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Movimento Institucionalista

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Por:   •  23/9/2014  •  4.521 Palavras (19 Páginas)  •  533 Visualizações

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Movimento institucionalista: principais abordagens

Institutionalist Movement: main approaches

William Cesar Castilho Pereira *

Professor Adjunto III na PUC Minas. Professor do Curso de Mestrado em Psicologia

do Instituto Santo Tomás de Aquino - ISTA e do Instituto Santo Inácio - ISI.

Endereço para correspondência

RESUMO

O presente artigo tem como objetivo explicitar as bases das experiências abarcadas

pelo termo “Movimento Institucionalista”, passando pela definição do conceito de

instituição e por discussões relativas ao processo de institucionalização. Por fim,

analisam-se duas das diversas correntes incluídas no Movimento Institucionalista: a

Análise Institucional ou Socioanálise e a Sociopsicanálise.

Palavras-chave: Movimento institucionalista, Análise institucional,

Sóciopsicanálise, Psicanálise, Materialismo histórico.

ABSTRACT

The present article has the goal of explaining the theoretical basis of experiences

underlying the term “Institutionalist Movement”. It starts discussing the concept of

“institution” and the related process of institutionalization. Finally it analyses two of

the several trends of this Movement: “Institutional Analysis” or “Social-Analysis”

and “Social- Psychoanalysis”.

Keywords: Institutionalist Movement, Institutional Analysis, Social-Psychoanalysis,

Psychoanalysis, Historical Materialism.

Movimento Institucionalista: principais abordagens

O termo “movimento institucionalista” define uma série de teorias, práticas e

experiências que têm como premissa a autogestão e a auto-análise 1, objetivando

impulsionar experiências coletivas criadoras de novos saberes (BAREMBLITT,

1992). Podemos citar: análise institucional, pedagogia institucional, psiquiatria

democrática, sociopsicanálise, psicossociologia, esquizoanálise, sociologia clínica,

grupo operativo, educação popular e outros.

Ao invés de manter uma lógica identitária, esses movimentos buscam a lógica da

diferença, procurando desencadear rupturas objetivas e subjetivas em modos

coagulados de experiências institucionais, contrapondo à alienação a autonomia e a

expressão da alteridade. Não se trata do poder constituído e vertical, mas da

concepção relacional do poder, que entende que o mesmo se exerce por relações

de forças, redes que se instauram em um espaço com multiplicidade de pontos de

resistência. A concepção relacional do poder significa também um poder difuso,

sem lócus privilegiado, como o Estado ou as classes dominantes. As formas de

dominação não são naturais nem contratuais, mas construídas como estratégias

sobre a ação dos outros, e determinadas historicamente (FOUCAULT, 1990, p. 29).

Assim, novos atores, antes excluídos, emergem no cenário da vida comunitária.

Diferentes espaços são criados e ganham nova ordem de significados.

O que é instituição?

O conceito de instituição, que acompanha a sociologia desde o seu nascedouro,

encontra abrigo em diferentes correntes, não somente neste campo disciplinar

como em outros, tais como a antropologia, as ciências políticas e a filosofia e,

mesmo no interior desses campos, tem sido empregado em sentidos muitos

diversos, em aportes teóricos os mais distintos.

Não se pretendendo neste artigo esgotar a discussão sobre o tal conceito, tomarse-

á aqui, como ponto de partida para a discussão que se empreende, a concepção

de G. Baremblitt, que, de forma concisa e clara, aponta que

as instituições são lógicas, são árvores de composições lógicas que, segundo a

forma e o grau de formalização que adotem, podem ser leis, podem ser normas e,

quando não estão enunciadas de maneira manifesta, podem ser pautas,

regularidades de comportamentos(BAREMBLITT, 1992, p.27).

As instituições são instâncias de saber que permitem a todo tempo recompor as

relações sociais, organizar espaços e recortar limites. A despeito de sua forma

virtual, imaginária e simbólica, não estão desvinculadas da prática social. Cada

sociedade, segundo o modelo infraestrutural a que obedece, cria um tipo de

instituição, que será mantida e sustentada em todos os níveis, do Estado à família,

Igreja, escola, relações de trabalho, sistema jurídico, etc.

Quando há uma prevalência do instituído, as instituições e seus estabelecimentos

capturam os processos de subjetivação singulares, impondo-lhes seu próprio

modelo através da centralidade do poder, do saber, do dinheiro, do prestígio, da

disseminação da culpa. Por outro lado, quando as forças instituintes emergem,

tem-se a possibilidade

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