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INTERVENÇÃO EM UM CAPS II: ALONGAMENTO, MASSAGEM E ATIVIDADE ESPORTIVA, MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA

Por:   •  12/10/2017  •  Artigo  •  2.753 Palavras (12 Páginas)  •  726 Visualizações

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INTERVENÇÃO EM UM CAPS II: ALONGAMENTO, MASSAGEM E ATIVIDADE ESPORTIVA, MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA

Giovana Palladino 1

Luiz Fabiano Ariel Coscarella 2

RESUMO: O presente artigo trata de um estágio supervisionado de intervenção em psicologia comunitária, com o apoio da equipe multidisciplinar em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II) no interior do estado de São Paulo para pacientes com transtornos mentais. O estágio teve 22 horas de intervenção, com atividades realizadas na instituição. O presente trabalho propôs conduzir os pacientes para a realização de alongamentos, massagens e atividades esportivas, com objetivo de promover qualidade de vida, bem estar e interação entre os usuários do sistema de saúde.

Palavras-Chave: Psicologia Comunitária; saúde mental; bem estar.

1 Estudante do Curso de Psicologia, Universidade São Francisco, Itatiba, São Paulo, Brasil

2 Estudante do Curso de Psicologia, Universidade São Francisco, Itatiba, São Paulo, Brasil

INTRODUÇÃO

        A Saúde Mental Comunitária é vista como uma abordagem dos problemas comunitários que rejeita a noção de déficit, e defende o princípio do ajustamento do indivíduo ao seu meio, da relatividade cultural e da diversidade, que transforma o objetivo da intervenção social no fornecimento de recursos materiais, educacionais e psicológicos de suporte, aos indivíduos e grupos de uma comunidade que assim, podem viver segundo formas diferenciadas da sociedade em geral.

O termo Psicologia Comunitária surge em 1965, no âmbito da Conferência de Swampscott – Boston, que incidiu sobre o papel dos psicólogos no Movimento da Saúde Mental Comunitária. Nesta Conferência foram definidas três grandes prioridades: (1) Intervir a nível da Prevenção Primária; (2) intervir a nível da comunidade e (3) intervir numa perspectiva de mudança. Rappaport (1977) realça que estamos com a Psicologia Comunitária perante uma mudança de paradigma, tendo verificando-se alterações na forma como as questões são levantadas e nos métodos usados para se obter respostas. Nas últimas duas décadas, a Psicologia Comunitária tem-se focalizado na criação de serviços adequados a populações socialmente marginalizadas, ao desenvolvimento de técnicas inovadoras de prestação de serviços e estratégias de Empowerment no sentido de facilitar a participação destes grupos (Ornelas, 1997).

O movimento da reforma psiquiátrica no Brasil surge no contexto das lutas de democratização do país, o Movimento dos trabalhadores de Saúde mental (MTSM), que se inicia na final da década de 1970, dará origem mais tarde ao Movimento da Luta Antimanicomial. Para Amarante (1998), um dos pilares do Movimento de reforma Psiquiátrica no Brasil é a luta pela desinstitucionalização, que busca superar as condições dos muitos internos jogados e maltratados em hospitais públicos e conveniados, mas também, a transformação de modelos assistenciais vigentes, cujos paradigmas e ações corporativas eram centrados no manicômio. Até meados de 1990, o Movimento da Reforma concentrou suas forças para a superação do conceito que a internação seria o único caminho para o doente mental, a partir de então, preocupou-se em expandir a rede substitutiva no Sistema Único de Saúde (SUS). A luta pela transformação do sistema de atenção á Saúde mental alia-se á luta dos demais setores de democratização plena e por uma organização social mais justa estabelecendo-se assim um perfil político social, onde busca um trabalho de cooperação com outras entidades.

        Na década de 1980, tem inicio o Movimento Sanitarista, com um grande número de pessoas ligadas ao MTSM que é incorporado ao aparelho público, num momento de renovação da política nacional. Segundo Amarante (2001), relata que esse movimento era uma estratégia para efetuar mudanças a partir da própria máquina estatal, constituindo um efeito institucionalizante da reforma. Essa iniciativa teve inicio com o próprio movimento de reforma Sanitária de ocupar lugares de poder e tomada de decisões no aparelho de estado como um modo de introduzir transformações na política de saúde. Os planos sanitaristas criam mecanismos de referência e contra-referências, controle epidemiológico, protocolos de atendimento, mas sem conseguir escutar as diversas singularidades a respeito do sujeito que sofre, os planos da Reforma Psiquiátrica prioriza o estabelecimento de articulações Inter setoriais, a inclusão de familiares e usuários e toda uma sorte de fóruns, associações, manifestações públicas, que em muito contribuíram para que a iniciativa viesse explorar o setor de saúde, contando com a decisiva adesão de outros seguimentos da sociedade. A realização da I Conferencia de Saúde Mental (I CNSM), em 1987, marca o fim da trajetória sanitarista, assim como o inicio da trajetória de desinstitucionalização, que segue até hoje. No II Congresso Nacional dos trabalhadores de Saúde Mental, em 1987, em Bauru, com o lema: “Por uma sociedade sem manicômios” nasce o Movimento da Luta Antimanicomial.        

A partir deste contexto surge, em 1989, o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Prof. Luis da Rocha Cerqueira em São Paulo, a intervenção na Casa de Saúde Anchieta em Santos e criação de uma rede de serviços substitutivos ao manicômio. A partir da criação dos CAPS e NAPS, o Ministério da Saúde regulamenta a implantação e financiamento de novos serviços desse tipo, tomando-os como modelos para todo o país (Amarante, 2001).

           Após vários movimentos e grandes contribuições, o governo federal sancionou a Lei Federal 10.216, que dispõe sobre os direitos das pessoas com transtornos mentais e privilegia o tratamento em serviços territoriais, de base comunitária. (Brasil, 2001). Esse processo impulsionou a reforma psiquiátrica, através de linhas de financiamentos para a atenção em saúde mental, multiplicando os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil, criando o programa de volta para casa, com o objetivo de trazer de volta pacientes de longa internação, ao convívio familiar e para aqueles que não têm família os Serviços Residenciais Terapêuticos, (Brasil, 2005).

Os CAPS assumem papel de direcionar localmente as políticas e programas de saúde mental com projetos terapêuticos e comunitários, controle sobre a distribuição de medicamentos, encaminhamentos, auxílio aos agentes comunitários de saúde e equipes de saúde da família. A proposta do CAPS é atender a pacientes neuróticos e psicóticos graves, de forma mais humanizada, considerando suas particularidades e necessidades específicas, visando a não internação em hospitais psiquiátricos, como serviço substitutivo, além da integração na sociedade. Para isso os CAPS visam: prestar atendimento em regime de atenção diária, gerenciar projetos terapêuticos, oferecendo cuidados clínicos eficiente e personalizado; promover a inserção social dos usuários através de ações inter-setoriais que envolvem educação, trabalho, esporte, cultura e lazer, montando estratégias conjuntas de enfrentamento dos problemas (Brasil, 2004).

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