Psicologia Social No Brasil
Pesquisas Acadêmicas: Psicologia Social No Brasil. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: deivila • 15/5/2014 • 755 Palavras (4 Páginas) • 499 Visualizações
Mudanças consideráveis foram realizadas na década de 1960 na sociedade e
nas formas de governo. A rebelião de maio
de 1968 na França foi um marco na expressão
dos conflitos e das demandas por mudanças sociais e políticas na busca de uma nova
ordem social, mais justa e mais humana. No Br
asil, na primeira metade da década de 1960,
mais precisamente em 1964, ocorreu a revolução militar, acabando com a liberdade
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democrática (política, social, econômica e cultu
ral). Esse regime autoritário era mantido
por pactos com o capital internacional, coorde
nado pelo Serviço Nacional de Informação
(SNI), pelas práticas de cassação de
direitos políticos, prisões e torturas.
A Psicologia Social, até o início dos anos 1960 parecia que daria respostas a
todos os problemas sociais, mas foi atravessa
da por uma polêmica em torno de seu caráter
teórico e ideológico, ocasionando uma crise.
Tal crise foi devida tanto à sua metodologia
como às formas de teorização utilizadas
, pois a Psicologia de até então não havia
desenvolvido uma base sólida de conhecimentos
estruturada na realidade social e nas
vivências cotidianas. Sua teorização era centrada, segundo Krüger (1986), no cognitivismo
(relevo aos fatores cognitivos do indivíduo)
, no experimentalismo como método de
pesquisa, no individualismo (ou seja, na an
álise dos fenômenos so
ciais a partir da
perspectiva do indivíduo), no
etnocentrismo (já que este
modelo de indivíduo era o
estabelecido na cultura norte-americana), no uso
de microteorias (ou seja, na investigação
de micro-espaços do social) e, finalmente, na
perspectiva a-histórica, já que o "homem"
estudado através destes diversos invólucros se
ria um homem presente em todos os tempos
e espaços. Para superar a
crise, segundo Bonfim (2003a),
seria necessário buscar uma
maior e mais cuidadosa produção de conheci
mento, discutindo as questões ideológicas,
elucidando os conflitos sociais, analisando as diferenças individuais, grupais e
comunidades e questionando seu papel político.
Assim, a crise teórica de caráter inte
rnacional que aconteceu nesse período
residiu em grande parte nas dúvidas sobre o
método experimental e sobre a sua adequação
à complexidade e exigências do objeto de
estudo, pois, as regras do comportamento
humano, contrariamente às das ciências
naturais, não podem ser estabelecidas
definitivamente, porque elas se alteram em função das circunstâncias culturais e históricas.
Desse modo, as investigações deveriam estende
r-se do individual para
o social, levar em
conta o político e o econômico, no sentido de
se obter uma compreensão apropriada da
evolução da psicologia cont
emporânea e da vida social.
No Brasil, a Psicologia Social cresceu
em meio às conturbações políticas e
sociais internas. Cresceram, também, nas empresas
e nas instituições brasileiras, as práticas
de dinâmica de grupo e de intervenção psico
ssociológica que privilegiavam as relações
interpessoais, empresariais e/ou terapêut
icas. Houve ainda um crescente aumento no
número de cursos de ps
icologia criados no país.
A década de 1960 também foi importante para a Psicologia pela conquista de
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sua autonomia e pelo reconhecimento da profi
ssão de psicólogo regulamentada pela Lei nº
4.119, de 27 de agosto de 1962, que estimul
ou a criação de novos cursos, assim como
consolidou o ensino da Psicologia nos cursos superiores. Dessa forma, ocorreu o
desenvolvimento da produção psicossocial, prin
cipalmente em relação a disciplinas, como
“Dinâmica
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