FIGURA E FUNDO GESTALT

FIGURA E FUNDO

Segundo Gleitman, outra parte da organização visual é a separação do objeto de sua configuração de modo que o objeto é visto como um todo coerente, separado de seu fundo. Essa separação de figura e fundo permite que você se concentre apenas numa imagem, tratando todo o resto da cena como meramente o pano de fundo da figura.

‘’A tendência da nossa percepção em buscar a boa-forma permitirá a relação figura-fundo. Quanto mais clara estiver a forma, mais clara será a separação entre a figura e o fundo. Quando isso não ocorre, torna-se difícil distinguir o que é figura e o que é fundo.’’ (BOCK, 1999)

Naturalmente, se pode identificar uma figura tão rápida e facilmente que parece que essa seleção é de alguma forma especificada pelo próprio estímulo e não é um elemento de sua interpretação. Mas o fato é que identificar a figura, como todos os aspectos da organização perceptiva, depende de você. Isso é mais evidente sempre que você percebe que há mais de uma maneira de interpretar um determinado estímulo. (GLEITMAN, 2010)

Todas essas observações sugerem que a percepção é menos “objetiva” do que se poderia supor, porque o que percebemos é, muitas vezes, determinado pela forma como interpretamos ou organizamos a entrada. Neste período, é importante ressaltar que as interpretações dos alunos tendem a não ser nem tolas e nem aleatórias. Muito pelo contrário, nossas interpretações do input sensorial são, em primeiro lugar, moldadas por nossas experiências e eles estão corretas com muito mais frequência do que não estão (Enns, 2004). Da mesma forma, as próprias interpretações tendem a ser bastante lógicas, como se nosso sistema visual sempre seguisse certas regras. Por exemplo, uma preferência por analisar o input para criar contornos suaves. Outras regras também nos guiam por exemplo, parecem preferir interpretações perceptuais que explicam toda a informação contida no estímulo, e assim evitamos interpretações que explicariam apenas fragmentos do mesmo. (GLEITMAN, 2010)

Naturalmente, ninguém afirma que o aparato perceptivo está literalmente seguindo uma sequência de etapas lógicas, pesando cada uma dessas regras. Ainda assim, nossa percepção parece guiada por esses princípios, de modo que nossas interpretações do input serão lógicas e geralmente corretas. (GLEITMAN, 2010)

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