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LIMITAÇÕES DECORRENTES DAS EXPECTATIVAS DE GÊNERO

Por:   •  14/5/2018  •  Trabalho acadêmico  •  3.629 Palavras (15 Páginas)  •  167 Visualizações

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Índice

INTRODUÇÃO......................................................... 3

PSICANÁLISE......................................................... 4

JOAN SCOTT.......................................................... 6

JUDITH BUTTLER..................................................... 8

CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................ 12

Introdução

O termo gênero tem sido muito trabalhado por autores ligados as questões do feminismo nos últimos tempos. De acordo com a pesquisa da Marília de Carvalho (2011), o termo foi propriado por psicólogos norte-americanos nos anos 1960 , para indicar uma “identidade de gênero” agregada a um corpo , que por sua vez não poderia ser decorrência natural de características corporais. Surgiu na segunda vaga do feminismo com a necessidade de uma legitimidade científica do campo do estudo das mulheres. Foi bem aceito e explorado no domínio das ciências naturais porque apontou uma disposição à neutralidade e uma forma de eliminar o sexismo, destacando que tanto mulheres quanto homens são resultantes do meio social e por consequência suas condições de vida são modificáveis e históricas(SANTOS, 2010).

A autora D'Amorim pontua em seu artigo (1997), que antes utilizava-se apenas o termo sexo, referindo-se a aspectos biológicos ligados à composição cromossômica do indivíduo e o tipo de aparelho reprodutor dela resultante. Esse significado era alargado de forma a abranger características intrapsíquicas e comportamentais, reforçando a atribuição das diferenças encontradas entre homens e mulheres à fatores biológicos.

No presente ensaio me interessa como alguns autores abordaram o gênero e também o desconstruíram na sua definição inicial dicotómica em relação ao sexo. Para isso apresento a visão do essencialismo biológico da psicanálise principalmente a abordagem de Freud , a interpretação moderna de Joan Scott e por fim o ponto de vista pós-moderno através da teoria da performatividade de gênero de Judith Butler. Não me proponho a marcar hierarquias dentre as diferentes perspectivas, uma vez que as variadas prespectias coexistem. Cada um traz para a o conceito de gênero e para o estudo da complexidade das relações sociais e de poder entre os sujeitos uma possibilidade alargada de compreensão .

Segundo Rafael de Tilio (2014), mesmo teóricos que se propuseram a aprofundar e oferecer alternativas para explicar as diferenças sexuais e a adequação entre sexo, gênero e sexualidade , recorreram as perspectivas biológicas que tinham uma tendência filosófica, religiosa e principalmente científica para explicar as diferenças subjetivas e simbólicas entre mulheres e homens. Essa perspectiva afirma que a diferença anatómica dos sexos define rígidos papéis de gênero e de vivência da sexualidade. Tal compreensão de relação entre os gêneros está submetida a um binárismo (fêmea/macho , mulher/homem),destacando que as características sociais, psicológicas e subjetivas decorrem de características biológicas, onde as exceções só podem ser entendidos como deturpação do corpo e da moral ou como doenças.

Psicanálise

Freud cria um conceito , que vai se tornar fundamental na psicanálise para explicar a organização da sexualidade nas crianças, até então a sexualidade era delimitada pelo objetivo da reprodução da espécie, e todas as vivencias que não pretendesse a reprodução era considerado uma perturbação da função "normal".

Em sua concepção as crianças são marcadas originalmente pela bissexualidade, pela indiferenciação psíquica entre os sexos, sendo perversos polimorfos no sentido de serem capazesde experiência autoeróticas de múltiplas maneiras, em múltiplas áreas erógenas e direcionados a múltiplos objetos. Ele postulou uma série de estágios de desenvolvimento, acreditando que através deles a personalidade do sujeito era desenvolvida. Estágios esses que a energia psicossexual da busca do prazer, que para ele seria a força motriz na origem do comportamento, torna-se focada em determinada área dependendo da idade e do desenvolvimento saudável da criança.

O fundador da psicanálise em seu texto “A dissolução do Complexo de Édipo”(1924), teorizou as consequências psíquicas das diferenças anatômicas entre os sexos, através da experiência vivenciada no complexo de édipo que acontece no tempo fálico do desenvolvimento da sexualidade, fase que marca a separação entre a criança e os pais.

Tecendo uma breve exposição de como ele abordou o complexo de édipo, sem minuciar as complexidades da teoria e nem suas próprias revisões .

Nesse momento os meninos, por possuírem o pênis, se identificam amorosa e eroticamente com a figura materna, por ser o primeiro objeto de amor de todo os sujeitos, e competem com a figura paterna, por disputar a mãe. O menino tem medo da punição através da castração que o pai faria por uma satisfação do édipo. Internalizando num estado inconsciente que se tornará mais tarde a "lei" que Freud acredita ser o "núcleo da neurose". Com um desfecho do menino ambicionar ser como o pai, identificando-se com o mesmo, visto que este conseguiu ter o amor da mãe. O que o direciona para uma postura heterossexual masculina normativa.

Por sua vez, as meninas ,não possuidoras do pênis, ao perceberem que a mãe também não o possui, em sua fantasia a responsabiliza trazendo um enfraquecimento na relação com a mãe. Identificam se com o pai , portador do pênis , portanto passivél de ser invejavél e desejável pelas mulheres, além de poder fornecer no futuro a complementaridade que as mulheres tanto desejam, que vem a substituir o falo faltante: um filho. Sendo que a saída possível do complexo de édipo para as meninas é a identificação com a mãe (que captou o desejo do pai mesmo, sendo "incompleta") ao mesmo tempo em que rivalizam com a mãe que detém os interesses do pai , inclinando-se, portanto, ao amor pelos homens e desinteresse sexual pelas mulheres. Esse seria o encaminhamento considerado normal do Complexo de Édipo, se essa

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