O Fichamento do Texto “A História do Movimento Psicanalítico”

2. Fichamento do texto “A História do Movimento Psicanalítico”

FREUD, S. A História do Movimento Psicanalítico. (1914) In: FREUD, S. A História do Movimento Psicanalítico, Artigo sobre a Metapsicologia e outros trabalhos (1914-1916) – Volume XIV. Rio de Janeiro: Imago, 1996. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud.

1) – resumo O presente artigo inicia-se com a explicação de Freud sobre a psicanálise, a história do movimento psicanalítico. Em 1909, Freud realizou uma conferência sobre a psicanálise, mostrando que o verdadeiro criador foi Breuer, com seu método catártico (no estágio inicial); a psicanálise em si, como é conhecida hoje, surgiu quando Freud deixou a técnica hipnótica e introduziu as associações livres. Breuer deixou o método catártico por um tempo e voltou a usá-lo por insistência de Freud, influenciado por Charcot. Sigmund utilizou a fisioterapia para compreender as afecções nervosas, sem muitos resultados. Logo após, usou a sugestão pela hipnose profunda, obtendo mais resultados do que o tratamento fisioterápico. Os dois tratamentos – fisioterapia e sugestão pela hipnose profunda – não surtiram o efeito desejado por Freud e, por conta disso, começou a prática de investigar os pacientes em estado hipnótico. Freud começou a analisar o paciente a partir da cena traumática em que os sintomas apareceram, evidenciando, dessa maneira, o conflito em questão. Ele chamou esse processo mental de “regressão”, pois o curso da mente regredia até a puberdade e infância a fim de explicar os problemas atuais. Em dado momento, Breuer e Freud se desentenderam por conta de pontos de vista diferentes, pois aquele achava que o elemento da sexualidade não era tão relevante para o caso dos pacientes, ao passo que este considerava muito importante esse aspecto. A transferência sob a forma sexual é, segundo Freud, um dos aspectos mais reveladoras da origem das neuroses. A psicanálise propriamente dita começa com a teoria da repressão, sem o uso da hipnose, pois tenta-se explicar dois fatos inesperados dos sintomas de um neurótico a partir das experiências do passado: transferência e resistência. Outra coisa importante foi a hipótese da sexualidade infantil; as experiências remontavam antes da puberdade, na primeira infância. A interpretação dos sonhos foi outra hipótese que Freud levantou para analisar os seus pacientes. Após todas essas descobertas, Freud continuava desacreditado, mas não desistiu de seus métodos, pois eram também um modo de subsistência. Em 1902, jovens médicos começaram a se reunir em volta de Freud por conta dos da psicanálise. Em 1907, a situação ficou favorável à psicanálise, ganhando vários adeptos, como Jung. Outro fator importante para o avanço da psicanálise foram os serviços prestados pela escola de Zurique, pois reconheceu essa nova arte. A introdução da psicanálise foi bem aceita na América do Norte; uma universidade até já havia incluído a literatura analítica nas aulas. Putnam, Brill e Jones foram nomes importantes na difusão da psicanálise nos EUA. Na Europa, alguns países aderiram ao novo método e outros nem tanto; a França foi a menos receptiva. A análise da imaginação criadora também foi outro ponto importante, pois descobriu-se que os sonhos inventados também prestavam-se à análise. Em um projeto apresentado por Freud no segundo congresso, por se considerar um pouco velho e outros médicos terem opiniões divergentes sobre a psicanálise, ele escolhe outra pessoa para continuar a atividade psicanalítica; isso não deu muito certo: o escolhido (Jung) não era se fácil trato. Além disso, Freud queria que o movimento psicanalítico mudasse de sede: de Viena para Zurique. Sigmund resolver formar uma associação psicanalítica, pois ficou receoso dos abusos que a psicanálise sofreria quando se tornasse popular. O terceiro congresso ocorreu de forma tranquila, mas no quarto houve problemas, pois Jung não conduziu de forma adequada; a partir daí, vários grupos foram formados. Além disso, houve a publicação de vários periódicos. Freud e Adler tiveram problemas em relação a alguns pontos da psicanálise; um deles foi sobre a sexualidade, pois Adler achava que deram muita importância às forças sexuais; dessa maneira, era mais fácil acreditar nos doentes neuróticos. Este último fundou uma nova sociedade, “Sociedade de Psicanálise Livre”, a qual faz uso da “racionalização”, dizendo que o homem é o “senhor” da mulher. Algumas proposições de Adler são semelhantes à psicanálise de Freud, como, por exemplo, “fantasiado e fantasia” no lugar de “fingido”, “fictício” e “ficção”. Porém, o que definitivamente diferencia essa nova sociedade da de Freud é o “protesto masculino”, o qual Freud era contrário. Adler e Jung também trouxeram contribuições à psicanálise referentes à sexualidade na ética e religião. Adler e Jung afastaram-se da psicanálise no momento que deixaram a análise do passado de um paciente, focando mais no conflito do presente. 2) - citações “A teoria da repressão é a pedra angular sobre a qual repousa toda a estrutura da psicanálise. (p.10) “Mais tarde, descobri a característica essencial e a parte mais importante da minha teoria dos sonhos, ou seja, que a distorção dos sonhos é conseqüência de um conflito interno, uma espécie de desonestidade interna...” (p.13) “A análise nos proporcionou não somente a explicação de manifestações patológicas, como revelou sua conexão com a vida mental normal e desvendou relações insuspeitadas entre a psiquiatria e as demais ciências que lidam com as atividades da mente.” (p.22) 3) - Comentários De acordo com o texto, Freud teve muitas dificuldades em relação ao movimento que estabeleceu, a psicanálise. Após a idealização dessa associação, outros médicos, pesquisadores partiram para a criação de outras associações, com ideias diferentes, mas sempre tendo em mente as análises, pressupostos e ideais freudianos. Os estudos psicanalíticos nunca mais foram os mesmos após a revolução que Freud causou com a criação da psicanálise e o estudo do inconsciente. 4) - Questionamentos A psicanálise abarca o estudo do inconsciente, diferente do que é preconizado pela psicologia. Mas, qual o limite desses dois campos de pesquisa? Eles são excludentes ou se apropriam de suas metodologias?

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