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O ABANDONO DE IDOSOS NA PSICOLOGIA

Por:   •  18/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  4.471 Palavras (18 Páginas)  •  450 Visualizações

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 O ABANDONO DE IDOSOS

Marlene  Pasqualin Zanon & Jaqueline Aparecida da Silva

 INSTITUIÇÃO ANHANGUERA  DE PASSO FUNDO

RESUMO

Ao analisar o público idoso, vê-se um público marcado pela ocorrência da violência e abandono em seus diversos sentidos. Neste sentido, este artigo trata amplamente sobre o abandono, enquanto uma das formas de violência contra o idoso, no âmbito de uma unidade hospitalar. O âmbito desta pesquisa foi construído pelas informações registradas no Livro de Ocorrência do Setor de Serviço Social do Hospital Beneficente Doutor Cesar Santos (HMDCS) da cidade de Passo Fundo RS, no período de setembro de 2016 a setembro de 2019, com base em dados de pesquisa exploratória e descritiva com abordagem quantitativa. Objetivaram-se com esta pesquisa verificar e quantificar o número de pacientes idosos abandonados na Unidade hospitalar, confeccionar e analisar o perfil paciente idoso abandonado e destacar a atuação do profissional frente a essa realidade. Foram relatados 48 pacientes idosos abandonados em leitos, com predomínio do sexo masculino, na faixa etária entre 70 e 89 anos, de cor parda, solteiros, no ato da internação, morava sozinho.

Palavras-chave: Maus tratos; Abandono; idosos; perfil social; e violência contra o idoso; estatuto do idoso.

1 INTRODUÇÃO

Atualmente o Brasil é um país que envelhece rapidamente, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com a estimativa para o ano de 2025 de 15% de idosos da população total, correspondendo aproximadamente a 30 milhões de pessoas. Sendo assim, caso seja mantida a atual dinâmica, a partir de 2030, o total de idosos ultrapassará o número de jovens entre 15 e 29 anos (IPEA apud Constituição, 2010). Concomitante ao aumento da população idosa brasileira cresce também o número de casos de maus tratos envolvendo esses indivíduos e, conforme aponta Nogueira (2013), entre os principais problemas enfrentados pelos idosos, o maior deles é o da violência. No Brasil, atualmente as violências e os acidentes constituem 3,5% dos óbitos de pessoas idosas, ocupando o sexto lugar na mortalidade, depois das doenças do aparelho circulatório, das neoplasias, das enfermidades respiratórias, digestivas e endócrinas. Morrem mais de 13 mil idosos por acidentes e violências por ano, significando uma média diária de 35 óbitos, sendo 66% de homens e 34% de mulheres. Para Minayo (2003), a violência contra os idosos é um fenômeno de notificação recente no mundo e no Brasil. Porém, a vitimização desse grupo social é um problema cultural, de raízes seculares, e suas manifestações são facilmente reconhecidas desde as mais antigas estatísticas epidemiológicas. A partir da literatura internacional se sabe que a violência contra a população idosa é também um problema universal. Estudos de diferentes culturas e de cunho comparativo entre países têm demonstrado que pessoas de todos os status socioeconômicos, etnias e religiões são vulneráveis aos maus tratos que ocorrem de várias formas: física, sexual, emocional e financeira. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu violência como sendo o uso intencional da força física ou o poder, real ou em ameaça, contra si próprio ou outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação. No Estatuto do Idoso, o termo “violência contra o idoso” é mais abrangente e abarca “qualquer ação ou omissão praticado em local público e ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou psicológico”. Engloba, portanto, qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão (ESTATUTO DO IDOSO, 2003). A importância deste estudo decorre das necessidades de um olhar crítico e ações que resultem na redução do abandono de idosos por parte da sua família, a fim de proporcionar melhor qualidade.

2 JUSTIFICATIVA

Com o intuito de analisar na literatura trabalhos científicos que tratem desta temática foi realizada uma pesquisa em livros, artigos, sites de pesquisa cientifica, publicações de autores, vídeos, etc.  No período de 01 a 14 de novembro de 2019 utilizando os seguintes descritores: abandono afetivo, idoso. Embora tenham sido encontrados um total de 66 artigos publicados apenas 20 atendiam aos interesses desta pesquisa, por descrever sobre o abandono afetivo do idoso, o que demonstra uma relevância na realização de estudos nesta temática.

 Momentos em que pode perceber o abandono e a solidão de idosos que moravam sozinhos. Diante da dificuldade encontrada para atuar junto às famílias sentiu a necessidade de estudar sobre o tema.

Mais um ponto a se considerar diz respeito ao aumento da população idosa. Entre 2005 e 2015 a proporção de pessoas com mais de 60 anos de idade cresceu em velocidade superior a da média mundial, saindo de 9,8% para 14,3%. O relatório do IBGE assinala que o país está se aproximando da taxa projetada em países desenvolvidos, o que requer avanços em relação às políticas públicas de proteção ao idoso (IBGE, 2017).

Desta maneira, tratar de idosos é discutir o futuro que se presume para todos, conforme o senso comum, ademais, com os avanços tecnológicos e a atual expectativa de vida, torna relevante estudar o abandono afetivo do ascendente, pois adianta uma realidade possível, que carece de discussão e aprofundamento (SILVA, 2014).

Sua realização também se justifica por ser parte inerente ao processo de aprendizagem da disciplina  de Métodos de Pesquisa em psicologia da Faculdade Anhanguera de Passo Fundo R/S.

A relevância desta pesquisa justifica-se ainda pela contribuição para o contexto local no sentido de debater sobre as políticas públicas de proteção ao idoso, fornecendo subsídios para a compreensão desta forma de violência, que poderão permear a construção de novas estratégias para o enfrentamento deste problema.

3      OBJETIVOS

3.1   OBJETIVO GERAL

Analisar o Estado da Questão sobre o abandono afetivo ao idoso no período de 2012 a 2019 nas bases de dados eletrônicos.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a)   Catalogar as pesquisas encontradas quanto ao tipo de estudo;

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