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O Estudo do Comportamento: Interações Organismo Ambiente

Por:   •  22/11/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.062 Palavras (9 Páginas)  •  287 Visualizações

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  • Estudo do comportamento: interações organismo-ambiente.
  • A filosofia da Análise do Comportamento: Behaviorismo Radical (modelo selecionista de causalidade).
  • O Behaviorismo Radical rejeita essas explicações do comportamento em termos da noção de uma entidade presumida que antecederia o comportamento e teria o poder mecânico de causá-lo, rejeita qualquer explicação internalista/mentalista, uma vez que esse tipo de explicação não permite previsão e controle, que seriam os objetivos primordiais de uma ciência.
  • Embora considere a relevância e a contribuição de aspectos fisiológicos, a perspectiva behaviorista rejeita a concepção tradicional de que variáveis fisiológicas exerceriam algum tipo de força interna capaz de causar comportamentos por si só.
  • Os padrões comportamentais são selecionados, mantidos e fortalecidos por eventos ambientais. Relações interativas entre o indivíduo e o ambiente (antecedentes e consequentes à emissão da resposta).
  • Relações funcionais: o comportamento é considerado uma variável dependente em relação aos eventos ambientais, os quais seriam variáveis independentes.
  • O comportamento é função de condições ambientais.
  • Para explicar o comportamento não é necessário que os acontecimentos sejam contíguos (próximos) no espaço e no tempo, mas que sejam contingentes, que exista uma relação de dependência entre o comportamento e as variáveis ambientais que o controlam.
  • A probabilidade de ocorrência do comportamento no futuro é determinada pelas condições contextuais e consequências produzidas pelo comportamento.
  • O comportamento do indivíduo modifica os eventos ambientais, que alteram a probabilidade de ocorrência futura do comportamento.
  • O ambiente seleciona características comportamentais da mesma forma que seleciona características morfológicas, segundo a noção de evolução pela seleção natural proposta por Darwin, selecionadas ao longo do tempo de acordo com sua adequação ao ambiente.
  • Três níveis de seleção do comportamento por suas consequências: o filogenético, o ontogenético e o cultural.
  • O nível filogenético diz respeito à seleção de comportamentos inatos ao longo da história evolucionária da espécie. A adequação do comportamento inato é analisada a partir das consequências: sucesso diferencial no contato com formas específicas de estimulação ambiental e sucesso reprodutivo.
  • Já o nível ontogenético se refere à seleção de comportamentos durante a história de vida de um organismo, isto é, as consequências de um determinado comportamento afetam a probabilidade futura de sua ocorrência em uma situação semelhante, selecionando comportamentos com características específicas dentro de uma ampla faixa de possibilidades. O resultado dessa seleção é o repertório de comportamento operante do indivíduo. A adequação do comportamento, assim como no nível anterior, é definida a partir das demandas do ambiente  
  • Seleção cultural, que trata da seleção de práticas culturais ao longo da história de uma cultura. Nesse contexto, há reforçamento social das práticas que são benéficas para a cultura, as quais se tornam parte dela.
  • O comportamento atual é resultante de características genéticas únicas, de uma história única de reforçamento (experiência de vida) e das relações do indivíduo com o ambiente atual e com as práticas culturais da comunidade em que se insere.
  • Um único comportamento possa ser função de mais de uma variável e de que uma única variável possa afetar mais de um comportamento.
  • Comportamentos podem ser classificados como respondentes e operantes.
  • Os comportamentos respondentes (ou reflexos) são aqueles que envolvem uma relação organismo-ambiente em que uma resposta (mudança no organismo) é eliciada/ provocada por um estímulo antecedente (mudança em parte do ambiente).
  • Comportamento operante: que opera no ambiente produzindo consequências (modificações) são definidos pelas consequências que produzem, e são elas que determinarão se o comportamento voltará a ocorrer ou se ocorrerá em maior ou menor frequência. Dirigir um carro, ler, escrever, falar, solucionar problemas matemáticos, namorar ou organizar a casa são exemplos de respostas operantes, ou seja, controladas por suas consequências.
  • Consequência é reforçadora quando mantém ou aumenta a probabilidade de ocorrência da resposta que a produziu. Diferentemente, a consequência é punitiva/aversiva quando diminui a probabilidade de ocorrência da resposta que a antecede.
  • Um mesmo comportamento pode produzir simultaneamente consequências reforçadoras e aversivas, de modo que múltiplas variáveis estão envolvidas na determinação de um dado comportamento.
  • A unidade de análise utilizada para descrever comportamentos individuais no nível ontogenético é a contingência de reforçamento, que mostra relações funcionais entre o comportamento operante e o ambiente com o qual o organismo interage.
