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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

Por:   •  11/4/2019  •  Seminário  •  1.540 Palavras (7 Páginas)  •  131 Visualizações

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MÉTODOS DE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

Para a possibilidade de compreender a problemática dos métodos avaliativos utilizados pelas instituições de ensino superior no Brasil e compreender qual papel o psicólogo poderia desempenhar neste âmbito, primeiramente é necessário compreender o que é educação e qual é o espaço do profissional psicólogo neste contexto.

Para Freire (1994, apud Costa, 2015) o conhecimento é um processo social que demanda do ser humano uma ação-reflexão que transforme a sua realidade, portanto ação-reflexão entende-se na ideia deste autor que não existe ação sem reflexão e nem reflexão sem ação. Para que se adquira conhecimento, o processo de agir e refletir, refletir e agir transformando a realidade humana é necessário, entretanto o conhecimento não é intransferível, deve ser criado a partir da ação transformadora humana sob sua realidade. A partir desta definição de conhecimento podemos entender o conceito de educação para o mesmo autor. A educação seria colocar em prática a teoria do conhecimento sobre determinado âmbito, portanto, educar depende da ação reflexiva sobre a realidade que a transforme criando desta maneira um processo social, ou seja o conhecimento.

Para Martinez (2010) a capacidade do psicólogo discernir transtornos do cotidiano das instituições de ensino, é um debate entre os profissionais que compõem o quadro escolar de pedagogos, professores, diretores e demais profissionais em um molde multidisciplinar, acarretando um olhar receoso para a atuação do psicólogo no âmbito educacional. Esse olhar é gerado através de uma visão limitada que se tem do campo de atuação do profissional psicólogo na área escolar, o reduzindo apenas com fins de diagnóstico e ao atendimento de alunos com dificuldades escolares, comportamentais e emocionais, além da orientação aos envolvidos com o aluno desenvolver uma intervenção com eles, já que o olhar sobre a formação e atuação do psicólogo no Brasil é limitada apenas ao atendimento psicoterapêutico.

Gonçalvez (1994 apud Santos e Serpa; 2001) em seus estudos, verificou que o prevalência dada a área clínica limita a compreensão dos demais profissionais sobre a capacidade de atuação do psicólogo na problemática educacional. Segundo Santos e Serpa (2001), os movimentos educacionais têm rompido a visão reducionista da escola abrindo espaço para os psicólogos entrarem nas escolas e desenvolver um trabalho multidisciplinar com os educadores, possibilitando integrar os conhecimentos pedagógicos e de desenvolvimento ao processo de ensino e aprendizado, valorizando dentro deste contexto as diferenças culturais, vantagens das atitudes das ações preventivas para o desenvolvimento psicológico dos alunos. Von Buettener (1997, apud Santos e Serpa 2001), sugere a ocupação pelos psicólogos no espaço do ensino superior, mencionando como uma problemática deste setor a evasão e reprovação, fenômenos esses que requerem atenção especial de psicólogos. Cabrera e cols., 1992; (Polydoro,1995 e 2001; Sbardelini, 1997, Almeida, Soares e Ferreira, 1999 apud Santos e Serpa 2001) evidenciam que as instituições de ensino superior não podem se conter apenas com o desempenho acadêmico de seus estudantes, tendo em vista que a responsabilidade destas instituições é a de formar eticamente, assim como integralmente o posicionamento profissional desse indivíduos, assim como no contexto social.

Segundo Garcia (2009) a avaliação da aprendizagem no ensino superior é um amplo debate que necessita de maior número de interlocutores, pois as reflexões a serem feitas em cima deste assunto é o desejo de formar estudantes com pensamento criativo e reflexivo, para tanto faz-se necessário um currículo pensando com esse propósito repensando diversos aspectos do processo de ensino e aprendizado e suas práticas avaliativas. Para o autor, a transformação do currículo e novas práticas de avaliação representam um dos principais desafios do meio acadêmico, para que ser possível refletir, é necessário que se responder alguns questionamentos, tais como: o que é avaliação e como avaliar? Levando em consideração as atuais diretrizes nacionais para o ensino superior, quais os melhores métodos para avaliar? Qual é a maneira mais eficaz de aplicar avaliações? Como desenvolver o interesse por parte dos estudantes, sem o único exclusivo intuito de notas altas e aprovação acadêmica? As respostas às perguntas envolveriam além de instrumentos, métodos e a subjetividade devido a mobilização de valores e ampla visão sobre o ato de educar.

Analisando a realidade das relações entre os alunos e o ensino superior, é extremamente comum nos depararmos com múltiplas realidades, assim como subjetividades de futuro profissional desses indivíduos, no qual a busca de aprendizado é resumida em uma generalização de alto desempenho nas avaliações, com o intuito final de alcançar a formação acadêmica e a inserção no mercado de trabalho de sua escolha. Esse tipo de relação no âmbito educacional, necessita ser problematizado, assim como exposto e articulado entre os alunos, para desenvolver a consciência sociopolítica, ética e íntegra não somente na área de formação, mas o sujeito em sua completa dimensão.

Que o espaço do ensino superior tornou-se um comércio de diplomas, não é nenhuma surpresa, frente que há uma exploração dos órgãos privados sobre o projeto de desejo de muitos indivíduos para a conclusão de um ensino superior, porém, não podemos deixar de problematizar o molde avaliativo educacional que fomos preparados desde a nossa formação fundamental, ocasionando a mesma configuração desses indivíduos em seu desenvolvimento para a fase adulta. Apesar dos moldes educacionais estarem em evolução (ou regressão em circunstâncias do atual governo), é necessário avaliar de forma minuciosa se os métodos avaliativos no ensino superior estão formando profissionais eficazes, com o intuito de desenvolver um rendimento bidirecional, no qual vá além de um alto desempenho resumido em notas altas. O papel do psicólogo nesse contexto seria transversal e multidisciplinar para desenvolver relações, assim como articulações em todo o espaço acadêmico e possibilitar reflexões por parte dos alunos, assim como por parte do docente acadêmico.

Outro fator a ser problematizado, é que nem todos os alunos inscritos na universidade possuem a mesma realidade, as mesmas

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