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LIDERANÇA: ADMINISTRAÇÃO DE SENTIDO

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Por:   •  14/5/2014  •  Artigo  •  1.332 Palavras (6 Páginas)  •  459 Visualizações

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LIDERANÇA: A ADMINISTRÇÃO DO SENTIDO

Cecília Whitaker Bergamini

O tema da liderança tem um forte apelo tanto para aqueles que dirigem como para aqueles que são dirigidos. Muitas vezes esse conceito assume uma conotação de "dom" mágico, responsável por uma espécie de atração inexplicável que certas pessoas exercem sobre as outras. A imaginação daqueles que se envolveram com o assunto fez com que ele fosse investigado a partir dos mais diferentes enfoques, trazendo à luz do conhecimento da ciência comportamental as mais variadas inferências.

Não é de estranhar, portanto, que a palavra "Liderança" reflita conceitos aparentemente diferentes para diferentes pessoas. Os pesquisadores passam, assim, a definir liderança partindo de uma perspectiva individual, ressaltando aquele aspecto do fenômeno que lhes pareça mais significativo. Devido ao grande interesse despertado pelo tema da liderança, nota se, no momento atual, o aparecimento de incontáveis conceitos emitidos pelos pesquisadores em comportamento organizacional, o que permite afirmar. "Assim como o amor, a liderança continuou a ser algo que todos sabiam que existia, mas ninguém podia definir”.

Dois aspectos parecem ser comuns á grande maioria das definições de liderança existentes na atualidade. Em primeiro lugar, elas conservam o denominador comum de que a liderança esteja ligada a um fenômeno grupal, isto é, envolve duas ou mais pessoas. Em segundo lugar, fica evidente tratar se de um processo de influenciação exercido de forma intencional por parte dos líderes sobre seus seguidores. Hollander consegue abranger a grande maioria desses aspectos propondo: "O processo da liderança normalmente envolve um relacionamento de influência em duplo sentido, orientado principalmente para o atendimento de objetivos mútuos, tais como aquele, de um grupo, organização ou sociedade. Portanto, a liderança não é apenas o cargo do líder mas também requer esforços de cooperação por parte de outras pessoas". Dentro desse processo considera se que, embora o líder seja quem geralmente inicia as ações, os seus seguidores precisam ser sensíveis a ele, isto é, levá lo em conta naquilo que diga respeito às suas idéias e programas.

Embora ainda se continuem publicando trabalhos inéditos dentro do campo da liderança, é indispensável que se conheça o que veio sendo pesquisado anteriormente. É importante que se tenha em mente os trabalhos especiais publicados pela literatura sobre o assunto a partir do início do presente século. Conhecendo como se deram as tentativas anteriores voltadas à explicação do fenômeno e do processo de liderança é que se poderá caracterizar mais precisamente o mérito das obras divulgadas na atualidade, atribuindo a elas o verdadeiro grau de confiança que merecem receber.

0 COMEÇO DA HISTÓRIA

Embora o termo liderança venha sendo usado há aproximadamente duzentos anos na língua inglesa, Stogdill (1974) acredita que ele tenha aparecido por volta do ano 1300 da era cristã. Fiedler afirma que: "A preocupação com a liderança é tão antiga quanto a história escrita: A república de Platão constitui um bom exemplo dessas preocupações iniciais ao falar da adequada educação e treinamento dos líderes políticos, assim como da grande parte dos filósofos políticos que desde essa época procuraram lidar com esse problema". Isso permite dizer que a liderança tem sido investigada desde há muito e, corno tal, é justo que apresente as mais variadas interpretações. Somente o conjunto de todos esses pontos de vista oferece a possibilidade de uma visão mais abrangente a respeito do tema.

Dentro de toda multiplicidade de aspectos sob os quais se estudou liderança, percebe se que alguns teóricos preocuparam se em especial com aquilo que o líder é, procurando retratar traços ou caracte¬rísticas de personalidade que sejam os responsáveis por sua eficácia. Outros imprimiram maior dinâmica quanto à con¬cepção do líder, buscando investigar aquilo que o líder faz, isto é, procuraram delinear diferentes estilos de liderança. Um terceiro grupo de pesquisadores em liderança procura analisá la em função daquelas circunstâncias que determinam a eficácia do líder, buscando conhecer que variáveis do meio ambiente podem influir no desenvolvimento do vínculo líder seguidor. Existe também um grupo repre¬sentativo de teóricos que se dedicou ao estudo das motivações subjacentes às atividades de dirigir pessoas.

Cronologicamente, a seqüência histórica do estudo da liderança mostra várias etapas. A teoria dos traços originou se de pesquisas disponíveis a respeito de liderança dentro dos períodos compreendidos entre 1904 1948. Uma revisão dessas pesquisas conseguiu isolar cerca de 34 traços de personalidade considerados como típicos de bons líderes. O enfoque dos estilos de liderança aparece logo no início da década de 50. Nesse momento, um grande esforço de pesquisa foi mobilizado buscando saber como o bom líder deve agir.

Essa segunda etapa da história da liderança inicia se no pós guerra, especialmente nos Estados Unidos. Nesse momento foram criados inúmeros instrumentos de análise do comportamento em liderança, representados principalmente pelos questionários. Como testemunha Guiot: "Numerosas pesquisas foram levadas a efeito tendo em vista colocar em evidência as relações entre os tipos de comportamento do líder e a eficácia de sua liderança.

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