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O Narcisismo E O Consumo

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Por:   •  18/5/2014  •  748 Palavras (3 Páginas)  •  424 Visualizações

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Narcisismo

A mitologia conta a história de um jovem chamado Narciso, um rapaz muito bonito e que nunca tinha visto sua própria imagem. Um dia, passeando por um bosque, encontrou um lago. Aproximou-se e viu nas águas um jovem de extraordinária beleza e pelo qual apaixonou-se perdidamente. Ele desejava que o jovem saísse das águas e viesse ao seu encontro, mas como ele parecia recusar-se a sair do lago, Narciso mergulhou e, procurando pelo outro, morreu afogado.

O narcisismo, em psicanálise, representa um modo individual de relação com a sexualidade. É a tendência que todos os indivíduos tem de alimentar uma paixão por si mesmo. Segundo Freud, isso acontece com todos, mas pode deixar de ser saudável e se tornar doentio em alguns casos.

O autor cita em seus textos que o narcisismo é “o comportamento do indivíduo que trata o próprio corpo como normalmente só trataria um objeto sexual.” Ele é, portanto, “o complemento libidinal do egoísmo próprio da pulsão de autoconservação”

Freud discorre em seus artigos sobre a existência simultânea de uma libido do eu e uma libido do objeto. Ele parte das observações da esquizofrenia, da vida mental de crianças e dos povos primitivos para desenvolver esse conceito. Segundo ele, na esquizofrenia há uma retirada da libido do mundo externo para o eu. Isso acontece durante toda a vida e tem início com as relações de satisfação de uma criança, ainda bebê.

Ainda segundo Freud, somente parte da libido já citada anteriormente nesse trabalho é investida nos objetos. Porém, o que explica o narcisismo é o momento em que parte dessa libido permanece retida dentro de cada um. De acordo com suas palavras, “um ser humano permanece narcisista em certa medida mesmo depois de ter encontrado objetos externos para a sua libido (Freud [1913] 2006: 92)”.

Com relação a esse ponto, é importante salientar a importância da instituição da propriedade privada na evolução do narcisismo. A partir do momento que o indivíduo passa a ter maior poder sobre objetos e até sobre suas coisas, os direitos pessoais tendem a ser diferentes e a agressividade entre pessoas e grupos aumenta consideravelmente. Um passa a exercer mais poder sobre o outro.

Esse conceito trazido por Freud pode ser aplicado ao consumo. O papel do consumidor mudou e as pessoas já não estão mais isoladas ou em pequenos grupos; agora, estão conectados uns aos outros.

Hoje, nas redes sociais, é possível que os usuários assumam aparências e personalidades de acordo com o que gostariam de ser vistos, não como exatamente são. Fotos são selecionadas cuidadosamente, só são publicados momentos felizes. Nas redes sociais, a vida de todos tende a ser perfeita.

Além disso e aproveitando para fazer um paralelo entre o narcisismo e o consumo, elas são utilizadas como fontes de informação para os consumidores durante o processo de decisão de compra. Família, amigos e conhecidos que em outro momento não fariam parte do processo decisório, hoje são fonte de informações e credibilidade para produtos e serviços. A internet e as redes sociais passam, portanto, a ser peças fundamentais no processo de compra.

Segundo estudo do banco Barclays, no Reino Unido, a geração de consumidores que compram por meio, ou por influência, das redes sociais assumirá um papel de destaque nos padrões

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