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NASCIMENTO DA PSICOLOGIA SOCIAL

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Por:   •  26/3/2014  •  1.770 Palavras (8 Páginas)  •  397 Visualizações

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Nasce na segunda metade do Séc XIX, em alguns países da Europa, e um pouco mais tarde nos Estados Unidos e outros países.

Para alguns, a Psicologia Social surgiu no ano de 1859, junto com a edição da revista “ Grande Enciclopédia Soviética”, de Steintahl e Lazarus. Esta revista coloca a Psicologia Social como um ramo da psicologia burguesa.

Para outros, a Psicologia Social surge nos últimos anos do séc.XIX, junto ao processo de psicologização da Sociologia.

Como se pode observar, não há um consenso quanto à data e ao contexto em que nasceu a Psicologia Social.

A Psicologia Social não-soviética tem em comum com a Sociologia burguesa a tendência a justificar a ideologia do capitalismo. Mas não se pode reduzir a Psicologia Social burguesa à sua função ideológica; ela também se ocupa de problemas reais, e dispõe de métodos para obter e elaborar a informação científica.

Segundo Kuzmin, a Psicologia Social tomou dois caminhos distintos: um tenta atender as necessidades da Psicologia; o outro, atende à política das classes dominantes (tal como a Sociologia burguesa). Assim sendo, torna-se difícil afirmar que a Psicologia Social está mais próxima da Psicologia ou da Sociologia.

Para Mansurov, a Psicologia Social surge graças aos êxitos das várias Ciências Sociais. Entretanto, reconhece que só esse motivo não foi o bastante; o que influiu mesmo foram os interesses ideológicos e políticos da burguesia.

Mansurov reforça a idéia dos que vêem a Psicologia Social como um ramo da Sociologia burguesa, pronta para defender a classe dominante do crescente movimento revolucionário da classe operária.

Segundo Pariguin (autor do texto), a Psicologia Social vai muito além desse caráter ideológico que alguns estudiosos tentam impor a ela. Seria medíocre acreditar numa Psicologia Social servindo apenas aos interesses de uma minoria.

Quem fugiu um pouco dessa análise simplista foi I.S.Kon, relacionando o surgimento da Psicologia Social com a psicologização da Sociologia. Para ele, a Psicologia do meado do nosso século ignorava os fatores sociais e a natureza específica da consciência coletiva. Ocupava-se apenas da Psicologia do indivíduo.

Para o autor, considerar as raízes gnosiológicas da Psicologia Social é tão importante quanto considerar suas raízes sociais. Assim sendo, a Psicologia Social surge também para atender as necessidades do desenvolvimento do saber científico.

• FONTES DA PSICOLOGIA SOCIAL:

Gordon Allport aponta Platão como fundador da tendência irracionalista na Psicologia Social. Isso porque Platão subestimava a capacidade de raciocínio das massas. De um modo geral, os filósofos antigos desprezavam o papel das massas populares na sociedade.

Helvécio destacava a importância do meio social para a educação do homem x o papel da consciência e das paixões do indivíduo para o desenvolvimento da sociedade.

Feuerbach deu ênfase ao fator emocional no processo de comunicação das pessoas, e às relações humanas no desenvolvimento de todas as relações sociais.

Hegel foi um dos que psicologizaram o processo histórico. Ele justificava as ações das massas como advindas de suas necessidades e paixões.

Muitas questões relativas à Psicologia Social estão presentes nas obras dos primeiros pensadores burgueses. A despeito disso, não podemos considerá-los fundadores da Psicologia Social como disciplina científica independente.

Impensável também, creditar aos idealistas subjetivos a criação da Psicologia Social, visto que eles tinham como realidade única o mundo subjetivo da pessoa.

E os idealistas objetivos ? Consideravam como realidade única tão somente a idéia absoluta. Também estão descartados como criadores da Psicologia Social.

A luta de classes, que foi o fio condutor das revoluções burguesas dos séculos XVII-XIX, trouxe à tona a necessidade de um estudo acerca da psicologia dos movimentos de massas, para a compreensão adequada do sentido dos acontecimentos históricos.

Nesse momento de crise da tradicional concepção idealista da história, quem melhor traduziu as particularidades psicossociais de certas camadas foi Balzac, com seus retratos sobre os tipos sociais da França do séc. XIX.

Balzac conseguiu atrair a atenção de filósofos e sociólogos para os problemas da psicologia das classes, através da sua arte.

Para Labriola, foi Balzac, e não Augusto Comte, quem descobriu a psicologia de classes.

Indo de encontro ao pensamento burguês, os historiadores franceses Thierry, Mignet e Guizot foram os primeiros a reconhecer o papel relevante das massas populares na história.

Segundo Thierry, é mais cômodo para a maioria dos historiadores atribuir a algum herói certas mudanças de ordem profunda na sociedade, ao invés de admitir o papel imprescindível do povo nessas mudanças.

Os trabalhos de Marx e Engels tiveram grande influência sobre os sociólogos e psicólogos burgueses, que passaram a considerar o movimento revolucionário das massas como força progressista do desenvolvimento histórico.

O estudo da psicologia dos povos e das massas é fator originante da Psicologia Social.

• NASCIMENTO DA PSICOLOGIA COMO RAMO DE DISTINTOS SETORES DA SOCIOLOGIA:

Vários setores da Sociologia tinham interesse pelo desenvolvimento da Psicologia Social. A Lingüística, por exemplo, foi primordial para a Psicologia Social propriamente dita, através dos trabalhos de Lazarus, Stheinthal, e até mesmo de Wilhelm Wundt.

Além da Lingüística, influíram também a Antropologia, a Etnografia e a Arqueologia. Mais especificamente na área psicológica, encontramos influências da Psicologia Geral e da Psiquiatria.

Podemos localizar as primeiras bases da orientação psicossocial na Psicologia, nos trabalhos dos psicólogos Baudouin e McDougall, Wundt e Ribot.

No início do séc. XX, o psiquiatra Sigmund Freud utilizou-se da Psicologia Social para estudar o caráter social e psiquicamente condicionado das neuroses e psicoses de massas.

• PARTICULARIDADES DO NASCIMENTO DA CORRENTE PSICOLÓGICA NA SOCIEDADE BURGUESA:

Cronologicamente, podemos situar o processo de psicologização da Sociologia burguesa na última década do século passado. Aceito esse processo, muitos sociólogos burgueses não tiveram

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