Modelo Social da Deficiência
Por: Kamile Nery • 26/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.111 Palavras (5 Páginas) • 352 Visualizações
Modelo Social da Deficiência
O número de pessoas em situação de deficiência, no Brasil, tem aumentado no decorrer dos anos, este aumento influenciar a forma como o país se organizar frente a essas pessoas buscando justiça e igualdade a todos. (Santos, 2008). A definição de deficiência está relacionada às restrições sociais impostas às pessoas que possuem variedade nas habilidades corporais. (CIF, 2003). Por muitos anos as pessoas em situação de deficiência foram descritas pelo modelo biomédico como um corpo que possui lesões e estas apresentam dificuldades nas habilidades, levando a situações de desvantagem social. As situações de desvantagens sociais instigam a importância de conhecer, curar e/ou reabilitar os corpos “anormais”. (Diniz & Medeiros, 2007). Essa descrição sofreu severas críticas e destas críticas surgiu o Modelo Social da Deficiência, na Inglaterra durante o século 70. (Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). O presente modelo foi um marco importante para os estudos das deficiências, pois a ideia que não são as lesões responsáveis pela desvantagem social, mas o ambiente opressor que os deficientes vivem. (Diniz & Medeiros, 2007). Além de romper com a concepção de deficiência apenas como um fenômeno de corpos lesionados, também incorporam questões sociais e políticas em seus estudos (Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). Diniz e Medeiros (2007) reforçam esta ideia:
Uma pessoa com deficiência não é simplesmente um corpo com lesões, mas uma pessoa com lesões vivendo em um ambiente que oprime e segrega o deficiente. (Diniz & Medeiros, 2007, pag. 03)
Rieser (1995) apontou as principais diferenças entre o modelo biomédico e o modelo social da deficiência. O modelo biomédico reforça o conceito de dependência, caracterizando o indivíduo como incapaz, e o modelo social da deficiência concedem às desvantagens sociais como causas das discriminações institucionais, sendo necessária uma reestruturação da sociedade para reverter este quadro. (Rieser, 1995; Amiralian, Pinto, Ghirardi, Lichtig, Masini & Pasqualin, 2000). Este modelo social não aborda o tema da deficiência como uma tragédia individual, um castigo, uma enfermidade que precise de tratamento, ou um objeto de caridade, ela deixa essas concepções que tratam a deficiência como uma condição médica, e passa a ser percebida como um campo das humanidades, que envolve os direitos humanos. (Diniz, 2007; Garland Thomson, 2002; Smith & Andresen, 2004; Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). Este modelo muda à visão da pessoa em situação de deficiência como um objeto a ser avaliado, que precise de intervenções, e passa a ser visto como um sujeito em sua singularidade e potência de ação. (Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). Os defensores do modelo social consideram a lesão como uma característica corporal, assim como o gênero ou a raça/etnia. (Santos, 2008). A Psicologia Social considera a deficiência como sendo uma categoria, assim como gênero, raça/etnia, geração e classe social. Colocando a deficiência como categoria de estudo, será possível auxiliar os movimentos sociais de pessoas em situação de deficiência e aumentar as efetivações das políticas públicas para esta população. (Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). Os discursos que são ligados ao modelo biomédico também estão presentes no ambiente das políticas públicas, centrando suas ações na reabilitação do corpo lesionado para a adaptação ao contexto social, ao invés de buscar novas formas de acessibilidade para a participação social das pessoas em situação de deficiência. (Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). Os estudos realizados pela Psicologia Social também ajudam na promoção de respeito aos direitos humanos associados às minorias. (Campos, 2000; Sawaia, 2009; Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012). Proporcionando um conhecimento sobre as políticas públicas, empoderando a busca pelos seus direitos. (Gesser, Nuernberg, & Toneli, 2012).
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