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O FENÔNEMO DA FIGURA-FUNDO COMO FORMA DE OGANIZAÇÃO PERCEPTUAL: FIGURAS REVERSÍVEIS

Por:   •  2/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.443 Palavras (10 Páginas)  •  830 Visualizações

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE PSICOLOGIA

CAMPUS PINHEIROS – PERÍODO MATUTINO

O FENÔNEMO DA FIGURA-FUNDO COMO FORMA DE OGANIZAÇÃO PERCEPTUAL: FIGURAS REVERSÍVEIS

SÃO PAULO - 2017


Sumário

1.        INTRODUÇAO        1

2.        MÉTODO        5

2.1        SUJEITOS        5

2.2        INSTRUMENTOS        6

2.3        PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS        7

Bibliografia        8

  1.  FOTO/ FIGURA REVERSÍVEL

 


  1. INTRODUÇAO

O presente exercício tem por objetivo descrever o fenômeno perceptual elementar denominado Figura-Fundo, bem como demonstrar sua existência, numa segunda etapa prática, por meio da exposição de alguns sujeitos a uma figura previamente determinada, conhecida como figura ambígua ou figura reversível, assim chamada por permitir mais de uma interpretação a partir da visualização de um único conjunto pictórico.

Preliminarmente à conceituação de Figura-Fundo, cumpre discorrer, ainda que brevemente, sobre o que se entende por percepção, princípio psicológico básico que orienta a interação do homem com o meio no qual ele se insere. Em linhas gerais, podemos dizer que a maneira como o homem percebe o mundo guia o modo como ele se conduz perante esse mesmo mundo. E embora sejam institutos distintos, não há falar em percepção sem dizer, previamente, o que venha a ser sensação, ou a captação das energias físico-químicas presentes no ambiente pelos nossos órgãos dos sentidos, tradicionalmente considerados como visão, audição, olfato, paladar e tato, além de outros já catalogados pela ciência, como o sentido de dor e o cinestésico.

Nestes termos, estabeleçamos, desde o início, que o mundo percebido não guarda, necessariamente, correspondência com o ambiente físico respectivo. Evitamos, aqui, propositadamente, falar em “mundo real”, já que o próprio conceito de realidade é eminentemente filosófico. Apenas a título ilustrativo, lembramos que o primeiro dos sete axiomas contidos na compilação filosófica conhecida como Caibalion é: “O Universo é mental”.

Considerando, pois, que a percepção é um processo que se inicia com a estimulação sensorial, Gazzaniga divide-o em três partes, sendo a primeira delas o contato ou a estimulação dos órgãos sensoriais por uma energia física ou química. Em seguida, ocorre o fenômeno da transdução, ou a transformação da energia captada por receptores específicos do organismo em impulsos elétricos – impulsos neurais – carregados para o cérebro. Por fim, o cérebro decodifica os impulsos recebidos, transformando-os em uma experiência psicológica: as primeiras duas partes do processo descrito são consideradas sensação; a terceira é percepção (Gazzaniga, 2005, p.152). Podemos afirmar, em outros termos, que a sensação corresponde às fases pré-psicológicas do processo, e a percepção é a fase psicológica propriamente dita. De outra forma, ainda: “percepção é um processo de seleção, organização e atribuição de significados ao estímulo sensorial” (Bettoi, 2017).

Avançando no conceito, Gazzaniga nos diz que os psicólogos costumam denominar o estímulo do mundo externo como estímulo distal (de distante) e a energia do estímulo que é transduzida pelos órgãos dos sentidos como estímulo proximal (de próximo), para enfim, conceituar que “na percepção, o cérebro utiliza a informação do estímulo proximal para construir uma representação do estímulo distal (Gazzaniga, 2005, p.152).

Vale citar, ainda, por sua larga utilização, os termos: processamento botton-up (ascendente) para dar ênfase ao input ou estímulo, e processamento top-down (descendente) para enfatizar a atribuição de significados aos dados sensoriais brutos, ou interpretação desses dados.

Desse modo, é pelo estudo da percepção, ou do processo sensorial-perceptivo, que buscamos compreender e explicar as razões pelas quais um mesmo estímulo sensorial pode ser percebido de modo diferente, tanto para um mesmo observador, em condições internamente diversas, como para observadores diferentes, em condições exteriores iguais.

Os autores consultados para a confecção deste trabalho afirmam, em uníssono, a importância dos estudos dos psicólogos da Gestalt para elaboração das teorias que orientam a forma de organização dos estímulos sensoriais a fim de se lhes atribuir algum significado. Embora a palavra gestalt, em alemão, possa ser traduzida como “forma” ou “todo”, a corrente psicológica de mesmo nome é conhecida pela proposição de que o todo pode exceder a soma das partes (Myers, 2016, pp.199-200).

Os fenômenos de organização da percepção são geralmente catalogados em percepção de forma, percepção de profundidade ou distância, e percepção de movimento. A percepção de forma, por sua vez, é dividida em duas partes: Figura-Fundo e Agrupamento, sendo este último os modos como a mente agrupa as informações, por meio de mecanismos de proximidade, semelhança, continuidade, conectividade e fechamento (Myers, 2016, pp. 200-201).

Figura-Fundo, por sua vez, é tido como o processo mais elementar da organização perceptiva (Atkinson, 2012, p. 142). É o mecanismo pelo qual, diante de uma universalidade de estímulos percebidos pelo cérebro, a atenção é concentrada num tema específico, chamado de figura, enquanto o restante do ambiente é percebido em segundo plano ou incidentalmente, o fundo. É certo que variações do ambiente, ou o encontro de algum objeto digno de mais significado ou merecedor de mais atenção, podem levar a constantes modificações da figura e de seu respectivo fundo. O que é imprescindível dizer, e se pretende demonstrar na fase prática deste trabalho, é que há sempre uma relação de primazia do objeto em relação ao fundo, ou em outros termos, os dois planos não são percebidos de modo equivalente, e ainda que se alternem sucessivamente, o fundo é sempre percebido de modo incidental ou periférico em relação à figura.

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