condições mínimas de dignidade, como os leprosos, loucos, prostitutas, alcoólatras, crianças abandonadas, muitos dos quais ex escravos que, já que não mais produtivos, eram abandonados à própria sorte e se tornavam alvos de práticas higienistas, como a reclusão em prisões e hospícios.

SABERES PSICOLÓGICOS PRODUZIDOS EM OUTRAS ÁREAS DE CONHECIMENTO – (1808 – 1890)

Os saberes psicológicos, no século XIX, foram produzidos principalmente no interior da medicina e da educação; na medicina, em teses doutorais que os formandos do curso de medicina deveriam defender para obter o título de doutor e nas práticas dos hospícios. Grande parte dos assuntos psicológicos tratados referem-se à: paixões ou emoções, diagnóstico e tratamento das alucinações mentais, epilepsia, histeria.

A primeira tese que trata do fenômeno psicológico foi defendida por Manoel Ignacio de Figueiredo Jaime, em 1836, com o título: As paixões e afetos d’alma em geral e em particular sobre o amor, a amizade, a gratidão e o amor da pátria.

A partir da década de 1840 foram criados os primeiros hospícios no Brasil, baseando-se na necessidade de oferecer tratamento adequado aos “loucos”, que até então viviam nas ruas, prisões e nas “casinhas de doudos” das Santas Casas de Misericórdia.

Na educação, conteúdos psicológicos que abordavam as faculdades psíquicas – inteligência, sensações e vontade - a aprendizagem e os métodos e instrumentos educativos são encontrados no ensino secundário e, sobretudo, nas Escolas Normais, com a crescente preocupação com o fenômeno psicológico, fundamentando principalmente a metodologia de ensino, com foco no educando e na formação do educador.

AUTONOMIZAÇÃO DA PSICOLOGIA – (1890 – 1930)

Um projeto de Nação: A Modernidade e a Psicologia a seu serviço

A política econômica à serviço dos cafeicultores gerou profundo descontentamento entre todas as camadas excluídas da sociedade brasileira. Das camadas intelectuais, animadas pelo ideário liberal, surge um projeto de nação, que almejava elevar o Brasil à modernidade, rumo ao desenvolvimento e ao progresso. Daí a necessidade de um ser humano novo para a nova sociedade, tarefa para a educação que, baseada no escolanovismo, busca na Psicologia a ciência que dará base para sua ação. São então criados os primeiros laboratórios da área nas Escolas Normais e em alguns hospícios, nos quais ampla gama de temas psicológicos foi estudada. Nesse

momento, penetram no país as idéias que estão sendo produzidas pela psicologia européia e estadunidense, assim como obras e a própria presença de importantes psicólogos

estrangeiros. Percebe-se que, nesse momento, ainda que produzida no interior de outras áreas do saber, é a Psicologia Científica que, de fato, encontra solo fértil para desenvolver-se no Brasil. Gradativamente, portanto, a Psicologia vai sendo reconhecida como uma ciência autônoma, ocupando um lugar significativo no âmbito do ensino, da pesquisa e da prática.

A CONSOLIDAÇÃO DA PSICOLOGIA – (1930 – 1962)

Ensino, pesquisas, publicações, congressos, organizações e atuação prática. O processo de consolidação da Psicologia rumo à regulamentação profissional.

A Psicologia se consolida como uma ciência capaz de formular teorias, técnicas e práticas para orientar e integrar o processo de desenvolvimento demandado pela nova ordem política e social. Consolidam-se os campos de atuação: educação, trabalho e clínica. Testes e métodos de

avaliação psicológicos são utilizados nos serviços públicos de orientação infantil implantados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Estes também são a base do trabalho de institutos como o IDORT/SP, ISOP/RJ, IDOV/BA e SOSP/MG, voltados para a seleção e orientação de pessoal

e organização do trabalho. Os Serviços Nacionais da Indústria e do Comércio adotam abordagens psicológicas para a qualificação profissional. A Psicologia desvincula-se gradativamente da psiquiatria, ganhando status de disciplina independente nos cursos de pedagogia, ciências sociais e filosofia. Cresce o intercâmbio com o exterior: profissionais estrangeiros vêm ao Brasil

ministrar cursos e dirigir grupos de estudos. Ao mesmo tempo, aumentam as publicações de Psicologia. No plano institucional, psicólogos se organizam em associações que reivindicam a regulamentação da profissão. Nos anos 1950 uma sucessão de fatos amadurece a luta: o primeiro

pedido de registro de um consultório de psicopedagogia no Ministério da Educação; o primeiro

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