Jung - Sombra e Persona aplicados ao filme: "Noiva em Fuga"
Por: allmeidacarol • 9/6/2015 • Dissertação • 966 Palavras (4 Páginas) • 1.298 Visualizações
- Conceituação de “Persona” à luz da teoria Jungiana:
Do ponto de vista teórico Jungiano, entende-se por “Persona”, o cumprimento da função social, em relação à “personalidade” atribuída ao indivíduo, em suas distintas posições cotidianas; Jung usaria o termo “máscara”, quando faz menção a esse tipo de apresentação pessoal, com características distintas, em diversos momentos/situações de vida, às quais deverá “representá-los” de forma diferente.
O psicanalista construiu a ideia de “máscara”, atribuindo a ela “Impressão definida” aos demais indivíduos; sendo assim, é como se houvesse uma “personalidade pública”, não necessariamente alterando os dados reais da personalidade nata de um indivíduo. Contudo, esse mecanismo psíquico, é muito útil para que haja adequação daquilo que se pré-estabelece socialmente, com a persona/essência individual; em termos Jungianos “personalidade privada”.
Para Jung, quando o ego se identifica com a persona, o indivíduo passa a se conscientizar, mais intensamente, com aquilo que está sendo representado por ela; Essa afinidade estabelecida entre um e outro, torna-se mais forte do que as características relativas à realidade psíquica desse indivíduo; Mais que isso, o principal fator de desenvolvimento da persona, é o “arquétipo”, núcleo da contribuição das representações sociais, com raízes características das personas representada em determinado papel social.
- Conceituação de “Sombra” à luz da teoria Jungiana:
Jung classifica como “Sombra”, o arquétipo constituído pelos instintos natos do ser humano; mais precisamente, Jung menciona que “... é formado pelos instintos animais que o homem herdou...”.
Quando o psicanalista descreve tais características teóricas, ele se refere ao fato de que, a princípio, são representações involuntárias, presentes na vida psíquica dos indivíduos, bem como nos pensamentos, na consciência, comportamento, sentimentos e ações “desagradáveis” e/ou “reprováveis” do ponto de vista social (desconforto psicológico individual), que podem ser, simplesmente, escondidas pela persona, ou também reprimidas pelo inconsciente individual. Entende-se que, o lado “obscuro” ou, de certa forma “reprovável” da personalidade, adentra aspectos particulares do ego. Resumidamente, o arquétipo de “sombra”, tem como finalidade psíquica, usufruir de seus instintos animais vitais, proporcionar forma e qualidade à personalidade, com o intuito de “aperfeiçoar” uma pessoa.
- Aplicação dos conceitos arquetípicos “Persona” e “Sombra” de Jung, às cenas do filme “Noiva em fuga”:
Do ponto de vista psicanalítico jungiano, pode-se observar a conceituação de “Persona” no filme, quando notamos que, a personagem Maggie possui uma identidade, ou melhor, uma “máscara” em sua psique, responsável por proteger seus impulsos diante das situações às quais ela não é capaz de se manter presente: seus “casamentos”. A protagonista já esteve em inúmeros relacionamentos, aos quais não consegue concretizar (matrimônio). Ela assume uma persona que “assegura” seu noivo a se casar, porém não consegue manter essa persona no exato momento da cerimônia, chegando à conclusão de que sua única alternativa é fugir. Contudo, a personagem deixa claro, que tentará fazer o possível para que isso não aconteça pela quarta vez.
Maggie Carpenter se comporta com personas distintas, em situações diversas ao longo de sua vida, inclusive quando se apresenta extremamente hostil à pessoa de Ike, o repórter de New York, agindo como se realmente o odiasse; Diante dele, a persona é de oposição e vingança por sua divulgação sobre a matéria que dizia respeito à sua pessoa; porém, para si mesma, sabe o quanto se sente “caída” por ele. Maggie coloca essa máscara (persona), para proteger seu impulso causado pela “Sombra” (instinto nato), que sente; no caso, o seu desejo por ele.
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