Morte - Os Ritos Fúnebres
Por: robertasilva901 • 5/6/2016 • Ensaio • 3.778 Palavras (16 Páginas) • 361 Visualizações
Introdução
O presente artigo vem a falar sobre as diversas formas de se ver a vida e a morte. Em cada cultura os rituais são feitos de uma forma diferente, dependem da crença, grupo social e religião a qual o falecido e a família pertence, cada morte tem um ritual diferente.
Hoje muitos rituais não são feitos como antigamente, essa mudança se dá pela evolução dos indivíduos e do pensamento a respeito da morte.
A visão da morte do conjugue é uma experiência a ser citada. Como situação é aceita e como a espiritualidade interfere no processo de luto.
Alguns acreditam que a espiritualidade seja um fator crucial na aceitação da morte, vista na maioria das vezes de forma positiva, é vista de várias formas mas não como o fim.
“Seu funeral, sua escolha”: rituais fúnebres na contemporaneidade.
Diversas situações indicam mudanças recentes nas formas de expressão e nas práticas referentes à morte. Em todas as sociedades, no evento da morte de alguém, a família e seu círculo social respondem de maneira estruturada com base nos sentidos compartilhados pelo grupo.
O s rituais em torno da morte,assim como quaisquer outros rituais- de união conjugal, fertilidade e reprodução, nascimento, entrada na idade adulta, de guerra, entre outros-, refletem os valores a as crenças compartilhados por cada grupo cultura e sociedade.
Os ritos são a forma indispensável para exprimir e solidificar os vínculos, suscitar a partilha de emoções, valorizar certas situações, assegurar e reforçar a coesão social.
A atitude e a forma de participação de uma pessoa em um velório, enterro, cremação ou cerimônia religiosa evidenciam tanto sua posição no grupo quanto seu vínculo com o falecido.
A reflexão sobre o tema possibilita a apreensão de várias ideias e noções, como a vida após a morte, espíritos, alma, deuses, feitiçaria entre outras.
As relações entre os vivos e os mortos a influência destes sobre aqueles e as formas de controle e equilíbrio entre eles integram as concepções elaboradas por cada grupo ou cultura, a forma como o destino do corpo é concedido, a forma como o morto é lembrado e cultuado, mostra a identidade social dos vivos.
Todo grupo social constrói sua própria definição de pessoae por consequência delimita o período em que ela possa ser e deixar de ser reconhecida como tal.
Em cada contexto, de acordo com a concepção dominante, são produzidas práticas coletivas e individuais, que suscitam sentimentos e interpretações as mais diversas relativas ao nascimento e à morte, o que estáem jogo são as formas distintas de mobilização e de definição de natureza, nos diferentes contextos e construções sociais.
Na sociedade ocidental moderna, vida e morte podem ser concebidas segundo posicionamentos religiosos,pautados pela tradição judaico-cristã.
Em sociedades ocidentais, observa-se na contemporaneidade tanto mudanças significativas quanto permanências, no que tange ao estatuto dos vivos e dos mortos, e ainda no que concerne aos rituais referentes ao início ou ao término da existência de uma pessoa.
CICLO DE VIDA E OS RITUAIS EM TORNO DA MORTE
Seja em qual for o contexto, momento histórico, grupo social ou sociedade, em toda a história da humanidade ocorreu e segue ocorrendo um intenso trabalho cultural dedicado ao destino de um membro morto.
O mesmo pode se afirmado relativamente às maneiras como o cadáver é cuidado: os rituais de cremação, com locais específicos para tal prática e destinação das cinzas; a exposição do corpo com o objetivo de alimentar aves, como abutres e gaviões (em algumas culturas), ou o enterro,desde os primórdios da antropologia, a morte e os rituais a ela concernentes constituem importante objeto de interesse e de pesquisa.
A morte não coincide com a destruição de uma vida individual, a morte é um evento social, marcando o início de um processo cerimonial no qual o falecido pode se tornar um ancestral. Tal produção evidencia que o exame de questões atinentes à morte possibilita o acesso às concepções elaboradas por cada grupo social acerca da pessoa, de sua existência, corpo, vida, morte e sistemas de crenças a elas associadas. As sociedades transformam os modos de gestão do corpo morto em rituais, que variam segundo graus de complexidade, de acordo com a posição da morte no sistema de valores vigente.
As cerimônias e rituais associados a este evento não apenas efetuam uma separação entre os dois ou mais mundos, mas estabelecem alteridades, enfatizando especialmente a oposição central vivo/mortos, instituinte da condição de existência da pessoa.
Em algumas culturas não ocidentais a morte determina umprocesso de “desconcepção” da pessoa pelo grupo social, quando o nome do morto é apagado, em um processo de personalização, conforme diz Strathern, em suas palavras:
Do ponto de vista dos trobriandeses e de outras sociedades no Massim, isto
representa uma curiosa inversão na conceituação de pessoa. Lá, a pessoa é
definida através de suas relações sociais ao longo da vida (...). Com a morte,
elas não são destruídas. Quando a vida cessa – quando a pessoa não é mais
ativa em suas relações com os outros –, os que se relacionaram com o
falecido devem alterar seu vínculo. Sem que isto seja realizado, o morto
continua a influenciar os vivos. (Strathern, 1992, p. 64).
O não cumprimento das prescrições de cada cultura pode ocasionar situações desejadas e prejudiciais ao equilíbrio do grupo, como, por exemplo, a possibilidade de a alma permanecer em errância sobre a Terra, não conseguindo se direcionar ao mundo dos mortos, o que pode acarretar para os vivos.
A produção antropológica sobre o tema indica que a morte não é um acontecimentomas um processo.
Baseado na ótica da morte como processo, seus rituais se assemelham a todos os outros referentes a períodos críticos da vida, como nascimento, puberdade social, casamento, entre outros. A pessoa é um passageiro que atravessa um percurso, no qual se apresentam desafios a serem por ela enfrentados para que consiga atingir o estágio seguinte,
A sociedade elabora respostas cerimoniais e rituais, com
...