O Humanista Na Psicologia
Por: Leila Lacr • 25/5/2020 • Resenha • 2.022 Palavras (9 Páginas) • 148 Visualizações
3 - A construção de uma abordagem técnica ou teórica evolui junto com o seu autor. Que novidades a fase experiencial da abordagem centrada na pessoa trouxeram para a prática clínica humanista.
A fase experiencial de seu pensamento passa a ser descrita a partir da ênfase no conceito de autenticidade do terapeuta, na experiência imediata da relação com o cliente, trazendo como novidade para a prática humanista, a ênfase na experiência vivida pelo cliente, pelo psicoterapeuta e entre ambos. Nessa fase o objetivo da psicoterapia é ajudar o cliente a usar plenamente sua experiência no sentido de promover uma maior congruência do self e do desenvolvimento relacional. Tem como principal, a autenticidade do terapeuta, que é quando o psicoterapeuta é aquilo que é, suas relações com o paciente são autênticas e sem máscara nem fachada, exprimindo abertamente os sentimentos e as atitudes que nesse momento lhe ocorrem. Essa é a fase em que mais se aproxima das abordagens de tradição fenomenológica, com a passagem da focalização na pessoa do cliente para a focalização na experiência intersubjetiva
4 - Leia o trecho abaixo e logo após, responda. "Comecei a minha própria pessoa, essa pessoa que tantas vezes se sentia como um garoto no meio dos adultos, que tinha medo e deixava que o medo o impedisse de viver na realidade, completamente vivo e ativo nas relações com outras pessoas. E assim que comecei a ser realmente responsável por esse 'garoto' que fazia parte de mim, ele começou a crescer e a tornar-se forte, ou começou talvez a perder a influência que tinha sobre mim. De qualquer modo, comecei a 'ser pessoa'." Qual a visão de pessoa para Carl Rogers.
Rogers não considera a pessoa em termos analíticos, nem estabelece categorias ou momentos na formação de consciência, nem distingue, dentro da personalidade, sistemas de influência opostas. O que interessa a Rogers não é· a essência, filosoficamente definida, da pessoa e sim o processo dinâmico do indivíduo. Suas necessidades organísmicas (afeto, consideração positiva, valorização de si, consideração dos outros, etc ... ) que são inatas no homem. O organismo, na busca em satisfazer-se tende a atualizar-se, e o sujeito vive experiências novas, passando a ver as necessidades de seu mundo interior, modificando-se e ressignificando-se como uma capacidade de regulação. Rogers tem a visão de pessoa na totalidade do organismo, ou seja o sujeito vai atualizando-se e regulando-se internamente, considerando suas experiências e aprontando-se para novas experiências indo em direção do absoluto funcionamento, na possibilidade de tomar decisões e ser responsável por elas, e por meio de várias experiências, ter várias possibilidades de atualizar suas potencialidades de assimilar as situações vividas o sujeito vai se transformando em pessoa, que para Rogers, não se constrói de fora mas realiza-se a partir das potencialidades internas; por isso ela situa-se acima de qualquer essência definida, de qualquer lei, dogma ou tradição. Tornar-se pessoa é ter possibilidade de ser, é visão do mundo
5 - Qual a influência da sociedade na construção da pessoa, segundo Rogers?
Para Roger todo processo de desenvolvimento parte das forças internas positivas, mas com a influência da sociedade, a atualização das forças vai depender do clima com as forças externas, esse encontro situa-se ao nível das relações interpessoais, partindo da ideia de que o sujeito tem necessidades de se compreender e de ser compreendido, fazendo o que o outro tornar significativo para o sujeito. Assim podemos distinguir o outro que vai aceitar a experiência tal qual ela é, o indivíduo torna-se maduro e é capaz de alta direção e de auto avaliação porque encontrou o clima permissivo que facilitou desenvolvimento de suas capacidades e permitiu a consciência de suas experiências. Ou outro não valoriza ou valoriza de maneira condicional, selecionando, se julgando, estabelecendo condições de valores, ou seja, há incongruência, uma ruptura entre o ser real e o ser existencial e distância entre a consciência que o sujeito tem de si mesmo e as experiências vividas tendo uma falsa ideia de si, é neurótico e incapaz de assimilar o que viveu.
6 - De acordo com o texto a visão de pessoa, que aproximações ou distinções são feitas em relação às influências tradicionais - o cristianismo ou budismo – na abordagem humanista rogeriana?
o Cristianismo sempre situou a realização pessoal, o núcleo fundamental dos atos e a raiz do espírito, no íntimo da pessoa, de frente com sua consciência, que é o caminho que devemos seguir. O Evangelho situa a liberdade na capacidade de ser e não de parecer. Tanto Rogeres quanto o cristianismo enaltece a realização pessoal, a autorrealização vinda de dentro de cada pessoa, discordam quando tentam definir as origens de núcleo, Rogers se apega a natureza, e cristianismo valoriza a pessoa baseada em que a pessoa é a imagem e semelhança de Deus, acredita na redenção e na dualidade do bem e mal. Rogers e o Budismo tem em comum a preocupação de libertar o homem por dentro e permitir um autocrescimento até chegar ao nirvana que é situação de liberdade pessoal (nir = sem; vana = grilhões
7 - Como é concebido o sofrimento psíquico a partir da visão existencial em psicopatologia humanista?
Rogers questiona o modelo classificatório e reducionista de compreensão dos transtornos mentais, o pensamento humanista de Rogers prioriza a pessoa e a experiência psicoterapeuta-cliente. Refuta a relevância do diagnóstico dos quadros psicopatológicos. Tatossian, diz sobre da experiência do indivíduo adoecido e do fenômeno que emerge em sua vivência na clínica, na relação intersubjetiva entre paciente e psicoterapeuta. Entre Rogers e Tatossian, podemos observar uma compreensão da psicopatologia como algo que vai além de um diagnóstico ou uma técnica de aplicação prática, recolocando a experiência do sujeito como ponto de destaque ao invés de um aprisionamento no sintoma. Os dois valorizam uma relação terapêutica estabelecida na clínica. Irão se distanciar quando Rogers descarta a importância da doença, priorizando a pessoa, como se a doença não fosse parte constitutiva dessa pessoa, Tatossian não focaliza a pessoa como o centro único da questão. Ele propõe a compreensão de uma experiência que é objetiva e subjetiva, simultaneamente, e que se constitui de forma ambígua no entrelaçamento de ambas, temos o transtorno e também a experiência do sujeito adoecido, A doença não é interior ou exterior ao indivíduo, mas ela faz parte de seu modo de funcionamento existencial, temos a pessoa e também o adoecimento, em uma experiência que se constitui de forma ambígua
...