Movimentos Sociais

A IMPORTANCIA DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Os movimentos sociais são característicos de sistemas políticos democráticos, onde acabam por funcionar como uma espécie de “vigilante” do próprio sistema. No entanto, apesar da prevalência deste fenómeno nas democracias ocidentais, este têm surgido cada vez mais noutros pontos do globo e tem estado envolvido no próprio processo de democratização do Estado. O exemplo mais recente desta realidade chega-nos do norte de África, onde teve inicio a denominada “Primavera Árabe” que conduziu já à queda de vários regimes autoritários e à adopção de um vasto conjunto de medidas pro-democráticas em vários outros.

Apesar de os movimentos sociais terem, geralmente, um ciclo de vida. Isto não significa que sejam produto de uma qualquer moda passageira, significa sim que são resultado de um descontentamento, de uma necessidade, e que, a dado momento, a razão da sua existência não mais se coloca. Isto porque as suas reivindicações podem ter sido bem sucedidas, o movimento pode ter sido “destruído”, assim como a sociedade no seu todo pode ter tomado partido nas reivindicações - caso da “Revolução do Nilo” no Egipto em 2011.

Num sistema internacional caracterizado por uma complexa interdependência – como evidenciado pela recente crise económico-financeira – e cuja (nova) economia é cada vez mais intangível e global, torna-se indispensável que se desenvolvam as capacidades de intervenção política dos cidadãos. Os movimentos sociais são uma peça chave neste modelo de intervenção e reivindicação por parte da sociedade.

Numa economia cada vez mais desmaterializada, apoiada em alta tecnológica e na prestação de serviços torna-se fulcral a existência de plataformas civis capazes de exercer pressão na defesa das mais diversas causas e direitos. Neste contexto adquire particular relevância o sistema de ensino, pois é neste que se podem abrir horizontes e estimular o espírito critico, a pro-actividade e a consciencialização do interesse colectivo. Particular ênfase deve ser dada a esta matéria pelos estudantes de Relações Internacionais, que dotados de uma bagagem conceptual e de uma capacidade de análise bastante amplos, acabam por adquirir também a responsabilidade de serem “vigilantes” dos interesses da sociedade.

Os movimentos sociais são essenciais para a preservação (e numa tendência mais recente, para a implementação) da democracia, mas estes apenas serão bem sucedidos quando devidamente estruturados, coesos, e fundamentados. E para tal é necessária a participação de todos, mas acima de tudo daqueles que tenham na sua bagagem um conhecimento profundo da realidade política, económica e social, quer seja no panorama nacional quer seja no palco internacional.