O Documentário Edifício Master, dirigido pelo cineasta Eduardo Coutinho
Por: 1995190 • 2/11/2017 • Trabalho acadêmico • 1.452 Palavras (6 Páginas) • 290 Visualizações
Introdução
O documentário Edifício Master, dirigido pelo cineasta Eduardo Coutinho, foi lançado em novembro de 2002. O edifício que dá nome ao filme está localizado em Copacabana, bairro na cidade do Rio de Janeiro, bastante conhecido pela aglomeração de pessoas e de conjuntos habitacionais.
Com as filmagens sendo realizadas em uma só locação, Coutinho procurou no edifício homens e mulheres com expressão narrativa (características próximas às encontradas em seus trabalhos), para segurar o interesse do espectador sem deixar o filme monótono. Edifício Master não é um filme sobre a classe média, e sim, um filme que costura histórias do imaginário de pessoas de uma maneira descontraída e inovadora. Os depoimentos abordam as diferentes identidades contidas em um local tão limitado como é um prédio de 12 andares e 23 apartamentos pequenos por andar, onde moram cerca de 500 pessoas de diferentes origens, idades, condições sociais, sentimentos e histórias.
O filme também trabalha com módulos de encenação e também é uma representação do real. Coutinho enfatiza isso o tempo todo, mostrando a equipe de filmagem e muitas vezes sugerindo sua presença dentro de quadro.
Sem a presença de um narrador tradicional como no cinema clássico, Coutinho transforma o filme em um retalho de relatos, mas que de maneira nenhuma se transformam em conversas enfadonhas e sem significado. A montagem do filme evidencia o destaque dado aos personagens. O diretor não utiliza trilha e nem imagens externas para ilustrar as conversas. Mesmo nas passagens de uma entrevista a outra são usadas tomadas internas do prédio, mostrando os corredores, elevador e portaria do edifício, deixando explícito ao espectador os métodos de produção, reforçando que se trata de uma representação do real.
Objetivo do Documentário
Mostrar de forma reflexiva, através da exposição do cotidiano, a singularidade dos indivíduos enclausurados em um edifico, no qual eles se isolam do ambiente externo, para não ser engolidos pelo mesmo. Apesar de apresentar pouca tecnicidade em seu conteúdo, é um filme intenso de histórias e retratos recortados por uma história social urbana.
Desenvolvimento
Esther inicia a entrevista de forma sorridente e feliz. Logo lhe é feita uma pergunta, e a mesma responde com muita autenticidade que os objetos que ela mais gosta são os seus retratos, que estão espalhados por todos os cantos da casa. Ela é indagada novamente por Coutinho sobre o porquê, respondendo rapidamente à pergunta de tal forma “... eu me amo né, a gente tem que se amar, não acha?! Se a gente não se amar, quem que vai amar?!”, de forma gratificante deixa claro o amor por si própria.
Esther é bastante orgulhosa, e seu orgulho é a principal marca de seu discurso. Ela relata que se separou do marido e logo em seguida teve que se desenvolver sozinha. Indaga com orgulho de seu passado como costureira da alta sociedade, e parece sentir-se parte dela. Até aqui seu depoimento foi marcado por sorrisos e uma alegria contagiante.
Ao começar o relato de sua história de como foi assaltada, Esther já mudou de fisionomia, mostrando estar apreensiva, assustada ao relatar o que viveu naquele dia. Uma história que à primeira vista parece banal, é engradecida pelo forte poder de sua narrativa, que se usa de sentimentalismo e sinceridade. Quando Esther descreve o autor do crime, ela se refere a ele como “um rapaz bonito, branco, bem vestido”, reproduzindo um discurso infelizmente recorrente de que apenas jovens negros, pobres da periferia correspondem ao perfil de marginal, ou seja, ela nunca imaginaria que um rapaz com aqueles traços seria capaz de cometer tal crime. Ao decorrer da sua fala, Esther mostra uma tal sacola que estava atrás da cortina do sofá em que estava sentada, dizendo ela que recebeu a maldita (sacola) do bandido, pensando a mesma que o seu dinheiro estava lá dentro, mais não estava.
O orgulho em seu discurso se faz presente mais uma vez quando ela relata a tentativa de suicídio causada pelo desespero e assume que apenas não tentou suicídio porque não queria morrer devendo para lojas como a Casas Bahia, Ponto Frio e que quando morrer, quer morrer em paz.
Ao encerrar o assunto do assaltado, Esther traz novamente a alegria e o sorriso no rosto para relatar o elemento mais poderoso do seu discurso. Esther exalta o seu atual namorado e a importância de se ter alguém, e encerra sua entrevista com a frase mais impactante de todo o depoimento: “a solidão machuca muito”, revelando aquele que pode ser, ou já é o seu maior medo: ficar sozinha.
Conceitos
O amor-próprio é um estado de apreço por si mesmo que provém de ações que nos ajudam a crescer psicológica, física e espiritualmente. O amor-próprio vem do amadurecimento e do autoconhecimento, que nos permitem identificar nossas forças e fraquezas, e aprender a lidar com elas. Ter amor-próprio é entender que nossos defeitos não nos inferiorizam. Todos temos falhas e estamos, a cada dia, fazendo o nosso melhor para crescer e evoluir.
Quem se ama fica mais resistente a críticas que não são construtivas e aprende a amar mais os outros. Praticar o amor-próprio é adquirir autoconfiança e autoconhecimento, sabendo desapegar com mais facilidade de tudo que já não faz mais parte da nossa vida.
Os psicólogos costumam tratar o amor-próprio de forma um pouco diferenciada da autoestima. Trata-se de uma afetação emocional causada por um sentimento ferido, que está enraizado em nível emocional. O amor próprio ferido normalmente é a causa principal de muitas atitudes inferiores.
Orgulho, o mais terrível sentimento negativo, baseia-se numa falsa avaliação que a criatura faz do seu sentimento de autoestima. Ele é a porta de entrada para um grande número de sentimentos negativos, tais como a luxúria,
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