O Que é Dislexia: Mitos e Verdades, Sinais
Por: iriadeoliver • 15/9/2022 • Trabalho acadêmico • 1.888 Palavras (8 Páginas) • 144 Visualizações
Dislexia
O que é dislexia: mitos e verdades, sinais
Existem diversos transtornos específicos de aprendizagem, tais como discalculia, disgrafia, a disortografia, porém o mais conhecido transtorno específico de aprendizagem é a Dislexia.
Quando abordamos o tema Dislexia, tão importante quanto saber o que realmente ela significa é importante falar o que NÃO É dislexia: dislexia não é falta de inteligência. Isso é bem nítido quando apresentamos um pequeno exemplo de disléxicos famosos: Leonardo da Vinci, Vicent Van Goch, Alvert Einstein, Pablo Picasso, Whoopi Golderberg, Charlles Darvwin, Winston Churchil, Tom Hanks. Inclusive, um estudo realizado pela Universidade de Washington revelou que crianças com dislexia usam quase cinco vezes mais a área cerebral do que as pessoas tidas “normais” enquanto realizam uma tarefa de linguagem. Ou seja, nota-se que a burrice ou falta de inteligência não tem nada haver com essa condição. Muitos autores afirmam que não há um consenso sobre as causas da dislexia, mas que a pode ser genética ou adquirida por lesão cerebral.
Segundo o dicionário a palavra dislexia vem do grego dys, que significa pobre, e lexia que quer dizer linguagem. Ao Aprofundar, vê-se que dislexia é um problema/distúrbio neurológico relacionado à linguagem, leitura e escrita; podendo haver também dificuldades na interpretação de textos, na fala e na memória. Importante destacar que essa definição pode ser encontrada em qualquer artigo relacionado ao tema. No entanto, é importante destacar que na realidade a dislexia vai além disso, pois é um distúrbio específico de aprendizagem de origem neurológica, caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e dificuldade na habilidade de decodificação e soletração, resultantes de um déficit fonológico da linguagem, mas que também podem interferir na aquisição da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio e habilidades matemáticas. Diante disso, há necessidade de que o profissional da educação adote uma nova postura em relação ao processo ensino-aprendizagem das crianças com dificuldade na leitura e escrita. Tal postura exige capacidade de identificar precocemente aquelas que não estão evoluindo conforme o esperado, avaliar fatores de risco para o transtorno e elaborar e executar trabalho interventivo voltado para as dificuldades encontradas.
Mais do que ir atrás de livros e pesquisar boa definição, é importante abordar o significado da dislexia através das experiências de vida do próprio disléxico, pois assim é possível compreender melhor os efeitos da dislexia no próprio dia-a-dia com maior propriedade a partir do ponto de vista de quem mais interessa no processo. Assim, é importante falar sobre dislexia em sua realidade e não de forma “rotulativa”, como é o caso de vários autores que se pode encontrar nos dias atuais.
Portanto, a definição para disléxico do tipo “alguém que inverte letras ou tem problemas de leitura” é muito simplória, visto que a dislexia é algo muito mais complexo e extenso que isso: traz dificuldades na escrita, nas relações espaciais, nas direções (direita e esquerda), na administração do tempo, na memória, na lembrança de palavras. É por exemplo, a dificuldade de lembrar por um instante o nome do melhor amigo, de confundir o número de telefone da namorada e ligar para outra pessoa, de esquecer onde colocou a carteira ou de perder as chaves que até meio minuto atrás estavam nas suas mãos; é ter o receio de que a qualquer momento uma confusão mental possa acontecer.
Todos os disléxicos apresentam certa dificuldade com linguagem, mas a implicação disso varia muito de pessoa para pessoa. Por exemplo, tem pessoas que tem problemas com leitura, mas a memória fotográfica é ótima; inclusive, há disléxicos que só de ver o rosto de uma pessoa lembra exatamente onde e quando o conheceu, mesmo tendo-se passado muitos anos, porém já outros acabem escrevendo palavras com letras invertidas e tenho incrível habilidade de perder ou esquecer objetos. Assim, percebe-se que há disléxicos que tem outras características, há aqueles que tem grande dificuldade com leitura e, no entanto, não ter problemas de memória ou espelhar números; outros tem um bom discurso, mas soletram ou interpretam um texto com excessiva dificuldade.
Diferença entre Transtorno e Dificuldade
Outra forma de definir bem a dislexia é diferenciando transtorno de aprendizagem de dificuldade de aprendizagem, algo que é bastante comum de se confundir quando não se tem informações sobre estas questões.
De acordo com Ciasca (2003), as dificuldades têm suas causas externas à criança:
- Podem ser de ordem emocional (perda de um ente querido, separação dos pais);
- Cultural (ambiente com pouco estímulo para a leitura);
- Escolar (metodologias inadequadas, vínculo com a professora, mudança de escola);
- Ou até mesmo algum quadro clínico concomitante ao período de desenvolvimento da criança, e a tendência é que diminuam com as intervenções e adaptações até mesmo dentro do espaço escolar.
Já o transtorno é uma inabilidade específica seja ela em leitura (dislexia), escrita (disortografia) ou matemática (discalculia) ou essas inabilidades associadas. Todos esses transtornos pertencem a um grupo maior denominado de transtornos do neurodesenvolvimento e não está relacionado á incapacidade intelectual como foi abordado anteriormente.
É importante também destacar que, em ambos os casos, há um desempenho abaixo do esperado em relação aos pares da mesma série. No entanto, independente da natureza desse baixo desempenho, existem formas de ajudar essas crianças. Daí a importância em diagnosticá-las e identificá-las o quanto antes para intervir e evitar prejuízos futuros, uma vez que assim é possível uma intervenção de forma mais adequada, principalmente em relação a modificações pedagógicas e estratégias específicas, com o intuito de as tornar mais eficazes, o que inclui orientação aos pais e professores, por exemplo.
Importância do diagnóstico da dislexia
Uma das maiores dificuldades enfrentadas na dislexia é conseguir fechar o diagnóstico. Isso ocorre por diversos fatores, um dos principais é o desconhecimento e difícil acesso a profissionais especializados. Muitos pais, por exemplo, alegam que são encaminhados de um profissional a outro, mas não conseguem, de forma efetiva, concluir o laudo do que seu filho precisa.
Ao se perceber os primeiros sinais de dislexia o primeiro é buscar um psicopedagogo. É ele quem vai iniciar o processo de investigação, através de uma avaliação psicopedagógica. Além de acolher, ouvir e compreender a queixa trazida pela escola e família, ele vai verificar alguns aspectos muito importantes como por exemplo, as competências iniciais para a leitura e a escrita, além de orientar os pais sobre quais profissionais procurar para confirmar (ou não) a hipótese levantada de transtorno de Dislexia.
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