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O Que é Tendência Anti-social?

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Por:   •  8/5/2014  •  876 Palavras (4 Páginas)  •  778 Visualizações

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O que é tendência antissocial para Winnicott?

# O conceito de tendência antissocial não foi formulado para designar um diagnóstico clínico, mas, sim, um continuum de comportamentos e atitudes que, em maior ou menor grau, todos os indivíduos podem apresentar, em determinadas situações de vida. Reflete uma demonstração de esperança em recuperar uma experiência de maternagem que foi positiva e que foi perdida (deprivation), no período de dependência relativa. (Justo & Buchianeri, 2010)

A tendência antissocial não seria, segundo Winnicott, uma defesa organizada, e sim uma patologia da transicionalidade, porque está relacionada a uma falha ambiental na fase de dependência relativa, fase esta em que a transicionalidade já está se efetuando.

É um sinal de SOS (esperança) ao meio que se encontra em débito para com a criança. Ela não é um diagnóstico, podendo ser encontrada tanto em indivíduos normais quanto em neuróticos ou psicóticos. Na tendência antissocial há uma necessidade que se exprime em uma externalidade, a culpa é do ambiente. Caracteriza-se por um elemento que compele o ambiente a tornar-se importante.

Winnicott (2000) nos alerta que os comportamentos antissociais começam muito cedo a aparecer com sintomas que, via de regra, são considerados normais ou inerentes ao desenvolvimento infantil, pelos pais e cuidadores, como a enurese noturna, a hiperatividade, os transtornos alimentares, podendo evoluir para mentiras, furtos e, em alguns casos – quando não há uma intervenção no momento adequado –, pode derivar para condutas antissociais graves.

Para ele há sempre duas vertentes da tendência antissocial: aquela representada tipicamente pelo roubo, e a outra representada pela destrutividade, mesmo que a ênfase recaia por vezes mais sobre uma do que sobre a outra. (Vilhena & Maia, 2002 )

No roubo, dentro do entendimento winnicottiano, há a procura de algo, em algum lugar, por parte da criança – o que importa não é o objeto que é roubado e sim o que esta criança procura quando rouba, e ela procura sua mãe, sobre a qual ela se sente no direito de usar. Para Winnicott (1987) o roubar está relacionado à interação com a mãe, ao desempenho de sua função materna primária, ao fato de ela exercer um holding que teria falhado.

Já a destrutividade estaria relacionada à interação com o pai. A função paterna, em Winnicott, é ser o ambiente indestrutível, aquele que sustenta a mãe, que sustenta o bebê. O que a criança busca são limites. Na destrutividade há, portanto, a busca da estabilidade ambiental que suporte o embate dos atos com o meio. A criança busca uma atitude humana confiável; busca uma moldura cada vez mais ampla. . De acordo com a teoria winnicotiana:“Por trás de tudo está a confiança que a criança tem na relação dos pais; a família é uma empresa que continua funcionando”. Portanto, caso esta família (mãe/pai) não funcione, “em vez de a esperança levar a um sinal de SOS em termos do roubo, ela conduz a um sinal de SOS em termos de uma explosão de agressão”. ( Winnicott, 1996: 74)

Qual a diferença do comportamento antissocial da delinquência?

O comportamento antissocial reclama por direitos perdidos, mas consegue ser “curado” e “tratado” dentro do lar, e a delinqüência, na qual há ainda um reclame por direitos perdidos, mas em nível muito maior de desespero e solidão, posto que esta criança terá procurado o limite para o seu gesto agressivo e não terá encontrado nem o corpo da mãe, nem em seus braços,

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