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Medicalização de Pinel e a Organização Social

Por:   •  26/11/2020  •  Trabalho acadêmico  •  426 Palavras (2 Páginas)  •  148 Visualizações

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CAMPUS CABO FRIO

CURSO DE PSICOLOGIA

CLÍNICA DE ATENÇÃO PSICOSOCIAL

Prof. Luis Henrique da Silva Lessa

MEDICALIZAÇÃO DE PINEL E A ORGANIZAÇÃO SOCIAL

POR

RODRIGO AZEREDO RAFFO

20181102367

Cabo Frio

2020/2

Medicalização de Pinel e a Organização Social

Philippe Pinel depois da sua nomeação para dirigir o hospital de Bicêtre em 1793, dá um novo entendimento ao tratamento dos ditos loucos na época. Primeiro ele da um novo status social a estes enfermos, conferindo a loucura como doença mental. Posteriormente Pinel reforça o ato de separar os loucos da sociedade, afim de que pudesse dar-lhes tratamento a sua patologia e que pudesse estuda-los. Embora parecesse que isto iria possibilitar uma gama vasta de procedimentos terapêuticos, conferiu a loucura caráter patológico e negativo, assim segregando aqueles que sofriam das doenças mentais. (DE OLIVEIRA ALVES, 2009)

Podemos dizer que existe um empasse neste momento, ora se ao enfermo foi conferido direito ao tratamento terapêutico e assistência médica, por outro lado lhe foi retirada a cidadania, de modo que o universo da loucura fora excluído totalmente do campo social, e como Alves (2009, p.87) afirma “Dentro da concepção de alienação, sendo o louco efetivamente destituído de razão, perde o direito se ser considerado sujeito igual aos demais cidadãos, restando-lhe apenas a interdição civil e o controle absoluto”. Portanto, aqui está um exemplo da disparidade da relação de direitos da qual parte da sociedade abastada usufruía e o lema que impulsionou a revolução francesa, com o que era vivido pelos alienados.

É importante ressaltar o que descreve Amarante:

Dentre as mais importantes estratégias do tratamento moral estava o que Pinel denominava ‘trabalho terapêutico’. O trabalho assumia uma importância muito singular na sociedade em plena transição de modo de produção, quando o capitalismo ensaiava seus primeiros passos, e o trabalho seria, portanto, um meio de reeducação das mentes desregradas e das paixões incontroláveis. (AMARANTE, 2007, p.33)

A revolução francesa que teve como base o resgate do conceito da Grécia antiga entorno da cidadania, e que foi um movimento rompendo com o estado absolutista, Pinel teve a mesma posição, porém nota-se uma ambivalência. Ao resgatar os doentes mentais dando-lhes o tratamento mais correto baseado na moral, afim de proporciona-lhes a cura, Pinel lhes retirou o direito à cidadania e deu a eles imagem negativa quando a sua própria existência.(AMARANTE, 2007). Eles passaram a ser nem mais vistos como sujeitos, dos quais tinham seus direitos perante a sociedade, e daí nota-se um abismo em contradições.


REFERÊNCIAS:

AMARANTE, Paulo. Saúde mental e atenção psicossocial. SciELO-Editora FIOCRUZ, 2007

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DE OLIVEIRA ALVES, Carlos Frederico et al. Uma breve história da reforma psiquiátrica. Neurobiologia, v. 72, p. 1, 2009.

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