O Papel do Ego Auxiliar
Por: magoncalves_89 • 22/4/2019 • Resenha • 638 Palavras (3 Páginas) • 279 Visualizações
RESENHA DO TEXTO “O PAPEL DO EGO-AUXILIAR”
AGUIAR, MOYSÉS. In: O teatro terapêutico: escritos psicodramáticos. O Papel do Ego-Auxiliar, Campinas: Papirus, 1990. p. 101-119.
Marcela Carvalho Gonçalves
É importante definir os papeis que são desempenhados em uma sessão dramática, sendo estes o diretor, o ego-auxiliar e o cliente.
O diretor é o responsável pela facilitação da sessão psicodramática, promove o aquecimento grupal, reconhece e convoca o emergente, conduz a dramatização e a encerra, facilita o compartilhamento e define o termino do trabalho.
Já o ego-auxiliar se vincula com cada elemento do grupo sem preocupação quanto a identificar o emergente e a dramatização que deve ser levada ao palco, cabe ao mesmo ficar atento a dinâmica grupal, apreendendo as características e os conteúdos, estruturando o papel a ser contracenado com o protagonista quanto ao projeto, normas, sentimentos presentes, texto e subtexto.
O cliente é o indivíduo que fala de si e age por si na sessão, sendo que no psicodrama grupal ocorre uma discriminação no grupo entre possíveis protagonistas e coadjuvantes para encenação, e no psicodrama bipessoal o cliente é o protagonista, sendo o átomo em sua queixa do momento.
Nos conjunto de papeis de diretor, ego-auxiliar e cliente são apresentadas tendências transferências que prejudicam o vínculo, tais como a exclusão do terceiro, em que dois parceiros se aliam e agem como se o terceiro não existisse; a competição pelo terceiro, em que ocorre uma aliança entre dois parceiros que disputam a posse do terceiro, porém, o perdedor passa a ser excluído da relação; destruição de aliança, na qual um dos parceiros da triangulação supõe uma cumplicidade entre os outros, tentando torpedeá-la; restauração de aliança, pressupõe que após ruptura de aliança entre dois parceiros o terceiro se sinta desconfortável, havendo um esforço por parte deste para conseguir o reatamento entre os outros dois; e pôr fim a supressão de papel, em que busca transformar a relação diádica ao conduzir redução de papeis de três para dois, mascarando uma aliança.
Voltando-se ao ego-auxiliar, este participa do projeto que vai se construindo na dramatização de forma ativa, levando sua própria percepção do momento e do mundo, na qualidade de ego-auxiliar do protagonista, realizando uma articulação constituindo no fenômeno télico. Podemos dizer que o ego-auxiliar contribui para a resolução cênica das contradições inscritas nos vínculos apresentados nas sessões psicodramáticas.
Um dos equívocos encontrados atualmente é considerar o ego-auxiliar como auxiliar do diretor. Moreno apresenta o papel do ego-auxiliar ao comparar o papel de uma mãe que cuida e empresta seu ego ao bebê quando ele não possui um ego estruturado, porém, conforme ocorre tais “empréstimos” o bebê vai estruturando seus papeis e consequentemente seu ego. Neste ponto, considera-se portanto o ego-auxiliar como um auxiliar do cliente, constituindo a unidade funcional por apresentar papeis diferenciados e não hierarquizados.
Há um estilo de direção utilizado em que ego-auxiliar e diretor realizam a co-direção, não havendo definição prévia de quem assumirá qual papel, ocorrendo a definição no período de aquecimento, durante a sessão. Neste estilo está presente uma espontaneidade que não cristaliza papeis, permitindo que o membro que estiver mais aquecido tome o papel desejado, equalizando oportunidades e distribuindo poder, porém há tendência de que o papel de ego-auxiliar seja definido sempre por exclusão, além de não considerar que o ego-auxiliar necessite de um aquecimento especifico desde o início, entre outros inconvenientes. Uma adequação atual que tem sido utilizada é a rotatividade de papeis entre os membros da equipe, com uma definição anterior ao início dos trabalhos de cada sessão.
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