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História Da Vida

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Por:   •  21/10/2014  •  2.685 Palavras (11 Páginas)  •  249 Visualizações

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APRESENTAÇÃO

Sou Francesca Silva dos Santos, tenho 24 anos estou no 3ͦ semestre de pedagogia, moro na cidade de Não- Me- Toque, junto com meu noivo, trabalho na escola de Educação Infantil Ciranda da Alegria pelo Centro de Integração de Escolas e Empresas (CIEE).

Vou escrever um pouco da minha trajetória histórica pessoal, familiar, acadêmica e profissional, conheceram como fui criada pelos meus pais( Antonio Dinarte Mattos dos Santos e Vera Lucia Batista de Silva), a convivência entre 4 irmãs (Francini, Francieli, Francesca e Fernanda Silva dos Santos), onde tínhamos muitos conflitos, ciúmes, mas também motivos de alegria, e como o falecimento da caçula com 11anos de idade afetou o ambiente familiar e levou a separação dos meus pais. Como voltei a vida normal depois de tantos conflitos psicológico.

Conheceram um pouco do ambiente escolar que frequentei em Carazinho na Escola Estadual de Educação Básica Èrico Veríssimo (Polivalente), dos meus 5 até os 16 anos de idade, professores que ficaram na memória pela garra e coragem. Mas também professores que muitos gostariam de esquecer. Como era o currículo escolar nas séries iniciais. Amigos que passaram e deixaram marcas inesquecíveis.

O meu primeiro emprego no Supermercado DeCarli de empacotadora, onde realmente comecei a dar valor não só para as coisas materiais, mas principalmente que eu poderia chagar muito alem do que imaginava. Não trabalhei somente no supermercado DeCarli, já trabalhei no Coqueiros Supermercados e no Hiper Boa Vista, limpei muitas casas, e o que mais gostava de fazer era trabalhar de baba. Foi ai que decidi que iria cursar pedagogia, mas para poder pagar o curso tive que lutar muito. E a grande alegria que tive quando entrei em uma sala de aula na Educação Infantil.

Capitulo I: HISTÓRIA DA VIDA

Fui criada em um ambiente familiar muito rigoroso, pois meus pais trabalhavam o dia inteiro, então a organização da casa ficava por nossa conta, como já comentei éramos entre quatro irmãs, sempre tínhamos comida, não em abundancia mas o suficiente para nossa sobrevivência e também nunca passamos friu, as roupas naquela época era muito caras então as que não serviam para as minhas irmãs passavam para mim, as minhas para Fernanda, isto causava muitas brigas pois sempre saia alguém perdendo e alguém ganhando roupas novas.

Quando minha irmã Fernanda completou 6 anos de idade ficou muito doente, como não tínhamos dinheiro para pagar uma consulta particular passamos de posto em posto de saúde e os médicos afirmavam vários tipos de doenças como: anemia, osteoporose, músculos fracos entre outras,mas nos exames nada constatava, então conseguimos dinheiro com ajuda de familiares para pagar uma consulta particular na doutora Maira,foi ai que levamos um grande susto, o primeiro diagnostico foi água nos dois pulmão, e logo apos a confirmação Câncer no Pulmão, para o desespero de todos que nos radiavam. Sabíamos que esta doença não tinha cura, e justo nesta época passara na Rede Globo uma novela que justamente falava de uma menina que sofria de Leucemia ficávamos atento na novela, pois tudo para nos era desconhecido e os processos de quimioterapia, hemoglobinas baixa era o que a Fernanda também iria passar. Então começou uma grande luta de sobrevivência, não só de uma criança com apenas 6 anos de idade mas de toda família que lutava para sua recuperação.

Nesta época todas frequentavam a mesma escola (Érico Veríssimo) e todos que trabalhavam na escola nos conheciam, pois a mãe trabalhou dezoito anos na Èrico como servente do estado. Então professores, funcionários e colegas sabiam da luta de toda família. Durante o primeiro ano de tratamento da Fernanda nossa vida familiar era bem confusa pois um pouco estávamos morando em Porto Alegre e outro em Carazinho, ou seja, quando a imunidade da Fernanda baixava íamos correndo para Porto Alegre e ficávamos lá até a mesma voltar ao normal, as vezes demorava três a quatro meses. A escola sabia a causa de nossas ausências na sala de aula, pois sempre ficava uma de nos três em Porto alegre junto com a mãe, e por isso a escola fazia o possível para não deixar nos perder o ano letivo, sempre avisavam os dias das provas, trabalhos. Quando chegava o período de provas o pai ia para Porto Alegre para todas realizarmos as provas. Este esquema não deu muito certo pois passamos de ano com notas muito baixas. No ano quando a imunidade da Fernanda baixava ou tinha que realizar as quimioterapias meu pai as acompanhavam.

Durante três anos a presença de meus pais eram rara em casa pois quase todo tempo passavam em Porto Alegre acompanhando a Fernanda, foi quando meus familiares nos ajudavam muito pois tinha dias que não tínhamos pão para comer, então os irmão do pai e a irmã da mãe nos mandavam cestas básicas. A falta de dinheiro levava eu e minhas irmãs a muitas brigas, tinha 14 anos comecei a trabalhar na casa de minha madrinha cuidando de sua filha que tinha 5 anos, ganhava R$ 50,00 por mês.

Mesmo sabendo das dificuldades que estávamos passando o meio ambiente escolar era muito rígido, pois minhas irmãs frequentavam o 2 grau, precisavam de livros que a escola não fornecia e não tínhamos dinheiro para pagar, me lembro que varias vezes professores as fizeram voltar para casa sem assistir as aulas por falta de livros, mas também tinha professores que entediam nossa situação e ficavam surpreendidos da falta de ética dos seus colegas. Nunca vou esquecer do professor de matemática um grande amigo que sempre nos deu força para não desistir de estudar

Tinha uma grande amiga na escola que me levou a conhecer um grupo de jovens da igreja Bom Jesus que se chamava CLJ, tive muitos momentos de alegrias dentro da igreja, minha espiritualidade elevou muito e acreditei que a Fernanda iria se recuperar.

Depois de muitos altos e baixos a Fernanda teve uma melhora muito significativa, onde não precisava mais realizar as quimioterapia se achássemos um doador de medula, muitos amigos familiares se ofereceram para doar mas nenhum era compatível, esperamos mais de um ano na fila de doador de medula pelo Sistema Único de Saúde (SUS),mas a Fernanda não aguentou. O ultimo Natal com a presença da Fernanda foi 25 de dezembro 2000. Nunca vou esquecer esta data, pois todos estavam no quarto do Hospital na ala infantil de tratamento de câncer, e sabíamos que sua presença ao nosso lado não duraria muito. Quando ela nos surpreendeu

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