O Estudo de Caso
Por: giselipereira • 22/5/2019 • Ensaio • 2.641 Palavras (11 Páginas) • 106 Visualizações
Resenha: FREUD, S. Compêndio da Psicanálise. Porto Alegre: L&PM Editores, 2014.
Este livro é uma síntese das teorias de Freud e foi escrito em 1938, mas inacabado devido à sua morte em 1939. Traz uma breve exposição do funcionamento do aparelho psíquico humano e é dividido em três partes:
1 - "A Natureza do Psíquico": Freud explica o funcionamento do aparelho psíquico e aborda as principais abordagens da psicanálise: "teoria dos impulsos", "o desenvolvimento da função sexual", "qualidades psíquicas" e a interpretação dos sonhos;
2 - "A tarefa prática" da psicanálise: expõe a transferência e questões da prática psicanalítica;
3 - "O ganho teórico", paralelo entre o aparelho e o mundo exterior e o mundo interior.
PARTE I – A NATUREZA DO PSÍQUICO
Cap. I – O Aparelho Psíquico
O aparelho psíquico é uma organização física que dá expressão na vida psíquica do indivíduo.
Isso: instância psíquica cujo conteúdo é herdado, estabelecido constitucionalmente, contém os impulsos com formas desconhecidas por nós.
Eu: evolução de uma parte do isso com função mediadora entre este e o mundo exterior, modificando os estímulos recebidos de fora e controlando os impulsos de dentro. É guiado pelas tensões dos estímulos: quando alta temos o desprazer e quando baixa, o prazer. O sono é o estado em que a energia psíquica é reorganizada de um modo diferente da vigília.
Supereu: instância especial representativa da influência parental com suas aquisições da tradição familiar, racial e popular somadas às exigências do meio, além das influências adquiridas a posteriori por outras pessoas de convívio.
Cap. II – Teoria dos Impulsos
O Isso tenta satisfazer suas necessidades inatas, enquanto o Eu tenta equilibrar essas satisfações com cautela para se afastar do que é ameaçador no mundo exterior.
Os impulsos são as forças de tensão exercidas pelo físico ao psíquico e tentam restabelecer um certo estado alcançado anteriormente. Eles podem desviar sua meta ou substituir uns aos outros. Basicamente os impulsos são de conservação – Eros – ou de destruição; o primeiro age construindo ligações e o segundo, destruindo-as e tentando leva-las a um estado inorgânico.
Eles podem atuar um contra o outro ou se combinando e gerando os fenômenos da vida. O que muda é a proporção entre essas duas forças que vai gerar ou agressão ou impotência. A energia de Eros é chamada de libido e serve de neutralizadora do impulso de destruição (morte). Quando a libido somente está no Isso-Eu, é chamado de narcisismo primário, até quando o ser investe a libido em um objeto.
A fonte da libido é corporal sendo o corpo todo uma zona erógena.
Pulsão
Toda pulsão é originalmente de morte. Toda manifestação que atente contra a ordem é a busca pela morte (não sexual)
Pulsão de vida: pulsão de morte originária que se sexualiza, que cai nas malhas do princípio do prazer.
Y Pulsão de vida : xyz[pic 1][pic 2][pic 3]
Pulsão de morte: xyzw[pic 4]
x z A função da pulsão de vida é refrear a pulsão de morte.[pic 5]
Como se dá a sexualização? Pela via do Outro
w
A pulsão sexual (de vida) se expressa pelo sentido.
O Circuito Pulsional (circuito de prazer) te devolve para uma cena primária recalcada.
Moldam a identidade, o Eu. É uma rota que liga o Eu com o Outro.
Quando o sentido não faz sentido, causa sofrimento e problemas práticos na vida.
Sistema de sentido Fantasia Preserva a pulsão de vida[pic 6][pic 7]
Esse sistema faz uma customização imagética, simbólica, textual de tudo que foi necessário para que o ser vivesse.
Os apelos do corpo são a nave mãe desse jogo, mas não é percebido. Há um todo harmônico entre a ordem do corpo e o psíquico.
O Isso ou Id é a sede das pulsões (instância corporal); o recalcado é a corporeidade que escapa à percepção.
Supereu parte anexa do Eu (instância dos ideais), cavalaria do Eu, ajuda a partir do sadismo chicoteia o eu com a culpa (A Neurose é o Supereu agigantado) [pic 8]
Eu emanação do Id[pic 9]
A tríade “Culpa Moral Civilização” é a domesticação das pulsões sexuais.[pic 10][pic 11]
Há de se ter um lugar para a culpa e para a moral na cura.
Em o futuro de uma ilusão, Freud afirma que a religiosidade é uma fixação na neurose infantil com uma falsa moral.
Nossa responsabilidade erótica é ser inteiramente responsável efetivamente pelo gozo (ou tesão).
Procuramos um interdito porque ele erotiza a falta. O desejo necessariamente precisa de um interdito: “se não tem falta, não tem desejo”.
Cap. III – O Desenvolvimento da Função Sexual
A vida sexual começa com o nascimento e não está relacionada apenas com os genitais, sendo um conceito mais amplo. As atividades corporais sexuais estão ligadas a fenômenos psíquicos, mas esse desenvolvimento é sujeitado a leis, se intensificam e pausam, podendo haver uma involução do ser.
A primeira zona erógena é a boca, pois, além da alimentação, é por ela que a criança obtém prazer. Com o aparecimento dos dentes, surge o sadismo, mistura de impulsos libidinosos e destruidores, em que a satisfação é buscada pela agressão e intensificada pela função excretora da fase anal. Na terceira fase, fálica, a vida sexual da criança tem um apogeu, dando um destino separados para menino e menina e um consequente afastamento da vida sexual.
Após o período de latência, a busca por prazer termina por se adaptar à função sexual, na quarta fase chamada de genital, mas algumas aspirações são excluídas dessa organização, sendo desviadas para o recalque ou na formação de traços de caráter, deslocamentos, etc.
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