INCLUSÃO COMPORTAMENTAL
Por: Brenda Stadter • 26/9/2016 • Trabalho acadêmico • 960 Palavras (4 Páginas) • 232 Visualizações
A definição da palavra incluir, segundo o dicionário, significa abranger, introduzir, envolver, compreender, mas esses sinônimos apenas atribuem o sentido de colocar algo ou alguém dentro de algum lugar, sendo essa definição imprecisa e não recomenda-se ser utilizada como guia para a prática de inclusão de alunos com desenvolvimento atípico no sistema educacional (BAGAIOLO, GUILHARDI e ROMANO, 2006).
Observando a partir de uma visão jurídica, encontramos a lei que salienta que o acesso à educação é garantido a todos os cidadãos, na escola todos são iguais e estes tem a mesma oportunidade. Porém, essa lei, como a definição do dicionário, também tem ideias muito genéricas, entretanto uma das visões menos discriminatória e mais detalhada pode ser vista na Declaração de Salamanca (1994) citada por Bagaiolo, Guilhardi e Romano (2006) que afirma que todas as crianças têm direito à educação e que cabe aos profissionais educandos oferecer oportunidades para que essa criança desenvolva sua aprendizagem, considerando os diferentes interesses, capacidades e necessidades de cada aluno. Além disso, prevê que todas as crianças, independente de suas particularidades, devem ser acolhidas em escolas regulares. Também podemos identificar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) citada por Bagaiolo, Guilhardi e Romano (2006) que diz respeito a flexibilização do sistema educacional, de modo que se adapte às necessidades individuais dos alunos a partir de métodos, técnicas e recursos educativos específicos. Ambas as leis citadas assumem que a responsabilidade educacional está nos profissionais da educação e não na criança, ainda que na prática, por vezes aconteça o contrário (BAGAIOLO, GUILHARDI e ROMANO, 2006).
Em relação a prática da inclusão, nos serviremos tanto das leis quanto a perspectiva teórica da análise do comportamento. A inclusão a partir da abordagem comportamental é trabalhado através de um modelo que pode ser dividido em cinco passos, que são: passo 2 - Planejar mudanças no material, no ambiente físico e em todas as fontes de estimulação, passo 3 – Treinar uma AT para promover a generalização do repertório desenvolvido na intervenção comportamental individualizada na escola, passo 4 – Integrar a equipe de profissionais, a escola e a família para a execução comum dos procedimentos e o passo 5 que seria Replanejar a intervenção comportamental individualizada.
O primeiro passo seria planejar a intervenção comportamental individualizada e tem como objetivos iniciais de intervenção a maximização e minimização de certos repertórios comportamentais. A maximização implica na construção e fortalecimento de repertórios pré-acadêmicos, acadêmicos, sociais e verbais que irão facilitar o desenvolvimento da criança em todos os ambientes, assim como no ambiente escolar. Já a minimização atua na diminuição da frequência dos comportamentos que prejudicam a interação da criança com outras pessoas ou com o ambiente e que prejudicam a aprendizagem de novos comportamentos. Para que ocorra a maximização ou minimização, primeiramente deve-se observar e avaliar o comportamento em diferentes ambientes em que a criança se encontra, para que assim, se estabeleça objetivos e metas a serem alcançadas de acordo com as peculiaridades do repertório comportamental de cada criança. O procedimento utilizado nesse passo, aborda práticas de reforçamento que se refere tanto à apresentação de consequências quanto ao processo de aumento de respostas que resultam no reforço, a modelagem que reforça sucessivamente outras respostas que se aproximem cada vez mais do comportamento- alvo (CATANIA, 1999 ciatado por BAGAIOLO, GUILHARDI e ROMANO, 2006), o reforço diferencial que produz novas respostas, no qual algumas dimensões da resposta são reforçadas e ouras não, através de aproximações sucessivas até que o comportamento seja alterado ou atinja uma nova forma ou intensidade (KELLER e SCHOENFELD, 1950 citados por BAGAIOLO, GUILHARDI e ROMANO, 2006), o task analysis que acontece quando o comportamento a ser ensinado envolve a emissão de uma cadeia de respostas, sendo estimuladas pela sua consequência produzida , as tentativas discretas que são definidas como estímulo discriminativo para uma resposta eu uma consequência ((BAGAIOLO, GUILHARDI e ROMANO, 2006), a punição que funciona apresentando um estímulo aversivo para que ocorra a diminuição de uma resposta. Além disso, é fundamental que haja generalização dos repertórios aprendidos na intervenção para outros contextos como na escola, casa, etc, pois somente assim, a criança poderá se integrar na sociedade. A generalização deve ser programar para que os comportamentos prendidos sejam expressos em outros ambientes para que estes sejam emitidos na relação com outras pessoas, para que a criança emita comportamentos aprendidos no ambiente natural e para que esses comportamentos sejam mantidos ao longo do tempo (BAER, WOLF e RISLEY, 1968 citados por (BAGAIOLO, GUILHARDI e ROMANO, 2006).
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