  • O conceito de contingência se refere a uma relação de dependência que descreve como a probabilidade de um evento pode ser afetada por outros eventos. A relação funcional substitui a noção tradicional de causa e efeito.
  • O comportamento operante é definido como um grupo de respostas de topografias diferentes que constituem uma classe funcional por produzirem uma consequência comum, opera sobre o ambiente gerando consequências.
  • Contingências de reforço envolvem inter-relações decorrentes de pelo menos três aspectos: a) a ocasião em que ocorre uma resposta, b) a resposta e c) as consequências por ela produzidas.
  • Uma formulação adequada da interação entre um organismo e o ambiente deve conter pelo menos esses três termos, a chamada contingência tríplice, ferramenta básica para a realização de análises funcionais moleculares.
  • O reforçamento é definido quando a probabilidade de ocorrência de uma resposta aumenta ou se mantém, o que pode ocorrer devido à adição de um estímulo reforçador (reforçamento positivo) ou pela retirada de um estímulo aversivo/punitivo
  • Punição: a probabilidade de emissão de uma resposta diminui pela apresentação de um estímulo aversivo/punitivo.
  • Estímulos reforçadores primários, ou incondicionados, cujo valor reforçador é determinado filogeneticamente, de forma que sua função de fortalecer comportamentos (nas devidas condições motivacionais) é inata.
  • Reforçadores condicionados são estímulos inicialmente neutros que adquirem função reforçadora por meio de um processo de aprendizagem, variam de acordo com a época, a história de vida da pessoa e com a cultura em que ela se insere. Torna-se generalizado a partir do emparelhamento com mais de um reforçador primário. Pode-se citar como exemplo de reforçador condicionado generalizado o dinheiro.
  • Os reforçadores naturais são consequências produzidas diretamente por uma resposta. Uma boa nota é consequência natural da resposta de dedicar-se bastante aos estudos ou um quarto limpo e organizado e a facilidade para encontrar objetos são consequências naturais da resposta de arrumar o quarto.
  • Consequências arbitrárias são produto indireto do comportamento, como é o caso de estrelinhas, “parabéns” ou presentes dos pais por emitir as respostas de estudar ou arrumar o quarto. Destaca-se que, nesse caso, as consequências não são diretamente produzidas pelos comportamentos descritos.
  • Ao contrário do que ocorre em relação aos reforçadores arbitrários, o reforçamento natural seleciona uma ampla classe de respostas, leva em conta o repertório inicial do indivíduo, beneficia a pessoa cujo comportamento está sendo reforçado e não o agente que provê o reforço, além de ser mais comum no ambiente natural, de forma que favorece a generalização do aprendizado. Contudo, em algumas situações, os reforçadores arbitrários são necessários em um momento inicial, até que o organismo entre em contato com os reforçadores naturais, especialmente no caso de repertórios que envolvem alto custo para serem desenvolvidos.
  • As variáveis independentes seriam as condições externas das quais seu comportamento é função
  • O analista do comportamento busca identificar contingências atuais e inferir sobre contingências que operaram no passado a partir da observação direta ou de relatos de comportamentos.
  • Análise funcional permite a elaboração de hipóteses a respeito da aquisição e manutenção de repertórios comportamentais, possibilita a programação de intervenções visando ao desenvolvimento de novos repertórios e é fundamental para o planejamento da manutenção e generalização para o ambiente natural das mudanças alcançadas.
  • 1º Passo: Identificar a resposta: atividade do organismo, que envolve eventos públicos e privados. Em outras palavras, o terapeuta identificará desde ações publicamente observáveis até respostas privadas/encobertas, como pensamentos, sentimentos e emoções.
  • A análise funcional molecular envolve a análise de contingências pontuais (moleculares) importantes para a compreensão de comportamentos específicos em contextos específicos. A sua composição é a base para a construção de análises mais amplas, as chamadas análises molares.
  • Escolher respostas relevantes ao caso, considerando a queixa do cliente, as demandas identificadas pelo terapeuta e os objetivos terapêuticos. Ao longo do processo terapêutico, os clientes apresentam uma infinidade de relatos com diferentes conteúdos. e maior valor terapêutico
  • Evitar respostas negativas. Ao escolher a resposta para análise, o terapeuta deve lembrar-se de que não é possível analisar “não comportamentos”, de modo que é importante trabalhar com o que o cliente faz e não com o que ele deixa de fazer. Afinal, é inviável identificar os processos comportamentais envolvidos quando se trata da não ocorrência de uma resposta, isto é, identificar, de acordo com a consequência produzida, se uma “não resposta” aumentou ou diminuiu de frequência. Por exemplo, no caso de uma criança que não segue uma determinação de seu pai de não correr, seria mais adequado analisar o que ela faz, ou seja, “ignora a orientação e corre”, do que escolher como unidade de análise “não obedece”
  • Evitar respostas que não estão sob controle operante, como morrer, cair e esbarrar em objetos acidentalmente, sentir-se angustiado, taquicardia, ansiedade, sudorese, uma vez que essas respostas não estão sob controle de suas consequências.
