Histórico e Fundamentos da Psicologia Comunitária no Brasil
Por: Ana Luisa Carvalho • 27/2/2023 • Resenha • 494 Palavras (2 Páginas) • 258 Visualizações
Pontifícia Universidade Católica de Goiás[pic 1]
Escola de Ciências Sociais e da Saúde
Disciplina: Estágio Básico Supervisionado III – C04
Docente: Julia da Paixao Oliveira Mello e Pargeon
Discente: Ana Luisa Riccioppo Carvalho
Resumo: Histórico e fundamentos da Psicologia Comunitária no Brasil
O surgimento da psicologia comunitária no Brasil tem muito a ver com o golpe militar de 1964, pois ele fez com que muitos profissionais de psicologia se questionassem sobre a atuação, junto à maioria da população, e de qual seria o seu papel na sua conscientização e organização.
E é nesse período que surge nos Estados Unidos e em vários países da América Latina a expressão “psicologia comunitária”, referindo-se a atuação de profissionais junto a populações carentes, porém a maioria dos trabalhos dessa época utilizavam técnicas e procedimentos sem a necessária análise crítica, ou seja, a intenção era boa, mas não os resultados obtidos.
Com isso, encontra-se sob o rótulo de psicologia comunitária, uma prática voltada a: a) prevenção da saúde mental, unindo psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais e b) educação popular com a participação de pedagogos, psicólogos, sociólogos e assistentes sociais. Assim, são utilizados dois referenciais: 1) O encontro de 1981 – À procura de uma compreensão de uma psicologia social comunitária e 2) O encontro de 1988 – À procura da sistematização.
O primeiro encontro foi realizado na cidade de São Paulo e foi marcado pela proposta de um projeto de Saúde Mental Comunitária, idealizado por Hélio Figueiredo em 1977. O projeto tinha como objetivo elencar as problemáticas – como perda de identidade cultural, violência, desgaste psicológico e falta de infraestrutura – dentro da comunidade. A intervenção era através de atendimento psicológico individual e em grupo, acompanhamento de mães, grupos de adolescentes e reuniões em grupo com os moradores de determinado bairro. A equipe era composta por professores de psicologia, sociologia e administração.
O segundo encontro, realizado em Belo Horizonte teve como objetivo as definições das especificidades relacionadas às questões da prática psicológica e ainda teve como destaque as dinâmicas de grupo. Este segundo encontro teve muita relevância para desenvolvimento da atuação do profissional psicólogo diante da comunidade, sua intervenção terá como objetivo desenvolver grupos que se tornem conscientes e aptos a exercer um autocontrole de situações de vida através de atividades cooperativas e organizadas.
Além dos encontros, foram desenvolvidos trabalhos comunitários na zona rural, contando com a participação de cientistas sociais, e que se estendeu de forma semelhante por vários países da América Latina. As atividades desenvolvidas se caracterizavam por serem “acríticas e aclassistas”, procurando através da ação comunitária desenvolver os indivíduos e, consequentemente, a sociedade.
Por fim, as diversas experiências comunitárias vêm apontando para a importância do grupo como condição, por um lado, para o conhecimento da realidade comum, para a auto-reflexão e, por outro, para a ação conjunta a organizada. Com isso, é no contexto grupal que nos identificamos com o outro e é nele também que nos diferenciamos deste, e assim construímos a nossa identidade.
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