  • Evitar respostas que não estão sob controle operante, como morrer, cair e esbarrar em objetos acidentalmente, sentir-se angustiado, taquicardia, ansiedade, sudorese, uma vez que essas respostas não estão sob controle de suas consequências.
  • Como efeito de uma contingência operante, de modo que uma resposta operante produz uma consequência, e o tipo de relação que se estabelece nessa contingência operante produz um efeito emocional, ou seja, uma resposta respondente.
  • Por exemplo, estudar a semana inteira para uma prova (resposta operante) → nota baixa (consequência) – efeito emocional: frustração (resposta respondente).
  • 3º Passo: Identificar consequências: estímulos no ambiente produzidos por uma resposta e que alteram a probabilidade de ocorrência dessa resposta no futuro, ou seja, trata-se de uma variável independente.
  • 4º Passo: Identificar processos: para cada consequência, deve-se especificar qual é a contingência envolvida a partir da relação entre a resposta e a consequência produzida, ou seja, se o processo caracteriza contingência de reforçamento positivo (R+), reforçamento negativo (R-), punição positiva (P+), punição negativa (P-) ou extinção.
  • Uma mesma resposta pode ter diferentes antecedentes e produzir várias consequências, com frequência envolvendo processos diferentes e até contraditórios entre si.
  • Os efeitos que definem comportamentos bem e malsucedidos, de modo que uma atividade é tida como bem-sucedida quando é reforçada, enquanto atividades malsucedidas são aquelas menos reforçadas ou punidas.
  • Assim, os efeitos são colaterais às contingências, ou seja, são produtos da contingência inteira e não determinam diretamente a frequência do comportamento no futuro.
  • Com o objetivo de obter maior compreensão sobre um caso, a análise do terapeuta deverá incluir a investigação da construção de padrões comportamentais, isto é, a realização de uma análise molar (macroanálise). A proposta da análise molar é integrar os repertórios atuais e suas variáveis mantenedoras aos aspectos históricos que provavelmente contribuíram para a instalação/aquisição dos padrões comportamentais do cliente. Os aspectos a serem contemplados para a composição das análises molares são: padrões comportamentais, comportamentos que caracterizam o padrão, história de aquisição, contextos atuais mantenedores, consequências que fortalecem o padrão (quando é funcional) e consequências que enfraquecem o padrão (quando não é funcional):
  • 1º Passo: Identificar padrões comportamentais: um padrão comportamental pode ser caracterizado por comportamentos ou características que ocorrem em diferentes contextos e apresentam a mesma função, ou seja, produzem consequências semelhantes
  • 2º Passo: Identificar histórico de aquisição: a análise molar, diferentemente da molecular, inclui a investigação do provável histórico de aquisição dos padrões comportamentais do cliente. Isso significa que o terapeuta deve explorar situações passadas que podem ter contribuído para a construção de determinados padrões. É importante obter informações a respeito dos diversos contextos históricos de vida do cliente: familiar, socioafetivo, acadêmico, profissional, médico-psicológico e religioso-espiritual
  • 3º Passo: Identificar contextos atuais mantenedores: além dos aspectos históricos, faz-se necessário investigar possíveis contextos atuais mantenedores, que seriam condições em que o cliente está inserido atualmente e que favorecem a manutenção do padrão. Novamente, é relevante destacar que os contextos que mantêm o padrão também devem ser descritos em termos de variáveis independentes (ambientais) e não de respostas do cliente
  • 4º Passo: Consequências que fortalecem o padrão/consequências que enfraquecem o padrão: um importante elemento para a composição de análises molares é a análise motivacional, a qual consiste na identificação de consequências que reforçam o padrão (benéficas/reforços em curto, médio e longo prazo) e consequências que enfraquecem o padrão (perdas/desvantagens/estimulação aversiva/punidores em curto, médio e longo prazo). Ressalta-se que, com frequência, os clientes buscam a terapia no momento em que um padrão historicamente reforçado e, assim, construído e estabelecido ao longo de sua vida passa a produzir consequências aversivas.

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